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Já ouviu falar sobre vinhos verdes?

16 de Marco de 2022, por Amana Castelo Branco

Antes de estudar sobre vinhos, cheguei a pensar que os vinhos verdes recebiam esse nome por conta da sua cor, na verdade, pelo seu reflexo, que me parecia sempre esverdeado. Meu pai era um apaixonado por vinhos e os portugueses estavam entre os seus preferidos. Através do seu olhar encantado, seu conhecimento e suas histórias, acabei por me interessar e foi, inevitável, me apaixonar também.

Quando era ainda adolescente, adorava a garrafa de um vinho verde que meus pais tomavam. Ela era diferente das outras, tinha uma forma mais baixa e arredondada. Durante os anos 90, era muito comum encontrá-la em outros lares como garrafa de água, comumente estocada nas geladeiras. Tais garrafas ainda existem no mercado, em menor quantidade, mas não é tão difícil topar com uma por aí.

O vinho verde foi minha primeira experiência com vinhos brancos, que eu jurava, eram verdes! Pela minha descrição, você também, deve tê-lo imaginado assim.

Por mais que alguns tenham uma coloração levemente esverdeada, seu nome é relativo à sua denominação de origem, ou seja, diz respeito ao lugar de onde veio, que, no caso, está localizado no noroeste de Portugal. E, sendo uma região demarcada, D.O.C, assim denominada como, “Entre-Douro-e-Minho”, é permitido fabricá-los nas suas nove sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa.

Isso quer dizer que vinho verde é português e essa é uma denominação de origem. Assim como champanhe é uma bebida feita somente na Champagne, na França. Vinho do Porto é fabricado apenas no Douro, Cava apenas na Catalunha, localizada na Espanha, e por aí vai. Pode até parecer besteira, mas é uma forma de proteger, incentivar e valorizar a história de um lugar. Fazer com que produtos específicos sejam os representantes legítimos de uma localidade a torna reconhecida, atravessando o tempo e carregando histórias. 

Por mais que aqui no Brasil a maior parte do consumo seja de vinho verde branco, ele pode ser rosé, tinto ou espumante.

As variedades mais populares utilizadas na produção dos brancos e espumantes são: Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Azal e Arinto. Entre as uvas tintas, para os vinhos tintos e rosés, as mais presentes são Espadeiro e Vinhão (Sousão). São cepas pouco comuns para nós, que estamos mais habituados com as francesas, como Cabernet e Chardonnay. No entanto, já existem produtores brasileiros investindo também em uvas portuguesas.

São vinhos frescos, jovens, com acidez marcante, que combinam muito bem com nosso clima tropical. É melhor que sejam servidos a temperaturas mais baixas para que se aroviete ao máximo seu frescor.  Por conta das suas características, aqui vão algumas dicas para uma boa harmonização: frutos do mar, ceviche, bacalhau, truta, comida japonesa, bolinho de peixe, salpicão e frango ao molho de limão ou maracujá.

E você, já provou algum vinho verde? Se quiser conhecê-los, estou à disposição para apresentar alguns.

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