Nesta edição, a primeira de 2025, as posses dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de Resende Costa e São João del-Rei ganharam destaque na cobertura do Jornal das Lajes. Ao longo dos seus quase 22 anos de existência, a se completarem em abril próximo, o JL sempre se preocupou com a agenda política em suas pautas, acompanhando e cobrindo os acontecimentos que marcam a vida da sociedade, sendo um canal de diálogo entre o cidadão e o poder público.
Ao folhear as páginas do jornal, o leitor não raro encontrará entrevistas com políticos e gestores públicos, além de reportagens e artigos que denunciam problemas que impactam a rotina das pessoas na cidade. Mas em suas páginas o poder público também encontra espaço e voz. Prova disso são as páginas publicitárias que a Prefeitura e a Câmara Municipal de Resende Costa possuem fixas no JL. Através delas, o poder público municipal leva ao leitor informações importantes de utilidade pública, informando acerca de projetos e leis que estão sendo aprovados e passarão a nortear os rumos do nosso município.
Dando, ao mesmo tempo e com o equilíbrio, voz ao cidadão e ao poder público, o Jornal das Lajes cumpre seu papel jornalístico de informar e formar opinião. Preocupa-nos, sobremaneira, a forma distorcida com que a sociedade vem enxergando a política, conceituando-a perversamente como uma atividade maculada pela corrupção, por pessoas obstinadas pelo prestígio, pela vaidade e ambição pelo poder.
Vemos a todo momento discursos, tanto na mídia quanto no senso comum, que apresentam a política como uma instituição falida, fracassada, desprezível. Não é o que pensamos. Em cada reportagem e entrevista que publicamos, o leitor poderá descobrir nas entrelinhas que o JL sempre prioriza a Política com P maiúsculo e acredita nela. Já fomos rotulados de “jornal da oposição”, mas também de “jornalzinho tendencioso que só divulga feitos favoráveis à administração”. Nenhuma das duas posições nos intimida, tampouco nos constrange. Continuaremos sempre garimpando pautas que mostram tanto o lado bom quanto o lado pernicioso e perverso da política. Deixamos, no entanto, claro que o que buscamos é o ideal do bem-comum, as boas ideias, os bons projetos, a boa política.
É missão da imprensa livre denunciar os desmandos, a corrupção e a má gestão pública. No entanto, é também nosso dever aplaudir e elogiar as boas ações, destacar lugares e governos em que a política vem sendo exercida em favor do povo, em prol da coletividade, buscando conectar o cidadão com a causa pública.
Ao invés de vibrarmos com pautas sensacionalistas que revelam somente a falência da sociedade (corrupção, mortes, violência...), preferimos comemorar as vitórias da política, dando destaque aos atores/gestores políticos motivados pelo idealismo, vocacionados para a causa pública. Em uma conferência a estudantes na Universidade de Munique, na Alemanha, em janeiro de 1919, intitulada “A Política como Vocação”, o sociólogo Max Weber aborda as relações internacionais, o poder, a natureza do Estado, mas, principalmente, apresenta as raízes que sustentam o político. Para Weber, o político vocacionado é aquele capaz de inspirar a admiração e conquistar a confiança do povo.
Que os agentes públicos do Executivo e do Legislativo que assumiram suas cadeiras no último dia 1º de janeiro sejam de fato políticos vocacionados. Se pudéssemos sugerir alguns mandamentos, seriam estes: inspirem-se sempre na causa do bem-comum; lutem pela qualidade de vida do povo; protejam-se na legalidade; governem para todos; descansem na utopia; sonhem com a prosperidade da sua gente e da sua terra; ancorem-se na ética. Enfim, coloquem em prática o que prega o sociólogo Max Weber, ou seja, o político verdadeiramente vocacionado deve se preocupar sempre em vencer o pecado da “vaidade vulgar”.