“Carro-Biblioteca comemora 50 anos com acervo de 12 mil obras literárias. Com parada obrigatória em cinco bairros carentes de BH, a iniciativa leva saber, cultura e diversão a mais de 15 mil pessoas por ano”.
Devo confessar a vocês que me surpreendi com a matéria “Conhecimento itinerante”, publicada no Estado de Minas, caderno Gerais (21 de setembro de 2010) e de onde extraí o trecho acima.
Campanhas de incentivo à leitura hoje em dia são até comuns em nosso meio, o que não as torna menos necessárias ou importantes. No presente caso, o detalhe que me chamou a atenção especialmente foi a longevidade vitoriosa do Carro-Biblioteca. Não há aqui nada de modismo ou de estar na onda do politicamente correto. Sustentar uma ideia por tanto tempo só se justifica por sua própria força e pelo acerto na sua condução.
Coordenado pela Superintendência de Bibliotecas Públicas da Secretaria de Estado da Cultura, o projeto itinerante abre as portas da literatura e do conhecimento para quem se aventura por entre prateleiras repletas de livros, revistas e periódicos. Portas abertas literalmente também, já que esse material todo é transportado por um caminhão-baú. “É onde o livro encontra o leitor. A iniciativa é uma forma de democratizar o acesso à leitura. A cada três anos, mudamos os bairros beneficiados e percebemos que o projeto ajuda a comunidade para criar bibliotecas e espaços de leitura próprios”, explica a diretora de Extensão e Ação Regionalizada da Superintendência, Márcia Caldas de Melo.
Muito interessante isso, não? No mês das crianças e dos professores, aproveito o embalo a fim de repassar 10 dicas valiosas do Instituto EcoFuturo (organização não governamental criada em 1999) para despertar, principalmente entre a criançada, o amor pelos livros. Confiram!
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Leia em voz alta com as crianças. Explore com elas os livros e outros materiais de leitura: revistas, jornais, folhetos, almanaques, manuais de instruções, cartazes, placas. Todo material impresso pode ocasionar momento de troca centrado na leitura.
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Ofereça a elas ambiente rico em termos de letramento: faça atividades com leitura, mesmo com bebês e crianças bem pequenas. Continue fazendo com as crianças e jovens que estão na escola.
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Converse com elas e escute-as quando falam. O diálogo ajuda muito no desenvolvimento da linguagem oral.
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Peça-lhes que recontem histórias ou informações que você leu em voz alta. Cuidado para que a atividade não acabe virando aula. Não é esse o espírito da proposta. O encontro precisa ser agradável e descontraído.
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Incentive-as a desenhar e fazer de conta que escrevem histórias que ouviram. Peça, depois, que “leiam” em voz alta. Parece absurdo? Pois não é. Afinal, elas passam o tempo fazendo de conta que cozinham, que dirigem carros, que lutam com inimigos perigosos, que são médicos e professores. Não se esqueça: a ideia é brincar de ler.
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Dê o exemplo: faça com que elas vejam você lendo e escrevendo. E, por favor, não faça a bobagem de dizer que elas devem aprender a ser diferentes de você, que não gosta de ler. O que conta não é o que você discursa sobre a leitura, escrita, estudo. É o que você oferece como exemplo.
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Vá à biblioteca regularmente com as crianças. Se for uma biblioteca de empréstimo, é bom cada uma ter a própria ficha de inscrição.
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Crie uma biblioteca em casa e uma biblioteca pessoal para a criança, onde ela se acostume a guardar os livros e a buscá-los. Na hora de comprar presentes para seu filho, lembre-se dos livros. De quebra, ele ganha competência para lidar com o mundo e abertura da imaginação.
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Faça mistério para aguçar a curiosidade. Por exemplo: você tem três livros na mão e diz à criança que ela pode escolher entre dois. Ela certamente vai dizer que são três e não dois.