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Foco total nos consumidores

17 de Outubro de 2018, por Regina Coelho

Mexendo em meus papéis, dei de cara com um texto tirado talvez da internet. Na época, deixei de registrar a fonte, isso é imperdoável. O título, um convite à leitura. Confiram!

 

Os segredos das lojas que fazem você gastar mais

Comprar ouvindo música lenta. 2- Ver produtos coloridos. 3- Produtos essenciais no fundo da loja. 4- Carrinhos grandes de compras. 5- Comida grátis (cortesia). A pessoa se sente especial. E se sente compelida a comprar o produto depois de experimentá-lo. 6- Produtos expostos no caixa (efeito dominador). 7- Alterações no layout da loja. 8- Produtos mais caros nas melhores prateleiras. 9- Cartões de fidelidade. 10- Acessórios sinalizados. 11- “Venda” em destaque. 12- Frete grátis. 13- Oferta de cadeiras para o cliente sentar. 14- Produtos colocados no final ou no início das prateleiras. 15- Poder tocar nos produtos. 16- Vendedores persuasivos. 17- Ofertas. 18- Iluminação inteligente. 19- Preços terminados em 9: 5,29. 20- Produtos agrupados.

“Segredo” revelado, é bom esclarecer que, no consumo, o ato de comprar está diretamente relacionado à necessidade ou à sobrevivência. Já quando se trata do consumismo, essa relação está rompida, ou seja, a pessoa não precisa daquilo que está adquirindo, mas, por alguma ou nenhuma razão, gasta comprando produtos sem utilidade imediata, ou supérfluos.

Nas duas situações, estudiosos no assunto enxergam diferentes tipos de consumidores. Idem os especialistas em marketing. E quem está envolvido no mundo dos negócios também sabe disso. Assim, é compreensível que as estratégias de venda sejam usadas de forma a levar em conta essas diferenças, de acordo com a personalidade dos clientes. Um estudo realizado pela empresa de pesquisa Euromonitor classifica os seguintes tipos de consumidores:

 

O QUE SÓ COMPRA O MELHOR – Média de idade: 35 anos. Grupo composto de pessoas autoconfiantes, bem-informadas e muito tecnológicas que compram só aquilo que lhes dá status, adquirindo coisas bonitas e caras, ainda que tenham que se contentar com menos produtos.

O IMPULSIVO – É o sonho de qualquer vendedor. Aquela pessoa que não resiste a uma “boa” compra. Palavra mágica para ela: OFERTA.

O OTIMISTA EQUILIBRADO – Principal característica: analisa bem suas compras e não se deixa levar pela primeira impressão. Só adquire algo quando encontra um real benefício nisso.

O ASPIRANTE LUTADOR – Tem hábitos de compra altamente emocionais, podendo comprar muito ou nada, dependendo de seu estado de humor.

O CASEIRO CONSERVADOR – O mais feminino. É detalhista e atento a tudo. Não lhe preocupa se está atrasado nas tendências do momento ou se não tem o telefone da moda. Compra só o que realmente precisa. É o menos manipulável de todos.

O CÉTICO INDEPENDENTE – O mais masculino. Desconfia de comércio em geral. Há algo de marcante nesse grupo: são pessoas que odeiam comprar. Só adquirem produtos quando isso é absolutamente indispensável.

O TRADICIONALISTA SEGURO – Outro grupo masculino. Formado por pessoas que se sentem bem com o que têm, não sentindo necessidade de adquirir o que quer que seja.

 

Comprar é bom. Às vezes é até irresistível. Se bem que, observando essa classificação, há quem odeie essa prática. O problema é a indução forçada à compra. Contra isso, olho vivo! O bolso também agradece.

Também dos meus guardados vem a calhar a crônica O consumo e a preguiça, do jornalista Mário Ribeiro. Nela, segundo o autor, os economistas alertam que o capitalismo, na sua ânsia do lucro sem medidas, aproveita-se de uma tendência consumista cada vez mais forte beirando ao caos. Na contramão dessa ideia, ele lembra um parente, ao comentar:

“Bem que tio João deu o aviso, antes da metade do século passado, quando, deitado no balcão de sua venda em Curvelo, para fazer a sesta, após o almoço teve seu sono interrompido por um rapaz que lhe pediu para retirar da última prateleira um modelo de chapéu em exposição. Olhos empapuçados, antes de descer do balcão e pegar a escada para alcançar o chapéu, soltou a frase que ficou famosa: ‘Cês também não podem ver nada que querem comprar!!!’ ”

Preguiça à parte, há um fundo de verdade nesse comentário.

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