Passados alguns dias das eleições municipais realizadas no último dia 6 de outubro, quando foram eleitos o prefeito, o vice-prefeito e nove vereadores para compor a Câmara Municipal entre os anos de 2025 e 2028, os comentários acerca do período de campanha dos candidatos e os resultados alcançados por eles são muitos. Há os que dizem ter acertado seus palpites, outros se surpreenderam com o apurado nas urnas eletrônicas. Antes mesmo do resultado ser confirmado pela junta eleitoral, já circulavam as notícias sobre os eleitos, bem como a quantidade de votos recebidos por eles. O que se via era muita gente com celular na mão, acompanhando o resultado através do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o trabalho ter sido concluído às 19:12:46. O candidato a prefeito Lucas Paulo obteve 5.835 votos e Emídio, seu concorrente, 1.469. Houve número baixo de votos nulos: 201 (2,55%) e votos em branco: 146 (1,85%). De um lado, do vitorioso Lucas Paulo (PSD), juntaram-se os partidos MDB e PL, enquanto do lado de Emídio, (PT), coligaram-se Avante, PcdoB e PV.
Os candidatos, a fim de conquistarem o voto do eleitor, se valeram, principalmente, das redes sociais, da distribuição de santinhos, cartazes e panfletos para divulgarem suas propostas de governo. Não houve comícios, tal como se via antigamente, nem showmícios, muito menos carros circulando com som nas alturas solicitando votos, ou sequer um debate. Lucas Paulo se valeu de postagens de vídeo na internet, mas não desvalorizou o “bater de porta em porta” junto com seu companheiro de chapa, o Paulinho. Emídio optou por convidar pessoas para um café no Mirante das Lajes, com o objetivo de tomar depoimento delas acerca do que julgavam ser necessário fazer caso ele fosse eleito. E a questão mais destacada foi a da saúde pública no município, considerada por ele com problemas, como pudemos ver no Instagram, por exemplo.
Lucas Paulo, até então vice-prefeito em exercício do cargo de prefeito – apesar de ter substituído o prefeito Zinho Gouveia desde 2021, que se licenciou do cargo por motivos de saúde –, aproveitou o período de seu mandato para se preparar até se candidatar ao cargo de prefeito. No Brasil, quando prefeitos, governadores e o presidente da República podem ser reeleitos, não vencer as eleições é tarefa difícil. Só não se reelegem os incompetentes, antipáticos, investigados sob suspeita de corrupção, além de questões emocionais, psicológicas ou outras bastante particulares. Portanto, quem está no cargo para o qual se candidata à reeleição raramente sai derrotado no pleito.
Os candidatos a vereador, na sua maioria, circularam pelo município para conversar com eleitores, distribuir santinhos e dizer das suas intenções. Tanto eles, quanto os candidatos a prefeito, deixaram alguns temas à parte, tais como o plano diretor da cidade, o cuidado com bens patrimoniais tombados, arte, cultura, meio ambiente, tratamento de esgoto, assistência social entre outras políticas públicas fundamentais para o bom desenvolvimento do município. A responsabilidade de administrar uma cidade e de fiscalizar ações do governo municipal, que cabe aos vereadores, é imensa. Dizer o que pretendem fazer, às vezes sem a mínima noção das reais possibilidades de cumprir o que desejam, é fácil. Dar conta de realizar o que prometeram em campanha, nem tanto.
Pois bem, enquanto acompanhávamos os resultados das eleições pela internet, momento em que nossa Rádio Inconfidentes FM se encontrava fora do ar devido a questões técnicas, íamos nos surpreendendo com a relação dos vereadores mais bem votados naquele dia. É muito comum, durante o período de campanha, ouvirmos uma frase afirmativa: “Fulano de tal já está eleito.” Mas, isso se parece muito com o futebol, quando se canta vitória de um time antes do jogo. Houve surpresas quando determinados candidatos, tidos como praticamente eleitos, foram derrotados. A respeito de que alguns vereadores da atual legislatura seriam bem votados, já havia consenso.
Coló do Cajuru obteve, agora, mais votos que no pleito passado. Ele está entre os três vereadores que conseguiram se reeleger. Muita gente ficou surpresa com a eleição do Dinô Mamão com Açúcar, o segundo mais bem votado. Agora, difícil de entender, é a questão do coeficiente eleitoral. Esta lei faz com que um candidato com mais votos fique como suplente e não assuma o cargo. Desta vez, os três últimos colocados obtiveram, no total, 780 votos, contra os que conquistaram 844 e permanecem na lista como suplentes.