Rômulo S. O. Costa*
Maysa Silva Pinto**
Atualmente, tem-se discutido muito sobre a função do intestino em nosso corpo, como se ele fosse o“segundo cérebro”, pois diversos distúrbios ocorridos no intestino podem afetar o sistema orgânico como um todo. Um dos temas muito estudados por cientistas da área da saúde em todo mundo é a microbiota intestinal e como ela pode ser influenciada por fatores ambientais (externos e internos). Esses fatores estão relacionados com a dieta, com o estilo de vida, o uso excessivo de medicamentos antibióticos, o consumo de álcool e tabaco, a idade, entre outros fatores.
Nossas escolhas podem contribuir de forma direta para a saúde e nos levar a ter um ambiente intestinal equilibrado, devido à proliferação de bactérias benéficas, que competem com bactérias maléficas. Esse equilíbrio pode influenciar no fortalecimento do nosso sistema imunológico e orgânico como um todo.
Com o crescente aumento nos índices de obesidade e de doenças crônicas no mundo, os profissionais de saúde e a população tem se preocupado cada vez mais em incentivar hábitos alimentares mais conscientes. Um desses hábitos é o resgate de uma alimentação mais natural, viva e orgânica, que se perdeu ao longo da história da humanidade. Uma bebida que tem aumentado sua popularidade nos últimos anos, devido aos benefícios que ela traz para a saúde humana, é a Kombucha - um chá fermentado, levemente doce, de sabor avinagrado e capacidade probiótica.
Os probióticos possuem culturas de microorganismos vivos e sua ingestão pode trazer benefícios à saúde humana. Esse grupo de alimentos reforça a barreira de proteção do intestino com o meio externo, ajudando a proteger nosso organismo de doenças e infecções.
Um intestino saudável significa mais do que ir ao banheiro regularmente. Quando existe harmonia entre as bactérias presentes em nosso intestino, a absorção de minerais, como zinco e ferro, é facilitada. O processo fermentativo de alimentos probióticos, como a Kombucha, também melhora a biodisponibilidade de vitamina C e vitaminas do complexo B. Além disso, esses alimentos também possuem potencial antioxidante e detoxificante, auxiliando no processo de digestão e absorção dos alimentos.
Ao contrário, o consumo constante de produtos industrializados, ricos em carboidratos refinados, gorduras trans e gorduras saturadas, são responsáveis pelo desequilíbrio da nossa saúde intestinal, aumentando os riscos para a obesidade e diversas doenças crônicas.
Devemos sempre destacar que os benefícios de alimentos probióticos (fermentados), à exemplo da kombucha, não excluem a necessidade da prática de hábitos alimentares saudáveis. Esses hábitos incluem a escolha de alimentos naturais, atividade física regular e consumo mínimo de produtos industrializados.
Como qualquer outro alimento, a kombucha não tem o poder de emagrecer ou curar doenças, mas suas propriedades benéficas podem ser percebidas ao longo prazo. Para potencializar os benefícios da Kombucha, alimentos prebióticos como grãos integrais (aveia, linhaça, chia, pão integral), frutas inteiras, legumes e verduras também deve ser consumidos com regularidade. Não há uma quantidade padrão de kombucha a ser consumida, portanto, aconselha-se observar a tolerância individual, iniciando com pequenas quantidades diárias.
Obs.: caso necessite de um acompanhamento nutricional personalizado, sempre consulte um(a) nutricionista de sua confiança.
*Graduando em Nutrição – UFMG
**Engenheira de Bioprocessos - UFSJ