Quando você, leitor(a), estiver lendo este artigo, nós já seremos conhecedores dos candidatos vitoriosos nas eleições municipais deste ano. Parabéns a eles e, principalmente, um bom trabalho a todos. Quero voltar, no entanto, à época das campanhas para falar dos candidatos, ou melhor, da árdua batalha que eles precisam empreender em busca do precioso voto.
Ah, os candidatos! Que situação difícil deve ser a deles! Tudo começa quando a pessoa é oficialmente lançada para defender seu partido e seu número ou nome de guerra, ressaltando-se que há aquelas que saem na frente, precipitadamente autoproclamando-se candidatas a isso ou àquilo.
Bem, candidato que se preze vai à luta, ou seja, vai atrás dos votos que o elegerão. E é aí que as coisas se complicam porque, tirando a família (e olhe lá, nem sempre!), as pessoas comprometidas com os seus partidos e as simpatizantes dos mesmos, do outro lado estão os eleitores indecisos que querem ou não ser conquistados ou convencidos pelo coitado do candidato.
E o que faz ele? Se é simpático, cumprimenta todo mundo ou ri para todos, podem dizer que ele não é assim e só está agindo dessa forma com segundas intenções, o voto do eleitor, é claro. Se o candidato se retrai e não lhe pede o tão cobiçado voto, é antipático, fez pouco dele. Votar nele? Nem pensar!
Ah, os eleitores! O que a democracia do voto faz igualando todos os votantes no dia da votação, a campanha eleitoral, enquanto em andamento, de certa forma desfaz. Como que colocado na berlinda, disputadíssimo, o eleitor procura se valorizar ainda mais. Afinal de contas, o poder de decisão está em suas mãos.
E o que faz ele? Em meio a tantos candidatos a vereador, por exemplo (em Resende Costa foram cinqüenta e seis), há quem não veja um único que seja merecedor de ser votado por ele. Há quem afirme votar só naquele que lhe fizer uma visita em casa para o tal pedido do voto. E há o pior, que é a venda (ou a compra, como queira) do voto. Nesse caso, eleitor e candidato se merecem.
Voltando às campanhas propriamente, não posso deixar de comentar sobre o que foi visto e ouvido pela tevê e pelo rádio na forma do horário eleitoral gratuito e obrigatório e nas inserções ao longo da programação desses veículos de comunicação, tudo em conformidade com a legislação em vigor no país.
Aquilo que muitos consideram uma chatice ou mesmo um programa de humor pode render algumas constatações no mínimo interessantes. Vejamos!
Fica claro que leva vantagem quem tem bom domínio da palavra, possui texto bem articulado, sendo simples e objetivo. Aí pode morar o perigo, ou não. Se o sujeito se julga superior aos outros e tenta desqualificar os adversários, ninguém agüenta. Só ele é honesto, ético e capaz, como se isso fosse monopólio dele ou de seu partido. Conquistar através do apelo emocional é outra estratégia utilizada por muitos. Evocar a origem humilde (ou ter passado fome) pode provocar identificação com muita gente, aquela que vota, é claro. Declarar-se religioso ou defensor das minorias também. Espantoso ainda é ver candidato desconhecer atribuições do cargo que deseja assumir. E então promete o que não pode cumprir, mesmo querendo.
Isso tudo agora já é passado, por enquanto, pois 2010 vem aí e de novo candidatos e eleitores vão se encontrar. Novas eleições, caras desconhecidas, outras nem tanto, muitas manjadíssimas. Pode parecer que não, mas outra campanha já começou.
ÀS MESTRAS, COM CARINHO
Muita gente não sabe que existe uma semana em outubro denominada, no meio estudantil, de “Semana do Saco Cheio”, não sei exatamente por que, no entanto a gente imagina. Proximidade do final de ano escolar, estudantes e professores estressados e o dia 15 assinalando como a data dedicada ao professor. Uma desacelerada nos estudos é tudo o que se quer nesses dias.
Não pretendo falar sobre a importância dos profissionais da educação, muito menos do processo educacional no país. Chega de tanto discurso! Nem há tanto a comemorar assim, apesar de alguns reconhecidos e consideráveis avanços nessa área.
Quero mesmo é me permitir lembrar minhas três professoras primárias: a Lucinha do Goes, a dona Sílvia (na verdade, Antônia Silva) e a Ieda Melo, pessoas fundamentais no meu tempo de aluna do Conjurados. Tive a sorte de ser muito bem encaminhada por elas. Tenho a alegria de poder abraçá-las ainda hoje. De estilo e temperamento tão diferentes, as três souberam se fazer inesquecíveis para mim.
TRÂNSITO LEGAL
Dizem que o órgão mais sensível do ser humano é o bolso. Brincadeiras à parte, multas, taxas e impostos mexem mesmo com qualquer um. No trânsito então, a situação é exemplar. Certas posturas, como o uso do cinto de segurança (só para ilustrar), costumam ser adotadas apenas pela obrigatoriedade imposta pela lei, que muitas vezes prevê como punição ao infrator da mesma o pagamento em dinheiro, ou melhor, a temida multa.
Essa é a nossa realidade. Nada impede, entretanto, que sejam promovidas campanhas educativas como as que se vêem por aí. Melhor seria se só elas bastassem. Não é o caso.
Em se tratando de iniciativas voltadas para a sensibilização das pessoas nesse aspecto, é importante destacar a recente campanha da Polícia Militar intitulada: “Semana Nacional do Trânsito”. O conteúdo de uma das frases espalhadas por nossa cidade traduz o essencial: “CORTESIA, PRUDÊNCIA E EDUCAÇÃO TORNAM O TRÂNSITO MAIS HUMANO E SEGURO”. É isso aí.
Tempos de campanha
11 de Outubro de 2008, por Regina Coelho