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O plástico: a polêmica do século XXI

11 de Maio de 2022, por Instituto Rio Santo Antônio

Impossível pensar a nossa vida hoje sem o plástico. Na sociedade consumista em que vivemos, o utilizamos em quase todos os produtos. Ele está presente em objetos de uso doméstico e até em equipamentos eletrônicos. Por outro lado, o plástico se tornou um problema para a natureza devido ao seu descarte em locais inapropriados e por ser, na maioria das vezes, de difícil decomposição.

A história do plástico começou com o químico inglês Alexandre Parkes que, em 1855, descobriu um material orgânico derivado da celulose. Posteriormente, alguns pesquisadores identificaram novos materiais mais baratos, o que permitiu sua produção em escala industrial. Cita-se, por exemplo, as pesquisas de Leo Baekeland, que, em 1907, descobriu como controlar a reação que deu origem ao fenolformaldeído, ou em outros termos, descobriu um tipo de cola artificial que vira plástico.

O primeiro plástico sintético apareceu ainda no século XIX, no entanto, foi a partir de meados do século XX que se registrou um crescimento acelerado em seu consumo. Assim, houve uma mudança drástica nos lixos dos países ricos, fato que gradativamente se espalhou para o resto do mundo. Destaca-se que, inicialmente, ele surgiu com o objetivo de substituir materiais de origem animal, como o marfim dos elefantes, os cascos e chifres dos bovinos, no entanto, o seu uso foi se ampliando, por ser um material leve, versátil e resistente.

A maior parte do plástico que utilizamos é derivada do petróleo, ou melhor, de dois subprodutos do seu refino: parafina e, principalmente, nafta. No processo, ocorre o “craqueamento” (quebra de algumas ligações químicas), isto é, as moléculas complexas são subdividas em outras mais simples, chamadas de monômeros. O último passo é a polimerização, no qual uma série de moléculas monoméricas são agrupadas e ordenadas, dando origem ao polímero, que é uma substância de propriedades variadas.

Em termos gerais, os plásticos podem ser divididos em dois grupos, de acordo com características como fusão e derretimento: termofixos e termoplásticos. Os primeiros, após moldados, são irreversíveis, por isso são utilizados em bens de consumo duráveis, como em carros e eletrodomésticos. Já os segundos são maleáveis e podem se fundir várias vezes, sendo reaproveitáveis e, portanto, recicláveis.

Apesar de ter sido um material revolucionário devido a sua versatilidade, o plástico se tornou um dos materiais mais prejudiciais ao meio ambiente, principalmente pelo elevado tempo de decomposição, o que evidencia a importância de sua reciclagem. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, ainda não há informações concretas a respeito do tempo de decomposição de cada tipo, mas os estudos estimam o seguinte: sacola plástica fina, 100 anos; canudo, 200; garrafa plástica, 450; fralda descartável, 450; linha de pescar, 600.

Com a crise do petróleo na década de 1970, houve buscas por alternativas ao plástico sintético, assim, as atenções se voltaram para a pesquisa de Maurice Lemoine, um pesquisador francês que em 1926 descobriu o primeiro bioplástico. Atualmente, ele é formado por resinas biodegradáveis derivadas de fontes renováveis de biomassa. No Brasil, pesquisadores estão desenvolvendo plásticos biodegradáveis, que se dissolvem em contato com água ou terra. A matéria-prima mais utilizada é a cana-de-açúcar, gerando o chamado plástico verde. Esses novos plásticos deverão ser utilizados para consumo rápido como talheres, pentes, utensílios médico-hospitalares etc. No entanto, o plástico biodegradável é mais caro, o que ainda inviabiliza seu consumo em massa. Uma questão a ser destacada é que a sua destinação inadequada os torna tão nocivos ao meio ambiente quanto os plásticos comuns. Daí a necessidade da coleta seletiva e da reciclagem eficientes.

Apesar de ser antigo, indicamos o curta metragem brasileiro “Ilha das Flores”, que traz uma mensagem sobre sociedade consumista, disposição de lixo e desigualdade social.

Por fim, reciclar os plásticos e quaisquer outros materiais significa diminuir a pressão sobre os bens naturais e evitar a contaminação do meio ambiente. Senão, num futuro próximo, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. Conseguem perceber o quão grave é a situação?

Millena Kelly Pereira de Souza – aluna do Curso Técnico de Edificações – CEFET/MG

Adriano Valério Resende – Professor CEFET/MG

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