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Petróleo: gigante da energia, mas um vilão ambiental

16 de Marco de 2022, por Instituto Rio Santo Antônio

Danielle de Souza Silva e Gabriela de Oliveira Lima*

Adriano Valério Resende**

 

A fonte de energia mais utilizada no mundo é o petróleo. Trata-se de um combustível fóssil que está bastante presente em nossa vida pela sua capacidade de ser matéria-prima para inúmeros subprodutos, que vão desde a gasolina até o plástico. No entanto, apesar da flexibilidade e importância para a humanidade, a sua expressiva utilização gera inúmeros problemas ambientais.

O petróleo é um combustível fóssil, originado pela decomposição de organismos marinhos (os plânctons), sendo uma substância de natureza inflamável e não renovável. Acredita-se que sua utilização remonta à antiguidade, especialmente por povos do Oriente Médio. No entanto, sua utilização em escala industrial se deu a partir de meados do século XIX, quando foi desenvolvido o processo de refino e inventou-se o motor a combustão interna, movidos a óleo diesel e a gasolina. No final do mesmo século, ele já respondia por quase 50% do consumo de energia. Ainda hoje, apesar de diversas inovações e adesões a novas fontes de energia, o petróleo ocupa lugar de destaque no ranking. 

A utilidade e o uso do petróleo são vastos. Além de ser fonte de energia, ele também é utilizado na fabricação de borracha sintética, solventes, asfalto, gás de cozinha, óleos lubrificantes, plásticos, grande maioria dos xampus e condicionadores, ceras, tintas para cabelo, analgésicos, roupas, produtos de limpeza em geral, alimentação (alguns corantes e conservantes), fertilizantes artificiais, pesticidas, entre outros. Apesar dos esforços para diminuir a dependência desse recurso, especialmente na sua utilização como combustível, é inegável a sua importância e versatilidade.

Os países que detêm as maiores reservas de petróleo são os membros fundadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), criada em 1960, que funciona como um cartel, com a função de regulamentar a produção e o comércio do óleo. São eles:  Venezuela, Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait. Atualmente, são 14 países-membros, envolvendo países da África, Ásia e América Latina. O grupo detém aproximadamente 80% de toda reserva mundial e 45% da produção atual. Arábia Saudita, Estados Unidos e Rússia são responsáveis por grande parte da produção mundial. Os dois principais consumidores são Estados Unidos e China. Para se ter uma ideia, são consumidos diariamente quase 100 milhões de barris (um barril tem 158,9 litros). Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o Brasil possui a 16ª reserva provada de petróleo em 2020, sendo ainda o 9º maior produtor e o 8º consumidor. 

A indústria petrolífera possui um grande potencial de riscos para o meio ambiente e pode afetá-lo em diferentes níveis. Praticamente, todas as etapas (extração, transporte, refino e distribuição) podem causar algum tipo de poluição, seja no ar, na água ou no solo. Alguns dos impactos ambientais mais significativos incluem a intensificação do efeito estufa, das chuvas ácidas e a contaminação das águas subterrâneas e superficiais. Por exemplo, recentemente, descobriu-se que as emissões de metano proveniente dos combustíveis fósseis são 25% a 40% maiores do que se estimava. Assim, o consumo de petróleo está contribuindo muito mais para o aquecimento do planeta do que se pensava anteriormente.  

Com tantas consequências ambientais negativas devido ao seu uso, o petróleo tem sido considerado uma fonte de energia bastante poluente, levando os países a investirem em fontes alternativas e a buscarem por uma eficiência energética maior. O Brasil é um exemplo a ser seguido: cerca de 44% da origem da energia consumida no país provém de fontes renováveis (principalmente de derivados da cana-de-açúcar, hidráulica e eucalipto). As que têm ganhado destaque recentemente são a eólica e a solar.

Inegavelmente, a humanidade está diante de um desafio, o de substituir ou, pelo menos, diminuir a dependência do petróleo. Nesse sentido, ficamos com o comentário do jornal on-line OutrasPalavras: “Há dois séculos, ele é o emblema da industrialização e do capitalismo. Suas propriedades são notáveis, mas a lógica de infinitude associada a ele nos projetou em crise ambiental e civilizatória. Substituí-lo exigirá criar outra sociedade.”

 

*Alunas do Curso Técnico de Meio Ambiente – CEFET/MG

**Professor CEFET/MG

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