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Padre João Martello, camiliano

16 de Agosto de 2009, por João Magalhães

Hoje, só o verso. Sempre digo que se você quiser saber sobre tudo o que aconteceu de importante em Resende Costa, de 2003 para cá, consulte nosso querido JL, que completou em julho suas bodas de diamante de circulação (75 edições). Digo isto com a tranquilidade de quem faz parte de sua família, de leitura e de participação, desde sua 2ª. edição (maio, 2003), cujo editorial redigi.

Faltava registrar no quadro dos benfeitores de Resende Costa a figura do Pe. João Martello. Nossa cidade deve muito a ele a presença das Irmãs Camilianas na direção do Hospital e mais tarde do Asilo.

1950. Meu pai chegou da missa. Lá na cozinha de casa, no fim do arruado do Tijuco (hoje, bairro), contou para minha mãe - “Maria, celebrou a missa um padre meio esquisito (e eu, aos quase 10 anos, ouvindo como se fosse hoje). Entrou na igreja, todo mundo ficou olhando. Uma batina preta sem botõezinhos, uma faixa preta, larga, com um terço muito comprido pendurado (rosário) e no peito, uma cruz vermelha muito grande. Fez uma prática entusiasmada” (sinônimo na época de bom pregador).

Depois, ele visitou o Assis Resende, recrutando garotos para o Seminário São Camilo. Dez se apresentaram. Fomos fotografados por ele; primeiro só nós, depois, junto com as professoras e a diretora do Assis, nas lajes da matriz (tenho as duas fotos para quem quiser ver).

Só dois foram para o seminário, na ocasião: O Toninho do Quinzinho (Antônio Pinto de Góes e Lara), que foi antes e eu, levado por ele em 1952, quando, a convite de padre Nélson, veio pregar a Semana Santa, com sucesso absoluto, grande pregador que era. João Martello. Os mais velhos de RC lembram-se dele, sobretudo quem foi seminarista camiliano. Nasceu a 31/08/1924, em Caçador, cidade catarinense. Entrou para a Ordem de São Camilo, cujo fim específico é a pastoral dos enfermos. Nasceu com o talento da palavra e da comunicação. Formou-se em jornalismo na “Cásper Líbero” (na época a melhor faculdade jornalismo de SP). Por muito tempo transmitiu a Missa Dominical pela Rádio Record/SP, depois pela Rádio Clube de Santos. Por muito tempo dirigiu a revista da Ordem Camiliana: “A Cruz Misteriosa”, endereçada aos doentes (tive a honra de substituí-lo). Lembro-me de que no último número sob sua editoria, publicamos a famosa e fundamental encíclica do papa João XXIII: “Mater et Magistra”.

O mais importante para Resende.Costa e que motiva esta matéria no JL: a partir de 1952, batalhou muito em São Paulo, intermediando as negociações que padre Nélson. e equipe tentavam para que a Congregação das Irmãs Camilianas assumisse a direção da Santa Casa, hoje hospital. O êxito deve-se bastante a sua atuação.

Na crise pós Concílio Vaticano II, como tantos outros, a pedido, foi dispensado de suas funções clericais. Deixou o ministério, mas continuou batalhando pela causa de Deus. “Partiu” em 18/12/98 e na missa de 7º dia, eu e o Francisco de Assis Resende, (levados ao seminário por ele), representamos Resende Costa e falamos do altar aos participantes. Foi uma vida para o bem na sua trajetória terrena e prova disso é o acróstico de sua filha que transcrevo:

“Juntos, sempre juntos,
Oremos ao Senhor.
A nossa eterna gratidão, e,
O nosso eterno amor.

Mais do que palavras, ficaram os
Atos, gestos, carinho e
Respeito que nos ensinastes a ter.
Teu nome reinará sempre em nossos corações.
Esperança de algum dia podermos nos reencontrar
Levanta as nossas forças para continuar a viver, mas, as
Lembranças do senhor sempre nos acompanharão.
Oremos ao Senhor!”
(Maria Raquel)

Comentários

  • Author

    Pessoa muito espacial em minha vida, iluminada.


  • Author

    um vo que eu não conheci mais sei que ele e muito especial, e é um dos avós que eu nunca irei esquecer


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