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O Mês Mariano para os católicos resende-costenses

26 de Junho de 2024, por Edésio Lara

Maio se foi. Ficou no passado mais um Mês Mariano, muito caro para os católicos. A cada ano, principalmente nesse mês, rezas e festas se intensificam em honra a Nossa Senhora. No dia 13, celebramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e, no dia 24, o de Nossa Senhora Auxiliadora. As Nossas Senhoras são muitas. A nossa padroeira é Nossa Senhora da Penha de França. Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do nosso país. Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Pilar, Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Boa Viagem têm dias certos no calendário para serem louvadas.

Todas essas e muitas outras são representadas em pinturas ou esculturas por artistas em inúmeros países, desde os primeiros séculos da Era Cristã. Nosso conterrâneo e escultor Valcides Mairinque Arvelos, já falecido, foi quem esculpiu a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem – padroeira da capital mineira –, cuja bela obra pode ser vista na rodoviária de Belo Horizonte, onde está para ser apreciada pelos que por lá circulam e fazem suas orações. De toda forma, não há um mês sequer, dentro do calendário litúrgico, sem uma santa reconhecida pela Igreja Católica pelos seus milagres e para as quais os fiéis dirigem orações solicitando sua intercessão junto ao Pai para que Ele nos ajude, perdoe nossos pecados e nos receba nos céus quando da nossa morte.

O mês de maio é especial. Durante os seus trinta e um dias, os religiosos não se cansam de festejar, de louvar a Rainha do Céu com cantos e orações. Não por acaso, é que foi criado nesse mês o Dia das Mães, que comemoramos no segundo domingo do mês. Veneramos Nossa Senhora e festejamos as mamães que temos. O Mês Mariano foi instituído há muito tempo sem, no entanto, termos certeza de quando foi. Há estudiosos que dizem que tudo teve início no século XII. E não era em maio, mas no mês de agosto, tal como era feito no Oriente. Também não por acaso, é no dia 15 de agosto que se celebra a Assunção de Nossa Senhora. Essa data cristã soleniza a assunção da Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo, aos céus. E, de toda forma, os católicos, há muito tempo optaram por dedicar um mês inteiro para louvar Nossa Senhora. A adoção do mês de maio, em princípio, tem a ver com o mês que está em plena primavera na Europa. A beleza da estação do ano, do clima e das flores, contribuiu para que maio se tornasse o mês em que os católicos se dedicariam em homenagear a santa.

Minha relação com a Igreja Católica se iniciou ainda no ventre da minha mãe. Filha de músicos, ela também se incumbiu de participar ativamente das cerimônias dentro da igreja, ora tocando o harmônio – que infelizmente não são mais usados – ora tocando seu violino, cantando ou regendo o coro. Ainda criança, comecei a participar mais das atividades na Matriz, atuando como coroinha, quando nosso pároco era o estimado Padre Nelson Rodrigues Ferreira. Ajudava missas às 6h, à noite e em fins de semana. Adorava viajar com o padre para as celebrações realizadas nos povoados da cidade. Vi quando o padre começou a celebrar missas falando mais em português e de frente para a assembleia, como decidido pelo Concílio Vaticano II (1962-1965). Eu me encantei, desde aquela época, com as coroações de Nossa Senhora, quando, sob apoio das famílias e da equipe de catequese, colocávamos o véu, a palma, o terço, as flores e a coroa em Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo e de todos nós. A alegria era geral e a participação nas coroações, festiva e intensa.

Nota-se que, com o passar do tempo, essas cerimônias vão sofrendo modificações, cancelamentos, variando entre paróquias, mesmo pertencendo à mesma diocese. Essas mudanças ocorrem, pois não são um dogma. Tudo pode variar de acordo com o desejo das pessoas, ou com o apoio ou não do pároco. Digo isso, já que não é possível colocar sob a responsabilidade dos padres tais decisões. De toda forma, incomoda bastante ver o que era tradição ir aos poucos sendo mudado ou simplesmente cancelado, excluído de práticas muito comuns para nós.

Neste ano, tentei assistir a uma coroação na Matriz e, ao fim do mês, percebi que não houve nenhuma. Soube que aconteceu uma na igreja de Nossa Senhora de Fátima no fim do mês e outra realizada por catequistas no mesmo local. Será que as coroações de Nossa Senhora da Penha de França tornar-se-ão coisas do passado? Penso que poderiam ocorrer em todas as capelas e, por que não, em residências, como aconteciam noutras épocas.

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