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A retirada do glúten da alimentação pode emagrecer?

18 de Maio de 2018, por Rômulo Costa

Diante do imediatismo pela necessidade de perda de peso fácil e da quantidade de informação sem critério e sem fundamentação científica sobre nutrição, alguns conceitos podem ficar desencontrados, ocasionando diversas dúvidas. Algumas pessoas afirmam que a exclusão de determinado alimento pode nos trazer a tão sonhada melhora da composição corporal, mas, a realidade é que isso não é verdade. O consumo de nenhum alimento sozinho é capaz de nos fazer ganhar peso, bem como a exclusão do mesmo não nos fará emagrecer. Vamos desvendar agora esse enigma presente na cabeça de muita gente: será que a retirada do glúten da alimentação pode favorecer a perda de peso, conforme imaginamos?

Antes de responder a essa pergunta bem sugestiva do título do artigo, precisamos entender o que é e quais são as funções do glúten na indústria alimentícia. O glúten é um conjunto de proteínas encontradas principalmente em grãos como trigo, centeio, cevada e na aveia. Na aveia o glúten se encontra em baixa quantidade, pois ocorre uma contaminação cruzada na estocagem ou moagem dos grãos. Na indústria, o glúten está presente não apenas em alimentos industrializados como pães, biscoitos, bolos e macarrão, mas também na própria farinha de trigo utilizada nas preparações caseiras.

O glúten possui diversas funções, como melhorar a elasticidade e a resistência das preparações. Ele age também no crescimento da massa, conferindo maior qualidade no preparo final do alimento.

Muitos indivíduos, ao excluírem o glúten da alimentação, relatam perda de peso. No entanto, devemos entender que o fator chave para a ocorrência desse resultado foi a retirada dos alimentos citados anteriormente que contêm glúten. Ou seja, a restrição calórica contínua é que levou esses indivíduos a perderem peso. O glúten não tem calorias, tampouco o poder de engordar ninguém. Sendo assim, o consumo moderado não causará nenhum mal às pessoas. Porém, indivíduos que possuem reação imunológica ao glúten, diagnosticada através de exames de sangue, devem ficar longe desses alimentos.

De forma geral, existem três tipos de reações imunológicas relacionadas ao glúten: doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaco. Portanto, pessoas que possuem alguns desses distúrbios podem adquirir sintomas semelhantes, como desconforto abdominal, vômito e diarréia. No caso da doença celíaca não tratada, além dos simples sintomas gastrointestinais, poderá surgir fadiga crônica (anemia), dermatite, osteoporose, baixa estatura e atraso na puberdade. Todos os tipos de reações imunológicas possuem sintomas com graus distintos e são exclusivamente de diagnóstico médico. Se o diagnóstico for positivo, a exclusão de fontes de glúten deve ser colocada em prática.

Caso você tenha alguns dos sintomas relacionados à intolerância ao glúten, observe os alimentos que mais lhe causam mal e procure ajuda médica de um especialista. Não realize restrições alimentares severas por conta própria, pois aumentam-se as chances de adquirir alguma deficiência nutricional.

Procure um nutricionista para realizar uma dieta individualizada, de acordo com o seu caso. Só esse profissional é capacitado para lhe orientar na organização de uma rotina alimentar balanceada e que respeite suas necessidades nutricionais e preferências alimentares. Lembre-se: o glúten não é o vilão e não é o mocinho, porém o seu consumo deve ser individualizado de acordo com cada especificidade. No final das contas, uma dieta só irá ter resultado se a mesma for sustentável ao longo de um período de tempo.

 

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