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Quatro anos de IRIS

11 de Dezembro de 2013, por Instituto Rio Santo Antônio

Fernando Chaves

Ao longo de 2009, um grupo de jovens empreendia uma pesquisa de campo (bastante intuitiva, é verdade) ao longo do rio Santo Antônio, na zona rural resende-costense. Com a ajuda dos professores de geografia Kesller Sullivan e Hugo Nobrega (na época recém- formados) o grupo mapeou os principais afluentes do Santo Antônio e registrou, por meio de fotografias, a grande ocorrência de erosão na calha do rio.  Nessas andanças pelo curso do Santo Antônio, não raramente, ouvia-se (e ouve-se) dos moradores mais antigos relatos sobre a diminuição do nível da água ou sobre o afundamento do leito do rio. Essas expedições culminariam na fundação do IRIS (Associação Instituto Rio Santo Antônio) no dia 27 de dezembro de 2009, quando foi aprovado o estatuto da entidade e eleita a primeira diretoria.

Nesses primeiros anos de existência, o IRIS procuroupromover ações em diversas áreas.  Com um estatuto bastante amplo, prevendo atuação nos campos ambiental e cultural, o IRIS refletia uma visão ao mesmo tempo holística e idealista dos seus jovens fundadores. Apesar de seu caráter generalista, o estatuto aprovado garantiu a existência jurídica da entidade, permitindo a celebração de convênios entre o IRIS e o poder público municipal.

Mesmo que esparsas e esporádicas, o IRIS pôde realizar atividades diversas, tais como: produções cinematográficas voltadas para o registro da cultura local; edição de revista ambiental; mapeamento da bacia do rio Santo Antônio com seus principais afluentes; documentação fotográfica de áreas erosivas críticas do rio Santo Antônio; participação no comitê de bacia hidrográfica Vertentes do Rio Grande há 2 anos; manutenção de coluna ambiental no Jornal das Lajes há 18 meses; execução de ações simbólicas em defesa da revitalização das lajes; realização de oficinas infantis de percussão e blocos carnavalescos de cunho cultural; promoção de palestras sobre meio ambiente e de caminhadas ecológicas junto às escolas; manutenção (ainda que incipiente) de um site local de conteúdo ambientalista; dentre outras.

Em quatro anos, a ONG precisou se reinventar e se redescobrir. Desenvolver potencialidades e lidar com limitações. Por um lado, o grupo mostrou algum potencial no que se refere à atuação cultural, à educação ambiental e à construção de conhecimento sobre os ecossistemas locais. Por outro, precisou conviver com os limites, desafios e frustrações, trazidos, por exemplo, pelo baixo envolvimento da população ou pela difícil viabilização técnica, econômica e jurídica de projetos e intervenções ambientais, como recuperação de voçorocas, cercamento de nascentes, recuperação de mata ciliar etc.     

O IRIS sempre contou com o apoio do poder público local (Câmara e Prefeitura) e também com a parceria de empresas locais. A entidade ainda encontrou aliados fortes, como o MAC, que em vários momentos somou forças junto ao IRIS para levar a cabo projetos como o Luau nas Lajes ou o mutirão simbólico de limpeza das lajes. Nessa linha, uma função importante desempenhada pelo IRIS nos últimos anos foi oferecer amparo jurídico a alguns projetos do MAC, que ainda não se constituiu legalmente como associação. Há 2 anos, o IRIS celebra convênios com o município e capta recursos para serem investidos em projetos do MAC.

Não pode ser esquecida nesse breve panorama da existência do IRIS a iniciativa do professor e membro do IRIS, Adriano Valério Resende, que veio ao encontro das propostas da entidade na construção de conhecimento acadêmico sobre o meio ambiente resende-costense. A dissertação de mestrado do professor soma muito aos trabalhos do IRIS e confirma, lamentavelmente, a degradação do Santo Antônio, como pôde ser visto em matéria da edição de novembro do Jornal das Lajes. 

Na segunda-feira (23), o IRIS se reúne na Biblioteca Municipal, a partir das 19h, para eleger nova diretoria e novo conselho fiscal. Os membros eleitos irão conduzir a entidade pelos próximos 2 anos. Além da eleição, haverá apresentação da dissertação de mestrado do Prof. Adriano Valério e palestra sobre as relações entre homeopatia e meio ambiente com o terapeuta homeopata Rafael Costa, de São João del-Rei. Venha você também participar!

 

 

* Fernando Chaves é o atual presidente do IRIS, com mandato até o final de 2013 

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