Os tucanos deveriam prestar homenagem pública (no horário do PSDB, por exemplo) ao ex-ministro das Comunicações, Luis Carlos Mendonça de Barros; aos ex-presidentes do BNDES, André Lara Rezende e José Pio Borges; ao ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Renato Guerreiro; e outros outros réus pela lisura na privatização da Telebras durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O Ministério Público Federal havia entrado com ação civil pública por improbidade administrativa, na qual questionava o processo licitatório de privatização do Sistema Telebras (em julho de 1998) e pedia a condenação dos réus pela prática de ato de improbidade administrativa. As penas previam perda de direitos políticos e ressarcimetno integral do dano. O Tribunal Regional Federal do Distrito Federal recusou a ação por acusações sem provas de manipulação do leilão e prejuízos aos cofres públicos. Também considerou que não estão demonstradas a alegada má-fé e a ofensa aos princípios constitucionais da administração pública para configurar improbidade administrativa. De vilões, viraram heróis.
Peixe morre pela boca – O presidente Lula prometeu - em palanques nos eventos de comemoração do dia 1º de Maio, financiados por estatais como Petrobrás., Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - registrar em cartório tudo o que fez no governo, para que quem venha depois mantenha e faça melhor. Seria bom registrar tudo mesmo, inclusive verbas polpudas transferidas para centrais sindicais, UNE e ONGs ligadas ao PT e a políticos aliados, para que se possa cobrar na Justiça os desvios do dinheiro público. E quando o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, disse em palanque que Serra não pode ser eleito, no fundo ele está admitindo que num eventual governo tucano essa festa com o dinheiro público não mais acontecerá. Por fim, é bom lembrar que as festas de 1º de Maio foram usadas descaradamente para fazer campanha eleitoral antecipada da candidatura de dona Dilma. Espera-se que o TSE tome providências.
Pedra no sapato - Muita gente aguarda com grande expectativa o artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicado todo primeiro domingo de cada mês no jornal “O Estado de S. Paulo”. De um lado, estão aqueles que comungam das ideias do (e mesmo admiram o) ex-presidente. De outro lado, estão aqueles que tem ojeriza ou mesmo ficam incomodados com as análises sempre lúcidas de FHC, que são pedra no sapato, e geram até respostas na imprensa, de companheiros do sr. Lula. No último artigo (“Construir sem demagogia”), por exemplo, o sr. Cardoso faz um balanço dos 17 anos de embate entre PSDB e PT e propõe um passo à frente. “Se esse passo for dado, o debate eleitoral poderá se concentrar no que realmente conta: a preparação do País para enfrentar o mundo atual, que é da inovação e do conhecimento. Queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com um burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupão, ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico, mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?”
Covardia? – A decisão da Rede Globo de tirar do ar a mensagem de 45 anos da emissora, tudo indica que se submetendo a pressões políticas ainda que indiretas, não seria mostra de covardia? Afinal, é mera coincidência que a Globo complete 45 anos, mesmo número do PSDB em ano de eleição para presidente no qual o candidato que lidera as pesquisas seja tucano.
Lista esquizofrênica – A lista da revista norte-americana “Time”, que coloca o sr. Lula, ao lado de Barack Obama, entre os líderes mais influentes do mundo em 2010, é no mínimo esquizofrênica. Traz nomes polêmicos como a da conservadora Sarah Palin, candidata a vice-presidente do Partido Repulicano na chapa de John McCain, e nomes desconhecidos ou pouco expressivos como o empresário taiwanês J.T. Wang, da empresa de computadores Acer Group, e o almirante Mike Mullen, presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos. Por outro lado, deixa de fora nomes como o do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, um dos países mais influentes do mundo atualmente, apesar de ser uma ditadura política. Listas como esta de pessoas influentes, a bem da verdade, não servem pra nada, a não ser para alimentar fofocas e egos.
Bandidos e mocinhos - O PMDB é liderado por bandidos. Quem disse isso foi o ex-aspirante a candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, derrotado antes mesmo da eleição pelo seu próprio partido (PSB), aliado do PT de Lula e do PMDB dos... Aqui fecha o círculo.
Custo nas alturas - A hidrelétrica de Belo Monte, vencida por consórcio liderado pela Chesf, empresa controlada pela estatal Elebrobras, não deverá custar os R$ 19 bilhões previstos pelo governo nem os R$ 30 bilhões estimados pelo setor privado. O custo deverá ficar bem acima desses valores, segundo alguns analistas do ramo. Um motivo a mais para acreditar nesta visão mais pessimista: o governo quer contratar para a construção da hidrelétrica – bancaca com dinheiro público - as grandes empreiteiras derrotadas no (e que não participaram do) leilão da hidrelétrica (Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa e OAS). Imaginem se o custo da obra não deve ir para as alturas! Quem viver, verá.
Quintal da Venezuela? - O sr. Hugo Chávez , mais uma vez, voltou a interferir em assuntos internos do Brasil, ao apoiar a candidatura de dona Dilma à presidência da República. Por que esse ditadorzinho tem de dar palpite em assunto que só interessa aos brasileiros? Será que não percebe que aqui não é quintal da Venezuela?
Mercosul tem futuro? - A crítica do candidato presidencial José Serra ao Mercosul deixou muita gente nervosa, principalmente aos vizinhos argentinos que sempre tiraram proveito do excesso de complacência do governo brasileiro. Em vez de começar como área de livre comércio, o Mercosul partiu para a chamada união aduaneira (bloco econômico regido por política comercial externa comum). Com isso, criou-se uma camisa de força para o Brasil por causa de medidas como tarifa externa comum (que tolhem a liberdade de comercialização com outros países) e das chamadas “assimetrias” entre os membros do bloco econômico. Assim, o Brasil sempre tem de ceder e ainda se submeter a chantagens, principalmente dos vizinhos argentinos. O Brasil poderia, por exemplo, assinar vários acordos comerciais bilaterais com países de outros continentes, mas é impedido pelas amarras do Mercosul. Ou o Mercosul dá um passo atrás e se torna área de livre comércio ou então seu futuro é insustentável, principalmente agora com a entrada do “mui amigo” Chávez.
Perguntar não ofende: depois da tragédia grega, quem será a próxima vítima dos outros PIIGS ou “porcos” (Portugal, Irlanda, Itália e Espanha) europeus?