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Gerenciamento Holístico – Uma nova maneira de pensar para se conseguir uma vida melhor

16 de Abril de 2014, por Instituto Rio Santo Antônio

Alberto Nagib de Vasconcellos Miguel*

Alguns de vocês que estão lendo este artigo estiveram em uma palestra promovida há algumas semanas atrás pelo SICOOB, que me levou para conhecer esta linda cidade e seu povo trabalhador, honesto, com vontade de progredir e com energia para dar e vender. Adorei a oportunidade que me deram de escrever este artigo e poder ampliar o número de pessoas que poderão acessar esta nova ferramenta, sobre a qual escrevo agora.

A visão que muitas das pessoas têm do mundo, hoje, é de uma grande confusão: não sabemos como chegamos nela, nem muito menos como sair dela. Por um lado, vemos as nossas cidades se desenvolverem, crescerem e o dinheiro fluir mais livremente. De outro, este mesmo desenvolvimento e crescimento traz coisas indesejáveis, tais como problemas sociais (aumento de roubos, assassinatos, divisão social entre as pessoas, alguns se tornando muito ricos e outros simplesmente não conseguindo sair da pobreza). Pior ainda, o mundinho em que vivemos se torna mais poluído, com mais fumaça em nossos céus, mais sujeira em nossos rios e mais lixo em nossas cidades e propriedades rurais (só é preciso olhar para os pastos, para ver a quantidade de sacos plásticos voando e causando intoxicação em animais).

Para alguns, isto é algo impossível de se controlar e que teremos que conviver com estes problemas, se quisermos progredir. Para outros, o simples fato de estarmos degradando o nosso lugar já é motivo para grandes preocupações. Somem-se a isto os problemas sociais de que falamos acima e está declarada a guerra ao progresso!

Mas será possível que não conseguimos, com toda a nossa inteligência, alcançar o progresso sem que os problemas sociais e ambientais apareçam para estragar a festa?

Aqui entra o Gerenciamento Holístico. Esta ferramenta, de muito fácil aplicação e extremamente simples, nos faz tomar decisões que são, ao mesmo tempo, econômica, social e ambientalmente corretas!

Pense em um banquinho com três pernas: se nós tivermos qualquer uma das pernas mais curta do que as outras, o banquinho nunca conseguirá se manter em pé. Assim é com o nosso mundo: se não conseguirmos um balanço ideal entre a economia, a sociedade e o meio ambiente, nunca conseguiremos, de fato, ser sustentáveis. A todo momento que quisermos aumentar apenas uma das pernas estaremos desequilibrando o banquinho, o que vai fazer com que, em longo prazo, o banquinho caia! Para nós, que praticamos Gerenciamento Holístico, o banquinho é o “todo” que precisamos manejar e as pernas são os três grandes cenários que precisamos manter em equilíbrio quando tomamos uma decisão em qualquer situação na qual estamos envolvidos.

Todos nós, de um jeito ou de outro, alguns mais e outros menos, causamos algum impacto no meio ambiente. Mas o que é este tal de meio ambiente? Para alguns é algo que está lá longe e se conversarmos com algumas pessoas das cidades grandes acabamos descobrindo que “meio ambiente” é algum lugar que eles vão visitar aos finais de semana. Pegam seu carro, carregam-no com todos os apetrechos possíveis, enfiam as crianças dentro e vão curtir a “natureza” (outro sinônimo de meio ambiente).

Nós que moramos em cidades menores sabemos que natureza é tudo o que nos rodeia e que estamos dentro dela o tempo todo. Não dá para falar em vida sem pensar em natureza. O esgoto da cidade simplesmente não sai do cano de descarga e desaparece, mas vai parar em algum lugar onde causará alguma transformação no meio ambiente, que chamamos de “impacto ambiental”. Assim, você, contador, advogado, técnico em informática, ou qualquer outro profissional da cidade, não pode simplesmente virar as costas para o meio ambiente, porque também está, de alguma forma, impactando este meio ambiente onde vive. E, acredite, a água que você toma hoje é a mesma que os dinossauros tomaram a 200 milhões de anos atrás! Afinal, como o cientista francês Lavoisier falou, há 220 anos atrás, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

Quando estiver fazendo algo que pode poluir e pensar que não vai atingi-lo, lembre-se de que, por causa da frase acima, esta poluição pode acabar voltando à sua mesa na forma do arroz, feijão, peixe ou carne que você está comendo ou dando de comer aos seus filhos. Está na hora de entendermos isso e assumirmos nossa responsabilidade, fazendo a nossa parte.

 

 

*Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ – USP turma de 84. Tem pós-graduação em Perícias de Engenharia e Avaliações pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado).

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