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A importância da questão ambiental

17 de Agosto de 2022, por Instituto Rio Santo Antônio

Luíza Barbosa Guimarães*

Adriano Valério Resende**

 

Sustentabilidade ambiental significa fazer uso dos recursos naturais de forma responsável, explorando apenas o necessário, sem que haja o comprometimento da existência das gerações futuras. À primeira vista, isso parece básico e de simples execução. No entanto, a realidade se mostra outra, quando diariamente valores ambientais são constantemente desrespeitados.

Historicamente, a partir da Revolução Industrial e do gradativo aumento populacional, o homem passou a transformar a natureza cada vez mais intensamente. Desde então, a falta de ética ambiental e a crescente exploração dos recursos vêm trazendo consequências socioambientais crescentes, o que, no final das contas, acaba comprometendo a qualidade de vida do próprio homem.

As questões ambientais começaram a ser debatidas na segunda metade do século XX. Para evitar que a Terra entrasse em colapso, foram feitas conferências mundiais e assinados acordos internacionais propondo um modelo de desenvolvimento alternativo que garanta a preservação da natureza e dos recursos naturais e, assim, minimize os impactos ao meio ambiente. Contudo, alguns países e empresas ainda insistem em simplificar as consequências ambientais e não cumprirem integralmente as legislações e os acordos.

Nessa perspectiva, foram realizadas pela ONU cinco conferências mundiais sobre o meio ambiente. A primeira foi em Estocolmo, na Suécia, em 1972, há 50 anos. Reuniram-se 113 países e 250 organizações ambientais internacionais. Na conferência, foi discutido o antagonismo entre desenvolvimento e meio ambiente e criada a Declaração de Estocolmo: lista com 26 princípios para preservação ambiental. Foi também criado o PNUMA (Programação das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Vinte anos depois, no Rio de Janeiro, aconteceu a segunda conferência, chamada de Rio 92 ou ECO 92. Na ocasião, reuniram-se líderes de 178 países e milhares de representantes de associações ambientais. Como resultado, foram elaboradas duas convenções (da Biodiversidade: buscava frear a destruição da fauna e flora; e das Mudanças Climáticas: buscava diminuir a emissão de poluentes), uma declaração de princípios (Declaração de princípios relativos às florestas: série de indicações sobre manejo, uso sustentável e outras práticas voltadas à preservação dos biomas) e um plano de ações (Agenda 21: programa para a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável). Nessa conferência, foi oficializada a expressão “desenvolvimento sustentável”, proposta em 1987 no relatório Nosso Futuro Comum.

Em 2002, foi a vez da Rio+10, realizada na África do Sul, que reuniu 189 países. Os quatro principais temas discutidos foram: erradicação da pobreza, mudanças no padrão de produção e consumo, utilização sustentável dos recursos naturais e possibilidades de se compatibilizarem os efeitos da globalização com a busca do desenvolvimento sustentável. Foi elaborada a Declaração de Johanesburgo para solucionar os problemas de cunho social associados à globalização, como a miséria e a fome.

O Rio de Janeiro sediou outra conferência, em 2012, a chamada Rio+20, contando com a presença de representantes de 193 países. Houve um retorno às questões já tratadas anteriormente e foi elaborado o documento “O futuro que queremos”, o que praticamente não apresentou avanços às propostas anteriores. Foi estabelecida também a “economia verde”, que visava à melhoria do bem-estar da humanidade, reduzindo os riscos ambientais.

Agora, em 2022, foi realizada a Estocolmo+50, em comemoração ao jubileu da primeira conferência. Participaram menos chefes de Estado do que nas edições anteriores devido à conjuntura política internacional. Foi proposta a necessidade de se acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, criado pela ONU em 2015.

Por fim, faz-se necessário o despertar da consciência ecológica mundial, entrelaçando questões ambientais, sociais, econômicas e éticas. Nesse sentido, as conferências mundiais sobre o meio ambiente tiveram um papel fundamental. Mas, fica evidente que precisamos intensificar a busca por um planeta mais saudável a ser entregue às próximas gerações.

 

*Aluna do Curso Técnico de Meio Ambiente – CEFET/MG

**Professor CEFET/MG

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