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El Clásico - a maior rivalidade do mundo

13 de Setembro de 2020, por Samira Silva

A rivalidade ia crescendo, década após década. Nos anos 70 e 80, o Real já deixava o rival Barça para trás, que voltou a incomodá-lo no início dos anos 90 com a conquista de sua primeira UCL (UEFA Champions League). Ali o clube catalão começou a se estabelecer novamente, aplicando inclusive um histórico 5x0 no rival, em 1994, com hat-trick de Romário.

A rivalidade entre Real Madrid e Barcelona transcende os campos futebolísticos, dado que o Real representa psicologicamente a realeza e o poder centralizador de Madrid: por outro lado, o Barça representa a cultura, o povo catalão e o seu desejo histórico de independência. Daí a força desse confronto, pois, diferente da maioria dos países onde os principais clássicos envolvem clubes da mesma cidade, o El Clásico, disputado pelos dois maiores clubes de diferentes regiões espanholas, envolve até mesmo pensamentos e anseios políticos distintos. Talvez seja por isso o clássico de maior rivalidade na Europa.

A rivalidade entre Real Madrid e Barcelona é maior até do que entre eles e os seus rivais conterrâneos – Atlético de Madrid X Real Madrid e Espanyol X Barcelona. O Barça, no caso, muito mais pela sua enorme superioridade em relação ao rival Espanyol, também da cidade de Barcelona.

Em 1943, aconteceram as semifinais da Copa do Rei. No jogo de volta o Madrid goleou o Barcelona por 11x1 (maior goleada da história dos clássicos envolvendo as duas equipes), iniciando uma era em que o roteiro estava claro: os dois clubes jamais seriam “amigos”. Muitos questionam esse placar, argumentando que alguns jogadores do Barcelona teriam sido ameaçados. Os madridistas negam. Tornava-se claro que, além do futebol, havia também questões políticas no El Clásico – a Espanha vivia o período de ditadura.

Dentro de campo, essa rivalidade não teve um ponto de partida específico. Mas, em 1953, a contratação de Di Stefano, que havia acertado com os dois times e acabou indo jogar no Real Madrid, onde seria ídolo posteriormente, aflorou ainda mais a briga entre ambos os clubes, sobretudo pela forma como ocorreu o desfecho da transação.

Em 1968, na partida da final da Copa do Rei, o Barça abriu o placar de 1x0. Um clima bem tenso envolveu a disputa. A torcida do Madrid arremessou muitas garrafas dentro de campo durante o jogo e depois do apito final, impedindo a tradicional volta olímpica do Barcelona.

Após ter atuado durante cinco temporadas pelo Barcelona, Luís Figo gerou fúria nos torcedores catalães ao vestir, em seu primeiro El Clásico, a camisa blanca do rival. O craque português foi severamente hostilizado no Camp Nou, casa do Barça. Até hoje acredita-se que foi a maior vaia ouvida em um campo de futebol. Não só da vaia, Figo foi também alvo de vários objetos jogados no campo, entre eles uma cabeça de porco.

História diferente ocorreu com Ronaldinho Gaúcho, que, em 2005, deu um show na vitória por 3x0 do Barcelona sobre o Real Madrid e foi aplaudido de pé pela torcida do Real. O craque brasileiro teve atuação mágica naquele jogo, fazendo dois gols muito parecidos, em arrancadas incríveis. Não à toa ele é considerado um dos maiores jogadores da história.

Falemos agora daquela que foi, talvez, a maior era do El Clásico. Pelo menos, uma das mais vistas e prestigiadas fases: a de Messi e Cristiano Ronaldo. Os craques argentino e português, respectivamente, foram protagonistas de um período que marcou também a rivalidade entre dois grandes treinadores: Pep Guardiola, do Barcelona, e Mourinho, do Real Madrid. A disputa aconteceu dentro e fora das quatro linhas, com alfinetadas por todos os lados. Pep Guardiola levou a melhor nos confrontos entre as duas equipes, vencendo 5 partidas, empatando 4 e perdendo apenas 2. Destaca-se entre elas uma sonora goleada por 5x0. Domínio total dos catalães. No entanto, na mesma temporada, foi a vez da revanche. O Real Madrid sagrou-se campeão da Copa do Rei em cima do Barça, com gol de Ronaldo Fenômeno na prorrogação.

Por sua vez, Messi e Cristiano Ronaldo protagonizaram grandes jogos, grandes momentos, sempre com os dois brilhando cada vez mais. O argentino se tornou o maior artilheiro da história do clássico, superando o lendário Di Stefano.

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