As cidades de São João del-Rei e de Resende Costa atingiram, respectivamente, os níveis “alto” (0,758) e “médio” (0,685) do Índice de Desenvolimento Humano Municipal (IDHM) referente a 2010, divulgado no final de julho pelo pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
Para se ter uma ideia da posição dos dois municípios do Campo das Vertentes, a liderança no ranking nacional foi da cidade paulista de São Caetano do Sul, com índice considerado “muito alto” (0,862). Já o pior desempenho ficou por conta da cidade paraense de Melgaço, com índice “muito baixo” (0,418).
No caso de São João del-Rei, o índice geral foi puxado pelo IDHM Longevidade (0,860), devido ao percentual de 76,57% de esperança de vida ao nascer (menor mortalidade infantil e queda na fecundidade), e pelo indicador Renda (0,733) por causa da renda per capita média de R$ 764,74. Para Resende Costa, o índice geral de Resende Costa foi igualmente alavancado pela variável Longevidade (0,823), com a esperança de vida ao nascer de 74,40%. Já o subíndice Renda ficou em 0,689 (renda per capita média de R$ 580,66).
Educação
O indicador Educação (a terceira variável do IDHM) teve o pior desempenho tanto no caso de São João del-Rei (0,690) quanto no de Resende Costa (0,568), impedindo assim que o IDHM dos dois municípios fosse mais elevado.
Em São João del-Rei, 99,47% da população entre 5 e 6 anos de idade estão na escola e 94,90% das crianças de 11 a 13 anos de idade frequentam os anos finais do ensino fundamental ou já concluíram o curso. Mas apenas 59,14% dos jovens de 15 a 17 anos tem fundamental completo; 48,79% com idade de 18 a 20 anos tem ensino médio; e 57,43% dos adultos (18 anos ou mais) concluíram o fundamental.
Em Resende Costa, 95,85% das crianças entre 5 e 6 anos encontram-se na escola e 94,53% na faixa de 11 a 13 anos estão nos anos finais do ensino fundamental ou já concluíram o curso. Mas 58,07% dos jovens com 15 a 17 anos completaram o fundamental; apenas 36,13% entre 18 e 20 anos concluíram o ensino médio; e 36,23% dos adultos terminaram o fundamental.
Outros municípios
Entre os municípios da microrregião Campo das Vertentes com IDHM considerado “alto”, encontram-se Barroso (0,734); Carrancas (0,725); Santa Cruz de Minas (0,706) e Tiradentes (0,740).
Os demais municípios situam-se no índice considerado “médio”, ou seja, Conceição da Barra de Minas (0,685); Coronel Xavier Chaves (0,677); Dores de Campos (0,686); Lagoa Dourada (0,676); Madre de Deus de Minas (0,699); Piedade do Rio Grande (0,678); Prados (0,689); Ritápolis (0,653); e São Tiago (0,662).
Brasil e MG
O IDHM do Brasil, entre 1991 e 2010, cresceu de 0,493, considerado “muito baixo”, para 0,727 (“alto”). Já o subíndice Educação evoluiu de 0,279 em 1991 para 0,637 em 2010; a variável Longevidade subiu de 0,662 para 0,816 no mesmo período; e o indicador Renda cresceu de 0,647 para 0,739.
Em Minas Gerais, o IDHM passou de 0,478 em 1991 para 0,731 em 2010. O subíndice relativo à Educação evoluiu de 0,257 para 0,638 no mesmo período; a variável Longevidade, de 0,689 para 0,838; e o indicador Renda, de 0,618 para 0,838.
No cenário nacional, apenas 44 municípios alcançaram IDHM “muito alto”; 1889 municípios atingiram o nível “alto”; 2233 municípios ficaram no “médio”; 1367 municípios localizam-se no nível “baixo”; e os restantes 32 municípios mantiveram-se no nível “muito baixo”.
O maior desafio do Brasil continua sendo a Educação, cujo índice puxa o desempenho do IDHM para baixo. Embora seja o componente com pior resultado, foi na Educação que mais houve avanço nas duas últimas décadas, de acordo com os técnicos responsáveis pela pesquisa.
Como funciona o IDHM
Inspirado no índice de desenvolvimento humano (IDH) global, publicado anualmente pelo PNUD, esse índice é melhor quanto mais próximo o indicador for do número um. Assim, é considerado “muito alto” o IDH igual ou maior a 0,800; é “alto” o indicador que varia de 0,700 a 0,799; “médio” o índice entre 0,600 e 0,699; “baixo” o IDH entre 0,500 e 0,599; e “muito baixo” o índice inferior a 0,499.
Publicado uma vez a cada dez anos, o IDH Municipal traz para o âmbito municipal o IDH global, divulgado anualmente pelo PNUD e que mede o desenvolvimento humano dos países. O IDHM 2013, feito com base nos dados do censo 2010, utiliza os mesmos indicadores do IDH Global (Educação, Saúde e Renda).
No último IDHM, a avaliação das cidades brasileiras na área de Educação tornou-se mais rígida. O PNUD passou a avaliar a formação e o fluxo escolar, cobrando inclusive a proporção de brasileiros que completaram o ensino fundamental e o percentual de crianças e jovens na escola em diversas faixas etárias (dos 5 aos 20 anos).
O indicador “Longevidade” é calculado pela expectativa de vida da população ao nascer, sendo a área em que o Brasil apresenta melhor pontuação. É o único componente que está na faixa classificada pela pesquisa como um IDHM “muito alto” (ultrapassa 0,800).