A exploração do cavalo pelo turismo: uma alternativa para Resende Costa


Editorial

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Nesta semana, entre 19 e 22, acontece em Resende Costa a 39ª Exposição Agropecuária. A edição deste mês do Jornal das Lajes destaca a criação de cavalos de raça em Resende Costa, especialmente os animais das raças Campolina e Mangalarga Marchador.

O início da criação de cavalos de raça em Resende Costa nos reporta à segunda metade da década de 1940, quando o pecuarista Aldemar Augusto Aarão, falecido em janeiro de 2008, levou um cavalo, provavelmente da raça Campolina, a uma exposição no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. Alguns anos depois, como mostra uma reportagem desta edição, o sr. Aldemar registrou os primeiros animais, dando início a uma atividade que hoje reúne inúmeros e apaixonados criadores.

Em Resende Costa, há criadores das raças Campolina, Mangalarga Marchador, Piquira e Jumento Pêga. Importante destacar também a quantidade expressiva de pessoas que criam e comercializam cavalos, porém não possuem registro nas associações que representam as respectivas raças. Para a elaboração das reportagens desta edição, o JL conversou com três criadores das raças Campolina e Mangalarga Marchador que estão há mais tempo em atividade no município. Reiteramos, no entanto, a importância de todos os outros criadores com os quais não tivemos, neste momento, oportunidade de conversar.

Nos últimos anos, aumentou consideravelmente em Resende Costa o número de pessoas que adquirem cavalos para cavalgadas. Criador de cavalo Mangalarga Marchador há mais de 30 anos, Rafael Chaves, do Haras Carpe Diem, tem uma observação interessante sobre esse movimento na cidade: “Eu tenho para mim que Resende Costa é uma das cidades onde há mais usuários de cavalo por habitante. É comum ver em lotes perto da cidade alguém improvisando uma baia e cuidando do seu animal. Há inúmeros grupos de cavalgada e esses grupos promovem cavalgadas constantemente.”

Rafael chama a atenção para o fato de a cidade estar localizada no que ele chama de “entremeio das raízes do Cavalo Mangalarga Marchador (Sul de Minas), Campolina (Entre Rios de Minas) e Jumento Pêga (Lagoa Dourada)”. Para ele, associado a isso, a criação da Cavalgada Bolivar de Andrade e o surgimento do Clube dos Cavaleiros, fundado por ele, contribuíram decisivamente para a popularização e a divulgação dos eventos ligados ao uso do cavalo. “O Clube dos Cavaleiros, por sinal, vem sendo uma entidade atuante há aproximadamente 20 anos, estimulando e promovendo o uso do cavalo”, sublinha Rafael Chaves.

Resende Costa tem hoje no turismo uma das suas principais atividades geradoras de renda, principalmente o turismo ligado ao artesanato. Porém, há outro enorme potencial turístico que ainda não está sendo explorado no município - o turismo rural. O município é extenso e em cada canto que se vá descortinam-se paisagens exuberantes, montanhas, cachoeiras, trilhas e fazendas antigas repletas de histórias e atrativos que vão conquistar quem deseja conhecer e vivenciar os costumes do interior das Gerais. Imagine o turista descobrindo tudo isso montado a cavalo, vivendo uma deliciosa experiência diferente do que lhe é oferecido na correria das grandes cidades?!

“A exploração do cavalo pelo turismo pode ser interessante para Resende Costa. Por exemplo, cavalgadas direcionadas a comunidades e povoados, explorando a paisagem e as belezas naturais. Pode também ser uma maneira de incrementar a receita desses próprios povoados, seja fornecendo alimentação ou hospedagem. Aliás, é comum em alguns lugares a utilização da hospedagem tipo homestay, em que o turista se hospeda nas casas das pessoas, usufruindo da autenticidade do modo de viver local. A conjunção de cavalgada e homestay me parece ser uma alternativa muito interessante. Todavia, depende de investimento de empreendedores locais e apoio público, sempre que possível”, sugere Rafael Chaves. O JL assina embaixo.

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