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De cara com 2013

16 de Janeiro de 2013, por Regina Coelho

“O tempo voa”. Essa talvez seja uma das frases mais batidas das muitas que se falam e se escutam por aí. Mais do que simplesmente um velho chavão, ela encerra uma verdade. E assim sendo, já é janeiro e estamos em 2013. “É a vida que segue”, diria o jornalista Chico Pinheiro ao final do “Bom dia, Brasil” de toda sexta-feira. E é fato, mas ando meio cismada com a velocidade que estamos imprimindo ao nosso dia a dia. E sem demora a agenda do ano aparece preenchida. É bem provável até que muita gente que esteja ainda curtindo as esticadas festivas da virada do ano já tenha se programado para o final deste ano. O Carnaval? Esse já está fechado. Para a Semana Santa, tudo pronto. Estou sabendo que não estamos muito bem de feriadões. Fazer o quê? O jeito é ficar com os feriados mesmo, até 2013 terminar. E por aí vai.

É lógico que não sou contra as festas e as comemorações, muito pelo contrário. Não entendo é essa urgência, essa correria para o que está lá na frente. Que canseira! E mais. Não entendo também essa obrigação de ser feliz, ou melhor, de estar feliz no réveillon. E depois disso? Sem os fogos de artifício, as ceias fartas e os votos de feliz ano praticamente obrigatórios de noite tão animada, volta-se ao normal. Claro, depois das férias de janeiro. Onde? Adivinhem! Na praia! Mas... tem o Carnaval logo depois. E aí? Sei lá!

Para ser coerente com o que disse e penso, vamos com calma. É janeiro e sei é que muita gente não sabe começar o ano sem fazer aquelas listinhas básicas e manjadas de promessas de mudança. Emagrecer, parar de fumar, evitar o estresse, gastar menos com bobagens e voltar a estudar, por exemplo, são itens que lideram o ranking do “eu prometo” dos que assim procedem.

Isso me remete a um artigo interessante da jornalista Anna Marina (do Estado de Minas) publicado no início do ano passado. Nele ela afirma ter recebido de uma leitora uma “tábua de mandamentos”, segundo a colunista, “cheia de dicas, mas sem aquela conversa mole tão típica da ocasião”. Concordo com ela e por julgar o texto também atual, repasso-o a vocês. O “Manual 2013” é o seguinte:
  • “Beba muita água.
  • Coma no café da manhã como um rei, no almoço como um mendigo e no jantar como um pedinte.
  • Viva com os três ‘e’: energia, entusiasmo e empatia.
  • Arranje tempo para orar.
  • Leia mais livros do que leu em 2012, para isso sente-se em silêncio pelo menos 10 minutos por dia.
  • Durma 8 horas diariamente.
  • Faça caminhadas de 20 a 60 minutos por dia. Procure sorrir enquanto caminha.
  • Não compare a sua vida com a de ninguém, pois, na realidade, a gente não faz ideia de como é a caminhada dos outros.
  • Não tenha pensamentos negativos, sobretudo a respeito de coisas sobre as quais não se tem controle.
  • Não se exceda. Mantenha-se no seu limite.
  • Não se torne demasiadamente sério(a).
  • Não desperdice a sua energia preciosa com fofocas.
  • Esqueça as questões do passado. Não lembre seu(sua) parceiro(a) dos erros do passado. Isso destruirá a felicidade presente.
  • Viva sem ódio. A vida é curta demais para odiar alguém.
  • Não tente ganhar todas as discussões. Aceite a discordância.
  • Entre mais em contato com a sua família.
  • Diariamente, dê algo de bom aos outros.
  • Passe um tempo com maiores de 70 anos e menores de 6.
  • Tente fazer pelo menos 3 pessoas sorrirem a cada dia.
  • Relaxe. Não lhe diz respeito o que os outros pensam de você.
  • O trabalho não tomará conta de você quando estiver doente. Os amigos o farão. Mantenha contato com eles.
  • Desfaça-se do que não é útil, bonito ou alegre.
  • Acredite. Por muito boa ou má que a situação seja... ela mudará.
  • Não interessa como você se sente. Levante-se, arrume-se e apareça.
  • Creia. O melhor ainda está por vir.
  • Quando acordar vivo(a) de manhã, agradeça a Deus pela graça.”
Conforme se pode ver, dá para fazer muita coisa simples e bacana, mas nada de encarar essa lista como receita pronta de felicidade ou lição de autoajuda. É melhor manter distância dessas ilusões. Faço coro também com as palavras de Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, extraídas de seu livro “A casa demolida”:

“Nada de coisas impossíveis, apenas uma praia para janeiro, uma fantasia para fevereiro, um conhaque para junho, um livro para agosto e as mesmas vontades para dezembro”. Que assim seja, se a gente quiser. E que venha 2013!

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