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Altruísmo socioambiental: uma reflexão

12 de Dezembro de 2017, por Instituto Rio Santo Antônio

Está chegando o final de dezembro e é tempo de uma reflexão sobre o que fizemos e o que temos como projeto para o novo ano que se aproxima. Nossos projetos certamente envolvem outras pessoas, tempo, saúde, emoções, recursos financeiros etc. Nesse sentido, conforme Durkheim, sociólogo francês, o homem é um ser coletivo. Isto é, vivemos em sociedade e ninguém, por mais isolado que possa parecer, consegue sobreviver sozinho. Dessa forma, devemos nos esforçar em prol de um bem-comum, de um altruísmo socioambiental.

Então, primeiramente, vamos às definições. Segundo os dicionários, altruísmo é a inclinação para fazermos o bem ao próximo, é a dedicação desinteressada às outras pessoas. Essa palavra foi criada pelo filósofo Auguste Comte, para descrever um comportamento oposto ao egoísmo. Portanto, é sinônimo de filantropia (amor e dedicação ao ser humano; bondade e generosidade para com o próximo) e de solidariedade (sentimento de identificação com os problemas de outrem, o que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente; sentimento de ajuda, apoio). Altruísta é o indivíduo que se dedica aos outros sem o objetivo de obter algum benefício em troca, é aquele que pensa nos outros antes de pensar em si próprio. 

Você, leitor, deve estar pensando, fácil escrever e difícil fazer. Verdade! Ainda mais se pensarmos que estamos numa sociedade capitalista, que estimula o comportamento individualista, utilitário e egoísta. Esse tipo de comportamento vem sendo moldado ao longo da história e, felizmente, os estudos de hoje discordam da noção de que somos essencialmente individualistas e agressivos. Isso quer dizer que a sociedade sempre tem a chance de se renovar, de alterar seus padrões e sua organização. Esse processo de mudança passa, em todos os seus sentidos, pela educação.

Já o termo socioambiental se refere à relação da sociedade com o meio ambiente, levando em conta os desafios e os processos sociais. Refere-se também à busca da sustentabilidade. É bom lembrar que meio ambiente não é simplesmente os meios físico (rochas, solos, água) e biótico (fauna e flora). É também o social. E aí entra o homem e sua relação com os seus pares e com a natureza, em toda sua complexidade. Isso mesmo! Meio ambiente não é somente as árvores da Amazônia, os peixes do São Francisco ou a água da cachoeira dos Pinto. Nós fazemos parte do meio ambiente, nossas ações e comportamentos refletem diretamente no sistema em que estamos inseridos.

Outro conceito associado é o de responsabilidade socioambiental, que é uma postura individual ou coletiva (de uma empresa, governo ou associação, por exemplo) na qual se adotam práticas em benefício da sociedade e do meio ambiente, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Nessa perspectiva, alguns afirmam que é só a partir de práticas socialmente responsáveis que conseguiremos uma sociedade mais sustentável, ou seja, que a humanidade pratique menos danos ao meio ambiente e que seja socialmente mais igualitária.

E depois de tanta teoria, vamos pensar um pouco no que podemos fazer para melhorar o mundo que nos cerca. Como somos responsáveis pela comunidade e pelo ambiente em que vivemos, precisamos cuidar deles. Para isso, doe um pouco do seu tempo em prol de uma causa coletiva e altruísta. Veja o que você conhece e em quais condições pode fazer. Participe de movimentos de bairros, ONGs, associações esportivas, eventos culturais, grupos religiosos ou da terceira idade, faça visitas, plante árvores, não jogue lixo nas ruas, sorria e agradeça pela sua vida todos os dias. Ah, se você não tem tido muito tempo, ajude financeiramente. Muitas famílias estão necessitadas e, principalmente, instituições filantrópicas, tais como casas de apoio, creches, lar de idosos, APAE. Esse é, sem dúvida, o caminho para uma vida sustentável. É sempre bom lembrar que cada um tem seu tempo. Quem nunca precisou ou precisará de ajuda em algum momento da vida?

Enfim, nas palavras de Rafael Azzi: “Dessa forma, pode-se afirmar que o desafio do nosso tempo é desnaturalizar o egoísmo social que foi imposto e recuperar nossa empatia natural, não apenas em relação aos grupos de pertencimento, mas sobretudo ampliada em relação a toda nossa espécie”.

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