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Declarações e conversas

21 de Julho de 2022, por João Bosco Teixeira

Aprecio bem certas falas.

- Neto, de dez anos, conversava com o avô que segurava na mão o celular: Vovô, não chama isso de telefone não, vovô; isso é celular, que serve até para telefonar, mas não é telefone não. E, depois, acrescentou: Vovô, acho vocês muito esquisitos; vocês ligam para as pessoas sem saber se elas podem atender. Manda um zap antes, perguntando se pode ligar.

- Em reunião de família católica, a mãe dizia que não suportava mais ir à igreja para ouvir os padres. Uma das filhas presentes diz: Mamãe, você já sai de casa reclamando dos padres. Se você vai à igreja por causa dos padres, alguma coisa está muito errada, não?

- A comadre encontrou o compadre, depois de muito tempo. Ficou impressionada: era um homem alegre, cheio de vida; agora anda carrancudo. Ô compadre, você está doente? - Por que? indagou ele. Estou te achando meio triste. - Não, comadre, é porque agora sou crente, me converti. Uai, compadre, conversão que não traz alegria não é verdadeira não.

- Na roda de bar, um cidadão se orgulhava, seguidas vezes, de contar um fato escandaloso, sem citar o protagonista. Cansado dessa situação, um amigo virou-se para ele e disse: Tudo pela metade é verdade, mas é mais fácil de ser mentira também.

- O colega se orgulhava de não acreditar mais em Deus, nem nos santos, nem em coisa nenhuma. O amigo, ouvindo aquilo, indagou: Com todo respeito, em quê que você crê agora que deixou de acreditar?

- Oh! Quer saber. Eu não ando me preocupando com mais nada. Acho que está tudo tão doido que não ligo mais para nada. O outro, ouvindo isso falou: - Mas, se você perdeu a razão de viver, a partir de onde orienta sua vida?

- Outro cara se orgulhava de descrer disso, daquilo, de tudo enfim. Mas continuava a falar sobre todos os assuntos. Um colega atento, quando teve oportunidade falou: Eh! Passamos de uma sociedade de crenças para uma sociedade de opiniões, não é?É bom, porque assim cada um fala o que quer.

- Ainda no bar. Um frequentador se orgulhava de não ligar mais para Deus, cansado de decepção. Entendo o que você está dizendo, interagiu um colega. Para você a vida sem Deus seria mais livre, não é? Deus é um estorvo que o impede de viver prazerosamente, não? Deus inimigo de sua felicidade. Ruim, hein?

- A esposa quis acompanhar o marido na consulta médica. Lá pelas tantas, indagou do profissional: não é verdade, doutor, que quem toma este remédio que o senhor está receitando tem que tomar um diurético? O médico respondeu: Neste dia eu matei a aula, minha senhora.

Ministro do Supremo Tribunal Federal fazia conferência nos EE.UU. Chamado de mentiroso por pessoas do público, não titubeou em dizer que “Um dos problemas que estamos enfrentando no Brasil é um déficit imenso de civilidade”.

Declaração? Conversa? Não, autoconfissão.

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