Florença e Pisa, na Itália, receberão o IV SEPOLH, de Ensino de Português como Língua de Herança

O evento ocorrerá no período de 24 a 26 de outubro, reunindo representantes de associações de brasileiros radicados na Europa.


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José Venâncio de Resende0

Florença, Itália, uma das sedes do IV SEPOLH.

O IV SEPOLH, que vai acontecer no período de 24-26 de outubro, nas cidades italianas de Florença e Pisa, será uma oportunidade para aprofundar e avançar a terceira fase do ensino de Português como Língua de Herança na Europa, cuja ideologia, no Século XXI, “multilíngue e multicultural é enfatizada e incorporada às práticas de ensino/aprendizagem”. A abertura do encontro será no dia 24 de outubro (uma quinta-feira) em Florença, devendo constar de coquetel e lançamento de livro.

“Os preparativos para o IV SEPOLH estão bem intensos. Desde o ano passado, já começamos os contatos com a Universidade de Pisa, onde eu trabalho no Leitorado de Língua Portuguesa, e no Centro Linguístico do Ateneo”, conta Ana Luiza Oliveira de Souza, da Casa do Brasil em Florença e uma das organizadoras do encontro. Também o Departamento de Filologia, através de Mônica Lupetti, pesquisadora da área de língua e tradução da Língua Portuguesa, e o Departamento de Economia da Universidade de Pisa fazem parte da organização. O trio é completado com Daniela R. Mascarenhas Benedini (pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia).

“Desde março, já começamos a distribuir os convites”, prossegue Ana Luiza. São 21 professores convidados, entre pesquisadores da área de Português como Língua de Herança e professores que atuam nas associações. “Estamos reunindo pesquisas que unam a teoria e a prática para que os participantes saim de lá com muita bagagem.”

A ideia é envolver as várias necessidades em torno do tema do POLH, acrescenta Ana Luiza. “Entre elas, a questão do ensino no ambiente das línguas em contato e do plurilinguismo; o ensino do Português como Língua de Herança a partir de sua característica pluricêntrica; e uma mesa especial que será Inovações para o Ensino de POLH. Mas a programação está bem sortida.”

Entre os professores convidados, Ana Luiza cita as professoras Silvia de Melo-Pfeifer, Edleise Mendes e Ana Souza. “Mas teremos convidados do Estados Unidos e do Japão também.”

O IV SEPOLH conta com o patrocínio da Embaixada do Brasil em Roma, conta Ana Luiza, “com um pequeno financiamento para as passagens, e com o apoio do Consulado-Geral de Roma, do Conselho de Cidadãos e do Comune de Firenze (prefeitura)”. Também a Rede POLH Itália - 18 iniciativas de educadores que trabalham com o POLH - “está dando um grandíssimo apoio”.

A programação do evento incluirá atividades culturais, conclui Ana Luiza. “Dependendo do número de inscrições e de quanto recurso poderemos ter, estamos pensando em contratar uma banda brasileira para tocar no jantar de encerramento. Com certeza, a programação cultural será incluída, até porque a Casa do Brasil promove eventos relacionados à cultura brasileira também.”

Contexto

Em sua perspectiva ideológica, a sigla POLH é “adotada para representar as novas interações no país anfitrião”, de acordo com Ana Souza em aula ministrada (online), em março de 2017, como parte do programa de pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade de Brasília. “Desta forma ... POLH permite [que] o processo dialógico das negociações que ocorrem entre (e pelos) pais e filhos no que tange suas experiências sociais, culturais e linguísticas em pelo menos dois países - seu país de origem e o país de acolhimento – [seja] representado em sua perspectiva ideológica.”

O evento ocorrerá no contexto em que o Brasil tem presenciado um aumento na emigração de sua população, inclusive para países europeus desde a segunda metade dos anos 80. Um número considerável de brasileiros reside na Europa, cuja presença foi estimada, em 2009, pelo Ministério de Relações Exteriores (MRE) em 180.000 no Reino Unido; 137.000, em Portugal; 125.000, na Espanha; 89.200, na Alemanha; 70.000 na Itália; 60.000 na França; 57.500, na Suíça; e 42.000, na Bélgica.

“Há evidências de que os brasileiros que residem nesses oito países têm se organizado como comunidade e criado iniciativas para cultivarem suas bagagens culturais e linguísticas”, dizem os organizadores do IV SEPOLH. “Exemplo disso é a existência de pelo menos uma instituição que atua na difusão da Língua Portuguesa para crianças e/ou adultos em cada um desses países. Áustria, Noruega, Suécia e Irlanda, apesar de registrarem um número menor de brasileiros, também testemunham a atuação de instituições que promovem o ensino de Português como Língua de Herança (POLH).”

Justificativa

O evento, que já vai para a sua quarta edição, justifica-se por esta constatação e pelo reconhecimento de que o trabalho dos vários grupos de brasileiros vinha sendo desenvolvido de maneira individual e isolada. A Abrir (Associação Brasileira de Iniciativas Educacionais no Reino Unido – https://abrir10anos.wordpress.com/), por exemplo, “reconhece que um trabalho mais colaborativo entre os países europeus com presença de imigrantes brasileiros tem grande potencial para benefício profissional dos coordenadores e professores, assim como para benefício de aprendizagem das crianças que frequentam as aulas organizadas pelos diversos grupos”.

LINKS RELACIONADOS:

IV SEPOLH - https://sites.google.com/site/sepolh/simposio-atual/programacao?authuser=0&fbclid=IwAR17vnXuCt2Swo0QB_PBddO5KfFJ7wwSQPMulqafMiKd4au158mRud_8gtU

Folheto Informativo POLH - https://abrir10anos.wordpress.com/folheto-informativo-o-polh-na-europa/?fbclid=IwAR3qBP4ZxYAvdJYivGzYHDfyfq6CMaW-XbPE0GEpR1wBo3zMVTp-kAKomy8

III SEPOLH na Suíça une inovação e experiência em interculturalidade e plurilinguismo - https://www.jornaldaslajes.com.br/aconteceu/iii-sepolh-na-suica-une-inovacao-e-experiencia-em-interculturalidade-e-plurilinguismo/253

 

 

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