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O raio que caiu duas vezes no mesmo lugar

28 de Fevereiro de 2024, por Vanuza Resende

Aconteceu de novo. O Cruzeiro venceu o favorito Atlético dentro do estádio preto e branco, em uma fase em que o Galo é muito superior à Raposa. E é por isso que clássico é clássico. Se o favorito ganhasse tudo, ou o time com a folha salarial superior levantasse todos os troféus, o futebol não teria nenhuma graça.

É claro que os amigos atleticanos não enxergaram graça nenhuma no resultado e nos memes que circularam pela internet: é pipoca no estádio todo que ganhou o apelido de MRV – Meu Rival Venceu. Uma resposta para o Mineirão ser o salão de festas, dessa sim, os atleticanos acharam muito graça.

Correu nos bastidores que os jogadores do Atlético tiveram palestras motivacionais no meio de semana sobre a importância de vencer um clássico. Os jogadores do Cruzeiro disseram que eles estavam treinando com a bola no pé durante toda a semana, e, por isso, o resultado veio.

Antes do apito, muito pouco provável uma vitória do Cruzeiro. Depois do apito, se ela não viesse seria injusto. O time de Larcamón foi muito superior ao do Felipão, em especial no segundo tempo, quando saíram os dois gols do Cruzeiro.

Eu tenho minhas críticas em relação a clássicos logo no início do campeonato estadual, mas elas ficaram pequenas perto das críticas de torcida única no jogo mais importante do início da temporada.

Apesar de torcer para que a decisão mude nos próximos dois anos, eu acho que dificilmente isso acontecerá. Acredito que seja uma decisão vantajosa para os times uma torcida só. Além de não terem de lidar com possíveis gastos com depredação dos estádios pelos torcedores adversários, que lamentavelmente ainda acontecem, ainda têm mais ingressos à venda. Sem aquele espaço que separa as torcidas, que gira em torno de dois mil ingressos a menos na Arena MRV e cinco mil no Mineirão.

Entre portas de banheiros que não precisaram ser tiradas, escudos do Atlético escondidos no vestiário pela comissão do Cruzeiro e comemoração viking com os adversários, os clássicos são clássicos e, por isso, sempre muito bons.

São bons, ainda que o futebol não encha os olhos, como foi um dia depois, no Mineirão. Dessa vez, com São Paulo x Palmeiras e com as duas torcidas, que tenho certeza, não dão tanto valor para a tal da Supercopa Rei. Mas já que criaram, vamos torcer pelo meu clube levantar a taça, melhor para os são-paulinos que festejaram no Gigante da Pampulha. Os pênaltis deram um agito maior para o domingo e a grama do Mineirão deu sorte ao goleiro Rafael do tricolor.

O raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. É não é tão incomum. A ciência explica que algumas coisas atraem. O Cruzeiro vai correr atrás para fazer valer outros ditados, tais como: um é pouco, dois é bom e três é demais. Já o Atlético não quer nem de longe saber que os mineiros foram eleitos os melhores anfitriões do país e vai tratar de receber os adversários de uma forma bem diferente nos próximos confrontos. Que venham!

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