Pela sexta vez, Mostra de Artesanato e Cultura movimenta Resende Costa

Evento aconteceu entre os dias 31 de maio e 3 de junho


Vanuza Resende


Membros da Comissão Organizadora da VI Mostra de Artesanato e Cultura (Foto Cássio Almeida)

Desde que Resende Costa se tornou centenária, a cidade ganhou a Mostra de Artesanato e Cultura com o objetivo de valorizar e fomentar o turismo. “A Mostra de Artesanato, que chegou à sua 6ª edição, mostrou a que veio: ser uma festa da cidade e para a cidade”, declara o secretário municipal de Artesanato, Cultura e Turismo, Lucas Eduardo Maia Lara.

A Mostra foi uma realização da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura, em parceria com a Associação Empresarial e Turística de Resende Costa (Asseturc). Neste ano, o evento contou com o apoio do FEC (Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais), que repassou um recurso orçado em cinquenta mil reais. A Prefeitura Municipal investiu doze mil e quinhentos reais. Além disso, a Mostra obteve o apoio do comércio local. O calçamento do espaço onde o evento é realizado é fruto da parceria entre a Asseturc e o comércio da cidade.

 

Cenário nacional em 2018

A Mostra de Artesanato e Cultura aconteceu em uma data adequada e bastante sugestiva: feriado prolongado de Corpus Christi (31 de maio) e aniversário de 106 anos de emancipação política de Resende Costa (2 de junho). No entanto, a atual conjuntura do país, marcada pela greve nacional dos caminhoneiros, colocou em dúvida se haveria ou não a VI edição da Mostra. “Durante essa semana, fizemos várias reuniões para decidir se teríamos ou cancelaríamos a festa. Decidimos manter a nossa Mostra porque ela não poderia ficar de fora do calendário anual das festas da cidade”, declarou, na abertura da Mostra, o empresário Cícero Chaves, representante da Asseturc e um dos organizadores da Mostra.  

Cícero Chaves detalha por que a festa não poderia deixar de acontecer: “Essa celebração é para engrandecer e valorizar o nosso artesanato, nossa tradição. E essa semana sentimos o quanto a questão econômica nacional oferece impactos para nós. E como associação, a gente precisa pensar e agir em nosso artesanato.” Ele destacou a importância de se pensar em como a cidade deve se comportar diante do fato de possuir atualmente um grande potencial turístico: “Antes, a coisa era simples. A gente só pensava em vender. Hoje, nossa cidade viu o quanto somos frágeis e o quanto precisamos melhorar. Quando estamos no momento de vacas gordas, a gente vai fazendo a roda da economia girar. Já em momentos de crise como esse, a gente vê a importância desse segmento para a cidade.” Cícero continuou seu discurso incentivando melhorias na cidade como um todo: “Precisamos pensar no consumidor atual, que compra muito pela internet. Será que ele vai querer vir pessoalmente comprar? Uma cidade turística não é feita somente de tapetes e colchas. Precisamos de bares, pousadas, melhorar o nosso trânsito, oferecer uma cidade atrativa.”

O prefeito municipal Aurélio Suenes de Resende destacou a importância da recém-criada Secretaria Municipal de Artesanato, Cultura e Turismo à frente da Mostra. “Sabemos que fazer e gerir essa festa não é fácil. Eu sei o quanto é trabalhoso montar essa estrutura aqui. Por isso agradeço o secretário Lucas e a comissão organizadora, que não mediram esforços para essa festa acontecer.”

Questionado se o objetivo da festa está seguindo as pretensões iniciais, uma vez que a primeira Mostra foi realizada no início da sua primeira gestão, Aurélio acredita que está no caminho certo. “Eu acho que o sentido da festa está alcançando aos poucos o seu objetivo. Não é uma coisa instantânea, a gente sabe que isso aí vai demorar anos para acontecer do jeito que a gente quer. Mas nós queremos que esse evento aqui, pode até ser uma coisa fora da realidade, seja comparado com a Mostra de Cinema de Tiradentes. Temos que sonhar alto para ver se conseguimos ficar no intermediário”, planeja o prefeito.

