Uma das fontes de azedume social e comumente de violência é a invasão do espaço privado. Alguns acontecimentos, todos reais. Sem detalhes de tempo, local, pessoas, circunstâncias. Não precisa. Você, com certeza, como eu, já passou, ou passa, por eles e talvez por muitos mais.
Assisti a um programa sobre condomínios (rede Globo) e conferiu-se que uma das maiores causas de briga entre os condôminos são os cachorros! De repente, num lote ao lado de seu lar, ergue-se uma casa e seus moradores trazem três cães que latem irritantemente a qualquer hora do dia e da noite. Você chega numa lanchonete para tomar um ‘refri’ ou uma ‘gelada’. Pouco depois estaciona um ‘ultradecibélico’, daqueles que transformam o porta-malas do carro em palco de show, e massacra seus ouvidos com seus sons preferidos (dele), sem lhe consultar. Estou num rodízio de pizza, sozinho (Resende Costa). Nem um terço das mesas está ocupado; pois um bando de aborrecentes ocupa justamente a mesa atrás de mim, ligam seus celulares para tocar suas músicas... que os emocionam tanto!...Pobre de mim!É grande o número de pessoas que obrigam você a assistir a seus shows!
Ao lado de sua casa, o vizinho muda-se para outra rua e transforma sua moradia antiga num ‘bifê’(!) de festa dançante, com direito a gritarias, discussões, latinhas e copos plásticos rolando pela calçada e a música animando o bairro, altas horas da madrugada. O pastor exorciza a berros apopléticos os ‘demos’, com os obsessivos ‘aleluia, irmãos’ vibrando intensamente a atmosfera. O padre, ou sacristão com permissão dele, solta pela torre da igreja, suas músicas de afervoramento religioso, numa altura de doer os tímpanos.
Cada vez mais se invade o espaço público visando a interesses particulares e egoístas. As ruas ficam um inferno com os sons à porta das lojas, os sons motorizados, girando automaticamente os anúncios de ‘pamonha! Pamonha!, ‘leve cinco por um real’! O cara arma sua barraca de pastel , até com mesinha, na calçada, e obriga você a entrar na rua para passar...e assim vai. Está ficando comum, quiosques ( e até hotéis) montarem suas mesinhas, armarem guarda-sóis, espalharem cadeiras de praia, que o cidadão não pode ocupar sem consumo obrigatório. E os ‘guardadores de carro’(!) que privatizam as vagas nas ruas? Ai do motorista que não contribuir!
Claro, nada contra os anúncios de interesse público, campanhas educativas etc. (exemplo desta positividade são os anúncios de falecimento feitos pelos alto-falantes da matriz de R. Costa), desde que feitos com critérios de duração, horários e tudo mais...
Mais grave ainda (e este é o assunto desta matéria) é a invasão de seu espaço particular. A pessoa, ‘respirando’ obrigatoriamente esta poluição, porque os olhos podem-se fechar, ouvido e nariz não, vai se estressando e até neurotizando-se. Não resta dúvida que isto causa violência, descontrole. É briga na certa, se você reclamar. Se denunciar, logo se sabe quem foi e a retaliação costuma vir rapidinho. O dito popular: ‘os incomodados que se retirem’ não é admissível; pelo contrário, os incomodantes é que devem ser retirados! O poder público, sobretudo o poder municipal, é que deve agir. A maioria dos prejudicados não age por medo, porque não quer complicação com vizinho etc. Todo município tem sua lei orgânica que certamente contempla estes casos (se, não, é absurdo!), mas, pelo que tenho visto, em sua maioria, os responsáveis, quando agem, só o fazem mediante denúncia. Então, eu pergunto: os responsáveis pelo trânsito só multam por denúncia? A vigilância sanitária também só age assim? Por que os responsáveis pelo silêncio urbano, pelo sossego dos habitantes, não fazem uma ronda de rotina, periódica, constante, saneando preventivamente estes males sociais? É o que penso. E você?
"Que se retirem"! Quem? Os incomodados, ou os incomodantes?
07 de Fevereiro de 2009, por João Magalhães
Leitor do JL - 13/02/2009
Uma das melhores matérias que já vi até hoje!
Parabens ao Sr.João Magalhães!!
Leitor do JL - 14/02/2009
Parabéns pela exelente matéria!Bom saber que tem gente,que pensa como eu!
Leitor do JL - 23/02/2009
Caro Joãozinho do João Eduardo:
Que bom poder conversar com voc~e e com o Rosalvo neste espaço!
Parece até que é possível que esstejamos caminhando para um mundo melhor, mais fraterno e participativo. Um mundo onde os mitos não escravizem as pessoas, pelo contrário possam estar a serviço da justiça e da liberdade.
Fico contente com a exxistência ded um jornal que está possibilitando ao povo de Resende Costa uma informação sadia.
Você precisa contar as "estórias" daqueles meninos do Tijuco, que ultrapassaram as brincadeiras de sua época( o cateccismo do cruzeiro, as festas, as lenhadeiras, as semanas santas do povo da roça). O Rosalvo conta os casos da cidade. Quem conhece a "liberdade" e viveu os preconceitos contra os meninos de roça é você.
Com um ab raço,
Francisco A. Resende
Leitor do JL - 20/08/2009
o gpverno lula está chegando ao fim, mas ele deve esá confiante seu aliado é que vai ficar no seu posto