O novo portal do Ministério do Planejamento – colocado e retirado do ar em apenas dois dias semana passada – mostra a verdadeira face do governo dos “companheiros”. Nas suas três mil páginas, o site oficial traz um balanço crítico das realizações do governo petista. Mostra o fracaso de políticas públicas na educação, principalmente o ensino fundamental, nos investimentos em infraestrutura, na política industrial, no programa de biodiesel e na reforma agrária entre outros setores. Em outras palavras, muito blá-blá-blá e pouco resultado. Quando insistimos que as maiores realizações deste governo são a política monetária (de combate à inflação) e o programa Bolsa Família (antigo Bolsa Escola ampliado) herdados do governo anterior, os “companheiros” tem chilique. E quando o ministro Paulo Bernardo diz que seus colegas de Ministério reclamaram por não terem sido chamados para discutir as informações divulgadas, na verdade os ministros estão se queixando pela falta de oportunidade de “maquear” os dados. O governo do sr. Lula teve um raro momento de honestidade e perde, assim, grande oportunidade de fazer uma autocrítica sincera de suas ações.
Belo Monte estatizada - O governo do sr. Lula praticamente estatizou a construção da Hidréletrica de Belo Monte, depois de fazer um leilão em que venceu o consórsio Nova Energia do qual participaram oito empresas do setor privado ao lado da estatal Chesf. Tem o controle absoluto do consórcio vencedor por meio da Eletrobrás. Sonega informações e boicota seus sócios. Quer trazer de volta as grandes empreiteiras. Quer controlar a escolha dos fornecedores de equipamentos. E agora quer acelerar a assinatura dos contratos para obter dividendos eleitorais. As empreiteiras Camargo Correa e Odebrecht que, junto com a Odebrecht, desejam construir a hidrelétrica são justamente as que desistiram do leilão por causa do baixo valor oferecido (R$ 19 bilhões). Essas empresas diziam acreditar que a obra não custará menos do que R$ 30 bilhões. O viés estatizante está presente principalmente em época de campanha eleitoral de dona Dilma. Daí porque os companheiros não querem abrir mão do negócio que deverá ser financiado com dinheiro público. O que menos interessa é a eficiência e a economia de dinheiro do cidadão que paga impostos.
Aeroportos no caos - Os aeroportos brasileiros continuam em situação caótica porque a Infraero, estatal controlada politicamente por “companheiros” e aliados, não abre mão da gestão (que gestão!) e possíveis reformas dos aeroportos. Recentemente, um professor da UFRJ defendeu a construção de terceiro aeroporto em São Paulo, sem a presença da Infraero. É o que ele chama de autorização em vez de concessão. A empresa autorizada seria a responsável pela construção e pela exploração comercial do novo aeroporto. Mas o viés ideológico – mais que isso, os interesses financeiros dos “companheiros” – impede que isso ocorra. Eles preferem que o sistema aeroviário do país permaneça a calamidade em que se encontra, a buscar uma solução efetiva para o problema.
Capitalistas de conveniência - Não há melhor exemplo do comportamento tortuoso dos empresários brasileiros do que a notícia de que sócios da Oi procuraram o presidente Lula para pedir “blindagem” da empresa contra a investida de multinacionais como Portugal Telecom ou a mexicana Embratel. Os empresários tupiniquins defendem o capitalismo desde que sejam protegidos pelo governo (reserva de mercado) e tenham acesso às benesses oficiais. Caso típico é o dos empresários da FIESP (indúastria paulista). Só sabem reclamar de câmbio e taxa de juros e defender reserva de mercado e outros privilégios. O melhor seria se brigassem pela redução dos impostos, principalmente indiretos, para permitir o aumento da poupança e dos investimentos, ou então se trabalhassem para aumentar a eficiência e competitividade de suas empresas e setores.
Quem paga é o pobre -A aprovação do reajuste de 7,72% aos aposentados que recebem mais de um salário mínimo é mais uma dessas irresponsabilidades fiscais pré-eleitorais, cuja conta vai ficar para os próximos governos. Ninguém questiona que os aposentados precisam ter os seus ganhos melhorados. Mas a questão é que o sistema previdenciário é insustentável no médio e longo prazos. Como político tem o rabo preso com o eleitor, ele não discute principalmente em época de eleição assunto que possa colocar o eleitor contra ele. Veja o caso dos aumentos salariais que estão sendo aprovados a torto e a direito para os poderes executivo, legislativo e judiciário. Quem paga a conta desses reajustes é a população, principalmente os mais pobres que arcam com mais impostos embutidos em produtos e serviços. Existem governos mais gastadores e governos mais austeros. Por isso, é sempre saudável que haja alternância no poder entre partidos e candidatos.
Arte universal e mediocridade - O projeto de lei (29/2007), que cria cotas para filmes, séries e documentários em TV paga (por assinatura), foi aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado à votação no Senado. Trata-se de mais uma medida retrógrada porque vai aumentar o custo e reduzir o direito de escolha do cidadão ao criar reserva de mercado. Essa gente não percebe que literatura, música e arte são atividades há muito globalizadas, são valores universais, que se devem destacar pela qualidade. Se o Brasil quer estimular a cultura nacional deve ter políticas públicas que apoiem o setor. Não é tolhendo o direito de escolha do cidadão que o governo vai aumentar a procura por esses produtos. Muito pelo contrário, isso só aumenta a irritação do cidadão com políticos de segunda categoria.
Jornal em alta – Pesquisa recente da Secretaria de Comunicação da Presidência da República aponta que os jornais impressos são lidos por 46,1% dos brasileiros. A televisão ocupa a primeira posição com 96,6% e o rádio é o segundo mais utilizado com 80,3%. Já 46,1% da população costuma acessar a internet. O resultado mais auspicioso é para o jornal impresso que é o verdadeiro formador de opinião, ao lado as revistas que são lidas por 34,9% das pessoas para se informarem. Por sua vez, é preocupante a dependência dos brasileiros em se informar pela TV que mais desinforma do que informa. Grandes temas de interesse da sociedade são simplesmente ignorados ou tratados superficialmente pela televisão. Triste sorte do povo brasileiro.
Ditador em ação - Recrudescimento da repressão aos meios de comunicação , intervenção em bancos, centralização do câmbio, crescente controle da produção e estatização da distribuição de alimentos são alguns dos atos do ditador venezuelano Hugo Chávez, amigo dos nossos “companheiros”. Ao mesmo tempo que o governo venezuelano avança sobre o setor privado, mais de 80 mil toneladas de comida apodrecida são importadas pela empresa estatal de petróleo PDSVA cujo nome o sr. Chávez quer mudar para Petroleos da Venezuela Socialista. Apesar das bravatas do sr. Chávez, o custo de vida continua a subir naquele país. Até o dia em que o ditador resolver intervir também nas estatísticas para manipular a inflação, como aliás tem feito a sua aliada argentitna Cristina Kirchner.