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O retorno às aulas presenciais e a pandemia do Coronavírus

16 de Marco de 2022, por Edésio Lara

Lá se foram pouco mais de dois anos quando o Coronavírus fez com que mudássemos nosso comportamento, alterássemos radicalmente a maneira de trabalhar, de estudar e de manter contato com outras pessoas. Para nos protegermos da contaminação, passamos a cuidar melhor da higiene corporal, a usar máscaras, luvas e aplicar álcool em gel nas mãos. Deixamos de cumprimentar pessoas com aperto de mão, dar e receber abraços e beijos, e fomos levados a evitar aglomerações. Esses procedimentos básicos foram assumidos pela maioria absoluta da população. Uma fração menor, negacionista e que acreditava ser a pandemia uma gripezinha, recusou-se a seguir os conselhos de especialistas em saúde pública e a adotar os procedimentos citados.

Todos sofremos muito enquanto os maiores laboratórios farmacêuticos do mundo se empenhavam em desenvolver uma vacina que pudesse pôr fim às contaminações que vinham causando número altíssimo de mortes em quase todos os países. A vacinação, assim que se tornou realidade e possível para todas as pessoas, ainda demorou a ser distribuída para os mais jovens. E foi emocionante ver indígenas sendo atendidos por equipes de saúde, comunidades quilombolas e demais brasileiros agradecendo a vacina que estavam recebendo. Queriam voltar à vida normal, passear, brincar com os amigos, ir à escola.

O recomeço do ano letivo, no último mês de fevereiro, foi show. O comportamento das crianças foi exemplar. Acompanhando a movimentação delas junto à Escola Municipal Conjurados Resende Costa, percebemos sorrisos que as máscaras não conseguiram ocultar. O olhar, os gestos e o uniforme escolar trouxeram vida nova ao bairro Expedicionários, que ficou triste com o silêncio e a ausência delas, dos pais e dos profissionais que lhes dedicam seus serviços. Alegres, elas voltaram à escola usando máscaras – para não as retirar nem durante o recreio – e recebendo boa dose de álcool em gel nas mãos do recepcionista na porta.     

Nesses dois anos de suspensão das aulas presenciais, algumas disciplinas ficaram mais prejudicadas com a adoção do ensino remoto. Apesar do esforço e dedicação dos professores, os resultados conseguidos nesse período não foram satisfatórios. Cito como exemplo as aulas de Artes e de Educação Física. Elas são fundamentais para a boa formação das crianças. Cantar, representar, dançar, jogar são atividades que implicam trabalho coletivo, englobam procedimentos de ensino-aprendizagem socializantes. E foi muito bom voltar a escutar as vozes dos pequenos nas aulas de Educação Física. Os sons que escutamos vindos do ginásio da escola são animadores. Atentos, em silêncio, prestam atenção às orientações passadas pelo professor. Da parte dele, não há gritos, xingamentos ou expressões verbais que possam intimidar, humilhar ou constranger os alunos. Não há comparações do tipo um sendo melhor ou pior que outro. Pelo contrário, há estímulo ao bom comportamento, à importância de cumprir regras, respeitar o outro, participar e jogar sem agredir.

Aula de Educação Física não é “deixar a bola rolar”, somente colocar a meninada para correr. Durante ela, enquanto fazem movimentos de aquecimento corporal, alongamentos, flexibilidade, é comunicada aos alunos a importância dessas práticas. Fundamental não é só saber fazer, mas como fazer, explicando os seus benefícios para o corpo. Entre uma prática e outra, há aquela paradinha para que todos possam beber água, quando o professor diz da necessidade de hidratação do corpo. Aproveita, noutro momento, para informar o porquê de não chupar balas ou mascar chicletes durante a prática esportiva, evitando-se com isso o engasgo que pode levar à asfixia.

As crianças ativas, críticas e atentas a tudo o que acontece ao seu redor nos dão lições de comportamento. Ao assumirem as orientações do professor, realizam-nas com gosto, principalmente quando veem sentido naquilo que desempenham. Da mesma forma como respeitam regras colocadas para práticas esportivas, o fazem quando se atentam para os conselhos dos cientistas, compreendem os benefícios que a vacinação, por exemplo, somada a hábitos de higiene corporal, trazem às pessoas.

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