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Carnaval 2018 em Resende Costa: novas propostas, mais animação

14 de Fevereiro de 2018, por André Eustáquio

Fanfarra Furiosa e bateria do Rifugo no palco do Teatro Municipal (Foto Cícero Chaves)

Na noite da segunda-feira de Carnaval, 12 de fevereiro, quando a bateria do Rifugo e a fanfarra Furiosa subiram ao palco do Teatro Municipal, depois de longos anos o som ao vivo das tradicionais marchinhas voltou a ecoar no salão do velho teatro, reacendendo as lembranças de quem viveu as glórias dos carnavais de outrora. Os foliões não escondiam a emoção de poderem se divertir onde, no passado, acontecia o Carnaval de Resende Costa.

“Esse, sim, é o nosso verdadeiro Carnaval”. Essa frase foi repetida por inúmeras pessoas durante o baile de Carnaval Retrô no Teatro Municipal. A poucos metros do Teatro, na Rua Gonçalves Pinto, o som mecânico tocava diferentes gêneros de música e aglomeravam-se centenas de pessoas, no entanto, a genuína animação de carnaval estava no salão do Teatro. As pessoas dançavam, cantavam, faziam rodas em torno do salão, animadas pelas tradicionais marchinhas tocadas pela Furiosa e pela bateria do Rifugo.

Carnaval é tradição

Há alguns anos, a comissão organizadora do Carnaval de Resende Costa, liderada pela Prefeitura Municipal e composta por representantes da comunidade, do poder público e de associações, vem tentando encontrar uma “fórmula” capaz de resgatar a animação nos dias oficiais da festa.

Ao longo dos anos, foi-se percebendo nítida e incontestavelmente que a animação do Carnaval aos poucos foi migrando para os blocos que saem na semana anterior, ou seja, para o pré-carnaval. O que fazer, então, para resgatar o Carnaval em seus dias oficiais? Mais que uma pergunta, essa indagação transformou-se num enorme desafio para a comissão organizadora da festa e para a recém criada Secretaria Municipal de Turismo, Artesanato e Cultura (SETAC).

Desde o ano passado, surgiram propostas com o intuito de diversificar e ao mesmo tempo incrementar a programação nos dias oficiais. Entre as propostas para este ano, destacam-se a redução dos dias do pré-carnaval; a criação de dois ambientes na avenida, com diferentes estilos musicais; apresentações musicais ao vivo e realização do Carnaval Retrô no Teatro Municipal. No ano passado já havia acontecido o baile retrô e a experiência surpreendeu. O público não foi grande, a bateria e a fanfarra não participaram, porém, quem foi gostou e animou outras pessoas a irem neste ano.

Semelhante ao que ocorrera no ano passado, o Carnaval Retrô 2018 foi um sucesso, devido especialmente à participação da bateria e da fanfarra e à grande presença dos foliões. Para os próximo anos, a comissão organizadora poderia pensar em novas atrações para o Carnaval Retrô no Teatro Municipal. Sugiro prolongar o tempo de apresentação da fanfarra e da bateria; criar um concurso de fantasias; promover show com grupos musicais que apresentem repertório tradicional de carnaval e, quem sabe, organizar o “Bloco do Teatro” com a presença do Rei Momo?! Esse bloco poderia se concentrar na Rua Gonçalves Pinto e dirigir-se ao Teatro, abrindo, assim, o tradicional baile.

O baile no Teatro Municipal confirmou, mais uma vez, que Carnaval é, além de curtição, tradição. E nós podemos muito bem conciliar as tendências e os ritmos atuais com a tradição.  Acredito que essa simbiose possa ser a “fórmula” procurada para resgatar a animação dos dias oficiais de folia em Resende Costa.

Sob o som da Furiosa e da bateria do Rifugo, segurando uma latinha de cerveja (que não pode faltar!) e tomado pela emoção de poder pular carnaval no nosso Teatro Municipal, eu conversava com um amigo sobre o resgate das tradições do Carnaval. Dizíamos que, muitas vezes, para se resgatar alguma coisa é necessário voltar às raízes, às origens. E afirmamos, como muitos que, como nós, estavam animados e emocionados no salão do Teatro: “Esse é o verdadeiro Carnaval de Resende Costa!”

Parabéns e sugestões

Digna de aplausos a iniciativa de alguns empresários do comércio de Resende Costa que se uniram ao Gilson Ricardo, integrante da fanfarra Furiosa, e organizaram o Grito de Carnaval deste ano. Esse grupo demonstrou que a responsabilidade pela organização do Carnaval não deve ser somente do poder público. Enquanto festa popular, o povo também deve assumir iniciativas contando, obviamente, com o apoio do poder público municipal, garantindo infraestrutura e segurança.

Enfim, foi muito bom ver a Rua Gonçalves Pinto novamente tomada pelos foliões nos dias do Carnaval. Em sua conta no Facebook, a Polícia Militar destacou a manutenção da ordem e parabenizou os organizadores do evento: “Encerrado o Carnaval 2018 em Resende Costa. Graças a Deus, à organização, à segurança e ao bom comportamento dos foliões, não tivemos registros de crimes durante as festividades! Parabéns a todos os envolvidos!”

Valeu o esforço da comissão organizadora. Acredito que as mudanças propostas para este ano surtiram efeito positivo. Melhorias ainda podem ser feitas, todavia é necessário que os foliões resende-costenses prestigiem mais o nosso Carnaval, criando novos blocos e novas atrações, especialmente nos dias oficiais. É preciso que sejamos um pouquinho bairristas, abracemos a nossa cidade e valorizemos ainda mais as nossas tradições!

 

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