Adeus velha avenida


Voz do Cidadão

Luiz Esequiel de Resende (Bacarini)0

Até o final da década de 70, as manifestações carnavalescas em Resende Costa se resumiam praticamente aos bailes no Teatro Municipal e a um bloco que dali saía desfilando em direção à Avenida Gonçalves Pinto e depois retornava àquele. 

Acontecia, também, que alguns foliões se concentravam ou perambulavam na Avenida em pequenos grupos ou cordões fazendo cada um, à sua maneira, um tipo de batucada, coreografia e cantoria.

Com a evolução dos tempos, os bailes no Teatro se extinguiram e os movimentos passaram a acontecer, quase que exclusivamente, na Avenida, dando início a uma grande era do nosso carnaval. Os grandes bailes aconteciam embalados por uma sonorização mecânica e outros blocos foram se formando para abrilhantar o evento. Como não se lembrar dos blocos da Luzia, Maria Luísa, Turma do Funil e Acadêmicos da Ala Negra?        

Resende Costa começou a ganhar destaque pela qualidade do seu carnaval e, principalmente, pelos vários blocos pré-carnavalescos que foram surgindo, um a cada ano, estendendo cada vez mais o período de folia e atraindo, assim, foliões de outras cidades. Podemos citar os blocos das Domésticas, Pijama, Rifugo, Terno, Retalhos, Urubu, Branco  e do Cabeção, que sempre terminavam seu cortejo na Avenida. Assim, o nosso Carnaval tornou-se referência regional.

Entretanto, como tudo nesta vida se transforma, a Avenida Gonçalves Pinto foi se tornando inadequada diante das novas necessidades e sua infraestrutura obsoleta e deficiente, haja vista o espaço pequeno, a insuficiência de banheiros, áreas de alimentação e de arquibancadas etc. Tudo isto fez com que grande parte dos foliões, principalmente aqueles que residem em outras cidades, optasse por outros carnavais (Prados, Belo Horizonte etc.), comprovando, assim, a decadência do nosso.

Entende-se que, quando a tradição se torna prejudicial, é necessária a busca por novos caminhos. Não podemos marcar passo em cima de coisas que já estão superadas, precisamos caminhar para frente.

Com isto, em que pese a insistência dos organizadores em manter o carnaval na velha Avenida, nos últimos anos o sucesso de algumas manifestações carnavalescas, muitas vezes espontâneas, em outros pontos da cidade comprovam a necessidade de se tomar medidas urgentes e corajosas no sentido de se buscar um novo espaço físico e criar um novo modelo de carnaval.                              

   Adeus velha Avenida. Bem-vinda Alfredo Penido!                                                                             

Deixe um comentário

Faça o login e deixe seu comentário