Aurélio acredita que, mesmo que o evento ainda não envolva, de forma contundente, o turismo, é necessário uma festa para valorizar e divulgar o artesanato. “Nós temos que ter um evento para mostrar o artesanato, a cultura e dar oportunidade a esse pessoal para apresentar uma música diferente para quem já é de outra época, inclusive. Temos a questão do turismo, da cultura e estamos alcançando o objetivo. A prova disso é que o estado é tão rigoroso e acreditou e aprovou o patrocínio.” (Ele se refere ao projeto aprovado pelo FEC).

 

Programação

Em 2018, não houve nenhuma apresentação de cantores ou bandas consagrados nacionalmente, como aconteceu em anos anteriores em que a Mostra trouxe a Resende Costa Leoni, Wilson Sideral, Dr. Silvana e outros grandes nomes da música brasileira. Aurélio disse que o atual momento não permite um investimento maior por parte da prefeitura. “A gente poderia estar entrando com um patrocínio maior para trazer um nome consagrado da música brasileira, como já fizemos em outras edições, mas o problema é que o momento exige muita cautela. Estamos vivendo em um momento muito instável, a todo momento aparece alguma coisa que desestabiliza a economia, a exemplo dessa manifestação. Então, a gente está trabalhando com muita cautela e investindo em infraestrutura primeiro”, explicou o prefeito.

Todas as bandas que subiram ao palco da Mostra não decepcionaram. De quinta a domingo, o repertório do pop rock nacional e internacional, com ênfase nos anos 80 e 90, agitou a público presente na festa. “Eu venho todos os anos e acho incrível essa festa. Esse ano estou achando que poderia ter mais gente, inclusive de Resende Costa. O pessoal tem que aprender a valorizar mais as nossas tradições. Mas está tudo lindo e organizado! Viva Resende Costa, viva o Rock andRoll!”,declarou a aposentada Beatriz Cruz.

Na sexta (1), e sábado (2) foram os dias de maior presença de público na Mostra. O estudante são-joanense Lucas Vale elogiou o repertório das bandas e acredita no potencial da festa. “Vim aqui pela segunda vez, em 2016 e agora. Acredito que essa festa tem tudo para crescer. Os shows são sensacionais, o ambiente aqui é familiar, agradável. Eu sinto falta do comércio aberto durante a noite. Fica como sugestão para os próximos anos. Adoraria tomar meu chopp, escutar essas músicas e sair com a sacola cheia dos produtos produzidos por vocês resende-costenses.”

Durante o dia foram ministradas oficinas para valorizar ainda mais o envolvimento cultural da Mostra: oficinas de fotografia, tear para crianças e gastronomia. Além disso, no dia 3 foram realizados a III Meia Maratona, organizada pela equipe Novo Amanhecer, e o Passeio Ciclístico da equipe Biker´s RC.  O Teatro Municipal foi palco do stand-up “Eu também sou fi de Deus”, com o humorista Lucas Dória, entre os dias 8 e 10 de junho.

 

Encontro de Bandas

O Encontro de Bandas coroou as festividades culturais com duas corporações musicais anfitriãs: Banda Municipal Santa Cecília e Lira São Sebastião, do distrito de Jacarandira. As duas bandas receberam as visitas de cinco outras corporações musicais de cidades da região: Corporação Musical Santa Cecília, de Ibituruna; Banda de Música Municipal de Barroso; Banda Musical Municipal de Santa Cecília, da cidade de Coronel Xavier Chaves; Projeto Music Brothers e Banda Theodoro de Faria, da cidade de São João del-Rei.

Pela manhã, as bandas se apresentaram e fizeram desfiles individuais pelo centro da cidade. Na parte da tarde, os músicos formaram o famoso “bandão” e desfilaram na Avenida Alfredo Penido em direção ao Espaço da Mostra. A chegada dos mais de 300 músicos foi regida pelo maestro da Lira São Sebastião, de Jacarandira, Edinilson Santos. As corporações musicais apresentaram juntas o Hino Nacional. Após a execução do Hino Nacional, as bandas fizeram apresentações individuais no espaço da Mostra e foram aplaudidas pelo público presente.

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