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O que é vinho?

15 de Setembro de 2017, por Amana Castelo Branco

É difícil saber quando e como ele foi elaborado pela primeira vez. Provavelmente, como a maioria das invenções alimentícias, ele foi descoberto ao acaso: algumas uvas esquecidas em um recipiente começaram a fermentar e algum curioso resolveu experimentar o produto. E gostou do que sentiu. A partir de então muita coisa aconteceu para se chegar nessa bebida tão diversa e apreciada no mundo todo.

Não foi o vinho a bebida que proporcionou as primeiras experiências alcoólicas da humanidade. Talvez apenas para uma pequena parte do Egito Antigo. As primeiras cidades eram produtoras de cereais e seus habitantes logo aprenderam a fazer e tomar cerveja. O vinho era bebida dos privilegiados. Talvez porque as uvas não se adaptavam em qualquer lugar, ou por não ser tão simples de elaborar. Ou até mesmo pelo seu valor elevado, graças à maior quantidade de álcool, e também por provocar sensações mais fortes – até mesmo “divinas” - do que as outras bebidas.

Mas, o que é vinho? Segundo a legislação vitivinícola brasileira, o vinho é exclusivamente a bebida resultante da fermentação alcoólica completa ou parcial da uva fresca, ou do mosto, com um conteúdo de, no mínimo, 7% de álcool.

É durante a “mágica” da fermentação que os açúcares presentes na fruta se transformam, pelo trabalho das leveduras, em álcool. Dependendo do tipo de uva, da variedade da levedura e do vinho que se quer obter, ela pode acontecer em dias ou meses. Aliás, essa é a palavra-chave que aprendi com meu querido professor de viticultura, Eduardo Giovaninni: “depende”. No mundo do vinho, nada é exato. Não existem regras, nem verdade absoluta. Tudo depende. E é isso que o torna tão interessante, intrigante e fascinante a cada gole.

São as uvas que dão início a todo esse processo. E olha que existem mais de 10 mil variedades! Dentro dessas milhares há duas famílias principais, as viníferas e não viníferas. No repertório das não viníferas, existem as uvas americanas, que estão na maioria das roças, quintais e supermercados. Na forma in natura, em suco e nos famosos vinhos de garrafão. Conhecidas também como “uva de mesa” e “vinho de mesa”. Em Minas Gerais as espécies mais cultivadas são a “Niágara Rosada” e a “Niágara Branca”.

Normalmente os vinhos comuns, de mesa, são mais rústicos e o aroma lembra o da uva. Ainda é o vinho mais consumido no Brasil, onde muito de seus consumidores preferem a versão mais suave da bebida.

Já as uvas viníferas são as que fazem o que chamamos de “vinhos finos”, que possuem diversos tipos de aromas (dificilmente o de uva). Têm sabor mais delicado e ao mesmo tempo complexo, inclusive com maior valor no mercado. E é sobre essas uvas e seus vinhos que vamos prosear aqui no jornal na maioria das vezes.   

Existem cerca de 5 mil variedades de uvas viníferas, sendo as mais famosas as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Carmenère, Pinot Noir e Syrah (cada vez mais plantada aqui em Minas Gerais). E as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling.

Essa diversidade de uvas resulta em vinhos totalmente distintos. Uma mesma variedade de uva cultivada em locais diferentes, não necessariamente longe um do outro, produz vinhos que não se parecem, em função das diferenças do solo, da altitude, da oferta de água, do manejo, da safra etc.

Experimente beber dois vinhos de lugares diferentes, elaborados com a mesma uva e confronte seus sabores. E lembre-se: o melhor vinho é aquele que você mais gosta!

 Saúde!

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