Nos velhos tempos da Lage,
De adobe e de madeira,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
Sesmarias de uma légua,
Concedidas pela Coroa,
Nasce a Fazenda das Éguas.
Da descoberta das minas,
De abastanças e riquezas,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
Sob o Sol que rege a vida
Pelos cantos da cozinha,
Nasce a Fazenda das Éguas.
Da cana, da rapadura,
Do melaço e da cachaça,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
Nos ermos da chapada:
Da maldade dos “mais grandes”,
Nasce a Fazenda das Éguas.
Do aboio alto e cantado
E trânsito de comitivas,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
Da peleja para os negros,
Currais de burro e cavalo,
Nasce a Fazenda das Éguas.
De arrobas de mantimento
Cabeceiras de muita água,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
De largos muros de pedra,
Paiol, silo e engenho,
Nasce a Fazenda das Éguas.
Do desterro e do banzo,
E concentração de escravos,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
De assoalhos de tábua
E marchas de todo dia,
Nasce a Fazenda das Éguas.
Da alvenaria de pedra
De preto e escravidão,
Fez-se a Fazenda das Éguas.
- Muito bom dia, compadre!
- Diiiiiiiiia!
(Espichado de Sol).
De abastados fazendeiros,
De história e tradição,
Vive a Fazenda das Éguas.
*Professor, poeta e contador de histórias
Barbacena, 30 setembro de 2020.
Karla Nascimento - 15/10/2020
Lucas Lara, adorei sua ilustração da Fazenda das Éguas. Você é uma pessoa de grande sensibilidade artística e profissional. Grande abraço, querido amigo da arte.
Karla Nascimento - 15/10/2020
Aproveito a oportunidade para agradecer, nesse dia tão especial, a colaboração direta e indireta de alguns professores e professoras: Adriano Magalhães, Ana Paula Mendonça de Resende, Antônio Assunção, Edna Resende, Eliana Tolentino, Evaldo Balbino, Elaine Amélia Martins, José Antônio Oliveira de Resende, João Evangelista, Marcos Geraldo Conceição, Maristela Peluzi, Rosalvo Gonçalves Pinto, João Bosco Pinto Lara. Agradeço também a colaboração de outros profissionais: André Eustáquio, Adenor Roberto de Resende, Cláudio Luís Resende e Luciana Maria Rocha Teixeira e o artista Lucas Lara. Devo a todas esses indivíduos, que fizeram ou ainda fazem parte da minha vida, meu muito obrigado. Dedico a essas pessoas o poema "Vive a fazenda das Éguas".