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O desenvolvimento da cidade e a necessidade de implementação de um código de postura

14 de Outubro de 2021, por Edésio Lara

O desenvolvimento de Resende Costa e de cidades vizinhas é notório. Cada uma, ao se inclinar para determinada atividade comercial, gera trabalho que envolve parte significativa de suas respectivas populações. Os rendimentos advindos do desenvolvimento geram riqueza e bem-estar para todos. Não por acaso, vimos as cidades crescendo com destaque para setores como o da construção civil, que absorve mão de obra local na sua totalidade. Serviços de hotelaria, bares, restaurantes, transportes, entre outros, acompanham essa tendência.

Lagoa Dourada, forte no setor agrícola, se sobressai também no comércio de móveis e no famoso e delicioso rocambole. São Tiago se estabeleceu como a cidade mineira do biscoito. Foi, inclusive, no último dia 2 de setembro, reconhecida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais como “Capital Estadual do Café com Biscoito”, através de proposta encaminhada pelo deputado estadual Cristiano da Silveira. O índice de desemprego na cidade é igual a zero, muito em função da produção artesanal de biscoitos.

Coronel Xavier Chaves, que tem o alambique mais antigo do Brasil – remonta ao século XVIII –, atrai interessados nos trabalhos em pedra. Prados chama a atenção por causa de suas lojas e ateliês de artesanato no Bichinho. São de interesse geral os trabalhos em couro, madeira, palha, ferro, linha, cerâmica, cabaça, bambu, papel machê e resíduos descartados. O número de turistas que circulam por lá é enorme, todos ávidos por oportunidades de conhecerem as belezas da cidade e os trabalhos realizados pelos artesãos locais.

Tiradentes, que conseguiu preservar o casario, igrejas e outros imóveis construídos a partir do século XVIII, tem como produto o patrimônio arquitetônico e artístico admirado por turistas do mundo inteiro. Resende Costa, que faz parte desse grupo, tem sua economia baseada no artesanato sim, mas vem se destacando também, mesmo que de forma ainda discreta, no setor de alimentos e bebidas artesanais.

Paralelamente à atividade comercial, uma agenda consolidada de eventos contribui para o aumento de pessoas circulando pelas cidades ao longo do ano. São João del-Rei, que ainda mantém parte de seu patrimônio arquitetônico, artístico e cultural preservado, é bom exemplo. Suas cerimônias religiosas, como a Semana Santa e a festa de Nossa Senhora da Boa Morte, são admiradas devido à beleza e à organização. Enquanto em muitos lugares essas celebrações não são mais realizadas, como eram em épocas anteriores, os são-joanenses, orgulhosamente, se empenham em manter a tradição de encená-las com boa música tocada e cantada por suas orquestras bicentenárias. A boa notícia é que, a exemplo de São João del-Rei, suas cidades vizinhas seguem firmes com a mesma proposta.

Além do comércio, acompanhamos nos municípios o surgimento de diversas ações que visam à saúde e ao lazer dos seus participantes. Grupos organizados de ciclistas e motociclistas que percorrem trilhas nos arredores das nossas cidades que o digam! A recente criação do percurso Turístico “Caminhos de São Tiago” atesta o interesse crescente entre pessoas dessas cidades pela prática de esportes.

Tudo isso nos leva a pensar em duas coisas para bem atender às pessoas. Ao setor público cabem a segurança, a higienização, a organização e o estabelecimento de normas para a utilização de espaços. Do setor privado esperam-se a organização de eventos e a oferta de produtos e serviços de qualidade.

É nesse momento que se abre uma discussão a respeito do que a Prefeitura Municipal precisa fazer. E isso tem a ver com o Código de Posturas do município. Nele devem constar as regras que norteiam o comportamento de todos, com vistas ao bem comum. Ele tem por objetivo, através de leis, disciplinar condutas, promover a harmonia e o equilíbrio do espaço público.

Não sei como os municípios citados aqui têm se comportado com respeito a isso. Noto que já há pessoas interessadas em aprofundar discussões sobre essa questão em Resende Costa. Delimitação de espaços destinados a eventos e comercialização de produtos diversos em espaço público, faixas exclusivas para circulação de pedestres, regras para plantio e poda de árvores, ocupação de espaços para comercialização de quaisquer produtos são algumas das muitas situações que demandam debate, aprovação pela câmara de veadores e sanção pelo prefeito municipal para serem colocadas em prática. E isso é urgente.

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