- “Permanente como as grandes endemias que devastam a humanidade, universal como o vício, furtivo como o crime, solapador no seu contágio como as invasões purulentas, corruptor de todos os estímulos morais, como o álcool, ele zomba da decência, das leis e da polícia, abarca no domínio de suas emanações a sociedade inteira, nivela sob a sua deprimente igualdade todas as classes, mergulha na sua promiscuidade indiferente até os mais baixos volutabros do lixo social, alcança no requinte das suas seduções as alturas mais aristocráticas da inteligência, da riqueza, da autoridade e dos destroços das longas madrugadas do Cassino”. (Rui Barbosa)
- “O serviço público será sempre um serviço mau e caríssimo, além de redundar na criação de um viveiro de empregados sem os requisitos necessários para o bom desempenho de suas funções, pelo menos em véspera de eleições. Aí serão colocados todos os companheiros que, não podendo vencer na vida e se equilibrar em determinada profissão, recorrerão a esse meio”. Gaspar Saldanha, deputado estadual do Partido Federalista Gaúcho em 22 de novembro de 1919.
- O Brasil já não possui CONSTITUIÇÃO. O que há são Onze Constituições ambulantes no país, uma em Nova York, outra em Londres e por aí. (Aldo Rebelo)
- Aos brasileiros não convém saber por onde, com quem, para que autoridades servem-se dos aviões da Força Aérea Brasileira ao se locomoverem, pois O TCU autoriza sigilo de autoridades em voos de avião da FAB.
- Os desgastes entre os Três Poderes ganharam novo capítulo após o ministro Cristiano Zanim atender a um pedido do Governo Lula e suspender trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de empresas e prefeituras.
Como não viver hoje uma lembrança? Como não ver na lembrança uma denúncia? Como não entender essa denúncia face a uma realidade tão desconfortável? Assalta-me uma certeza: não nos podemos deixar mais levar pela razão. Não, já não há lugar para ela em nossos dias político-judiciários. A razão nos foi roubada. A razão está envolta em sangue. Já não lhe sobram espaços. Onde ela devia imperar, a garantir vida segura para todos, implantou-se supremo poder judiciário, incontestável, garantidor de que o crime compensa, de que nenhum sofrimento seja capaz de sensibilizá-lo, de que seus membros têm, na ironia, a máxima manifestação de seu comportamento ético.
Já nenhum motivo existe para que os humanos se sintam seres pensantes. Pensar tornou-se um risco de lesa majestade, embora majestade não haja, de direito, em nenhum daqueles que se conferiram poderes eliminadores da Constituição. Os brasileiros fomos reduzidos a espécies menores da natureza, aquelas sem qualquer vestígio de razão. O homem, entre nós, está nu. A razão nos foi desqualificada. Ao corpo amordaçado, resta-lhe apenas um coração partido pela vergonha. Restam-lhe as emoções, ainda assim, com enormes restrições, ainda assim, com olhos embebidos de ódio a nos contemplar, ameaçadores”. Discurso em 21 de abril de 2024, na celebração emblemática do mártir Tiradentes.