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A cor é rosa

14 de Outubro de 2021, por Amana Castelo Branco

Vinho Rosé - vale a pena conhecer, brindar e degustar

Como diria Adriana Calcanhoto, “eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome”. No meu caso, ando atenta às diferentes tonalidades dos vinhos rosés. Não sei se você já teve a oportunidade de reparar que uns são bem claros, como rosa bebê, alguns mais alaranjados e outros quase tintos.

Certa vez, quando proporcionávamos uma degustação de rosés de diferentes partes do mundo, tivemos quase um problema para a ONU resolver (rsrs). Entre as alunas, havia duas estrangeiras: uma argentina e outra francesa, sendo que para cada uma delas existia a cor ideal para o vinho. Nossa vizinha dizia que eles eram melhores quando tinham cores mais fortes, já a europeia falava o contrário. Para ela, a delicadeza do rosa claro era um sinal de qualidade.

Tinha alguém certo nessa discussão? Não. É uma questão de gosto e cultura.

Você sabe o que faz os vinhos rosés terem diferentes tonalidades? Fique aqui que eu conto o porquê de não termos resposta exata para isso. Na verdade, para nada na enologia.

A origem da coloração pode ser da variedade usada, pois existem milhares de diferentes tipos de uvas para elaboração de vinho, e cada uma delas com um pigmento distinto, de acordo com o tempo de maceração, a mistura de vinhos ou uvas (assemblage) e outras técnicas escolhidas pelo enólogo da vinícola.  

Maceração é o tempo que o mosto da uva fica em contato com a casca. Isso pode acontecer antes ou durante a fermentação. Esse processo tem como objetivo extrair cor e aromas das cascas. No caso dos rosés, a maceração normalmente dura algumas horas, de 2h a 24h. Ou seja, se a intenção é um vinho mais claro, chamamos de maceração curta; se é mais escuro, longa. E não existe uma cor precisa. Os enólogos fazem testes para se chegar ao mais próximo do desejado. O corte de vinhos rosés também é utilizado para ter o resultado esperado, e com mais frequência a mistura entre vinho branco e tinto. Dependendo da coloração do vinho tinto escolhido para esse blend, a quantidade pode ser pequena devido ao seu tom. Alguns enólogos gostam dessa técnica porque ela permite uma precisão maior no resultado e notas aromáticas de cada variedade. Outros preferem a maceração.  

Os vinhos rosés têm a acidez como uma das características mais marcantes. São frescos, leves e combinam muito com nosso clima. São fáceis de harmonizar, pois combinam com quase todos os tipos de pratos. Vão bem nas tardes de inverno, têm a cara da primavera e são perfeito para serem tomados na praia.

Sabe o que me deixa feliz? Saber que o brasileiro vem deixando o preconceito de lado e gostando cada vez mais desse tipo de vinho. E por mais que seja inusitado, vinho também entra e sai de moda. Poucos anos atrás, algumas pessoas achavam cafona gostar de rose Dá para acreditar? Sorte que tudo passa.

E você, já colocou o seu rosé favorito para gelar?

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