Algum tempo atrás eu escrevi “A Academia”. Essa crônica “malhava” pejorativamente quem “malhava” em academias. Mas as coisas mudam...
Estou entrando no quinto mês de academia. O primeiro mês, em novembro, coincidiu com uma quinzena de minhas férias e eu frequentei a academia por seis dias apenas. Em dezembro vieram as festas de fim de ano que tomaram meu tempo e minha disposição por mais uma quinzena. Resultado: mais seis dias de academia. Janeiro é ano novo, propício para novos desafios, regimes, metas e etc.: dezoito dias de academia! E em fevereiro dezessete dias de academia, com carnaval e tudo.
Tudo começou por dois motivos. O primeiro foi quando eu, no sítio, senti dificuldades em montar num cavalo. Pensei que algo estava errado comigo, que não era tempo de eu ter essas dificuldades, ainda mais que tinha encontrado o David do Ciro há poucos dias, com seus mais de noventa anos, tocando uma boiada de cima de um cavalo. O segundo foi a notícia do casamento da minha filha, que vai ser realizado numa praia. Fiquei me imaginando encolhendo a barriga para as fotos em pleno casamento dela. Peguei o telefone e liguei para ela: “filha, acabo de me inscrever no programa “pai enxuto no casamento da filha!”
Um amigo meu, José Maria, me disse que nós temos que nos propor a ir à academia cinco vezes por semana. Fazendo isso, provavelmente iremos pelo menos quatro vezes. Mas se se fizer o propósito de ir três, provavelmente iremos duas vezes, ou menos... Ele sabe o que diz, tem minha idade e anos de academia. Assim tenho feito e assim tem dado certo.
Todos os dias eu acordo cedo, muito cedo. Acordo com o clarear do dia. Antes, enrolava na cama com o notebook, lendo e-mails, até a hora de levantar para ir para o trabalho. Agora não. Levanto, tomo um café e vou para a academia. Volto, tomo um banho e chego a tempo ao serviço. Quem diria? As coisas realmente mudam.
Há poucos dias, Cleisiane, uma amiga, postou na sua página do facebook que estava começando academia “até que a preguiça nos separe”. Acho que quer reaprender Inglês também (e eu também). Tudo agora, em 2014. A preguiça é nossa maior inimiga mesmo, ela tem razão. Mas ao mesmo tempo, ela é como um vício, uma vontade que a gente pode dominar e a satisfação de conseguir dominá-la nos dão um conforto e um prazer muito grandes. Tenho sentido conforto e prazer em frequentar a academia.
As pessoas começam a notar alguma diferença em mim. Dizem que emagreci. Neste carnaval, montando a cavalo, eu próprio reparei que estava mais ágil para montar. Pensei: “já estou quase igual ao Seu David”! E ri de mim mesmo. O casamento é em agosto. Até lá quero estar igual ao José Maria, o amigo de que lhes falei. Minha filha merece!
Apesar de tudo isso e ao mesmo tempo deixei um alerta no quadro de avisos lá em casa: “se me virem andando de camiseta regata mandem me internar porque pirei de vez”. Afinal, tudo tem limite!