São João del-Rei perde Claudionor, do Kibon e da Lanchonete, figura lendária na cidade


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José Venâncio de Resende0

fotoClaudionor: pradense de origem, são-joanense por adoção (Foto. extraída do facebook)

Claudionor Ferreira de Moura faleceu nesta noite de 30 de maio em São João del-Rei, segundo anunciou em seu facebook José Antônio de Ávila, membro da Academia de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei. O famoso Claudionor do Kibon era uma das personalidades mais conhecidas na cidade, define José Antônio.

Natural de Prados, tropeiro e caixeiro-viajante, que negociava mercadorias até lá pelos sertões de Goiás, Claudionor morou em Barroso e Tiradentes antes de se transferir para São João del-Rei em 1956. Um ano depois, em 1957, estabeleceu-se comercialmente na Avenida Tiradentes.

Claudionor e os filhos são muito queridos, diz Aluizio Barros, economista e professor aposentado da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). “Paulinho, que ficou no comando da lanchonete, é o mais conhecido, depois do pai. E é leitor assíduo do Jornal das Lajes.”

Segundo Aluizio, a fama do Claudionor veio com o sucesso da sorveteria do pai da Cláudia Simões, Romeu, já falecido. “A novidade era o sorvete Kibon que Romeu comprava no Rio para vender na sua sorveteria. Claudionor era seu funcionário e muito comunicativo com os fregueses, enquanto Romeu viajava para trazer do Rio o sorvete Kibon.”

“A fábrica ficava próxima ao morro da Mangueira, que mais tarde conheci”, recorda Aluizio. “A localização da sorveteria, na esquina da avenida Tiradentes com rua Ministro Gabriel Passos, transformou-se em ponto de encontro da juventude da cidade.”

A esquina do Kibon fica próxima ao Edifício São João e ao edifício Brandão que ocuparam todo o quarteirão com apartamentos, conta Aluizio. “Clientela garantida na proximidade também de dois educandários: o Ginásio Santo Antônio e o Colégio NS das Dores.”

Lanchonete do Claudionor

Da esquina do Kibon – um dos pontos mais badalados da juventude são-joanense a partir do final dos anos 1950 – surgiu a lanchonete do Claudionor, que se tornou ponto tradicional de encontro memorial da região, assinala José Antônio de Ávila. “Até pouco tempo, ele ainda marcava presença no local, fomentando uma boa prosa que sempre rolava solta entre pessoas de várias gerações.”

A lanchonete do Claudionor é parada obrigatória deste repórter, quando está em São João del-Rei. Por lá, sempre cruzo com o corretor de imóveis Antônio Sérgio Ribeiro, geralmente depois do almoço. “Eu conheci o Claudionor naquele bar lá pelos anos 1960, acho que foi em 1967”, lembra, “de quem me tornei amigo, além de cliente.”

Antônio Sérgio recorda das “muitas histórias” que Claudionir contava “de sua vida e de suas andanças por esse mundo de meu Deus”. “Foi daqueles amigos que a gente não esquecerá jamais, marca indelével na minha vida.” Claudionor “ajudou a enriquecer a história de São João del-Rei e passou a fazer parte dela”, conclui.

Nos últimos anos, a lanchonete do Claudionor tornou-se um dos principais pontos de distribuição do Jornal das Lajes em São João del-Rei.

 

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