Vivemos numa era em que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o corpo, seja por simples vaidade ou por questões que envolvem a melhora da saúde e uma vida mais saudável. Com isso, muitos buscam realizar algum tipo de atividade física e iniciam um tratamento nutricional. No início do processo, ficam ansiosos pelos resultados e começam a se pesar constantemente, associando o emagrecimento à perda de peso. No entanto, há diferenças significativas que devem ser consideradas nesse contexto.
O hábito de se pesar constantemente pode levar a pessoa a ser enganada pela balança. Em alguns casos, ao achar que devido ao fato de o peso dela ter permanecido estável ou ter aumentado, isso não significa que a pessoa não tenha perdido peso. Contudo, devemos esclarecer que perder peso não é a mesma coisa que emagrecer, pois o emagrecimento está ligado à perda de uma quantidade de gordura corporal que o indivíduo possui. Ao contrário, a perda ou não de peso, que podemos medir na balança, está relacionada apenas com a redução da sua massa corporal, não levando em consideração se a perda foi de músculo ou de gordura.
Só para termos uma ideia, nós podemos manter o peso e engordar, perder peso e engodar e ganhar peso e emagrecer. Considerando a hipótese de manter ou perder peso, temos o seguinte: podemos dizer que um indivíduo que manteve o peso ou perdeu peso, sendo esse peso de massa muscular, engordou. Isso ocorre porque a densidade da massa muscular é maior do que a densidade da massa de gordura, sendo a densidade uma medida inversamente proporcional ao volume ocupado. Com isso, maior área será ocupada para armazenar a massa de gordura que esse indivíduo possui.
Devemos considerar que para pessoas que estão muito acima do seu peso, a perda de massa muscular juntamente com a massa de gordura não é tão prejudicial até certo ponto. Isso se deve ao fato de que é quase impossível obter grandes reduções na massa corporal e não perder músculo. No entanto, um trabalho envolvendo alimentação adequada, com exercícios aeróbicos e musculação deve ser inserido nesse contexto, principalmente com foco nos grupos musculares que demandam maior gasto energético. Desse modo, podemos aumentar a perda de gordura e diminuir a perda de músculo.
Por isso, se você se pesa constantemente e está ansioso com seu processo de emagrecimento ou ganho de massa muscular, não considere apenas a balança para classificar o seu estado nutricional atual. Isso são apenas números, que não dizem quase nada sobre a sua composição corporal. Há outras avaliações que devem ser feitas, seja por um educador físico ou nutricionista, tal como a medição do IMC (Índice de Massa Corporal) associada à aferição das dobras cutâneas e circunferência abdominal, sendo esta última um parâmetro utilizado para medir os riscos de doenças cardiovasculares.
Caso deseja perder peso com saúde, as melhores soluções são estratégias alimentares individuais e atividade física controlada. Não recorra a remédios ou dietas rigorosas que prometem perdas muito grandes de peso em espaços curtos de tempo. Tenha paciência. Um dos métodos mais eficazes é e sempre será a junção da musculação a exercícios aeróbicos (corrida, esteira, caminhada etc.). A musculação tem o grande papel de ajudar a manter a nossa massa muscular dentro de um contexto alimentar elaborado com esse intuito. E tem também grande influência no aumento do gasto energético em repouso - efeito que a maioria das atividades aeróbicas contínuas não consegue exercer.
Para sua segurança, antes de iniciar qualquer processo de emagrecimento, faça uma avaliação médica, procure um nutricionista e pratique atividades físicas com acompanhamento de um educador físico. Fazendo isso, as chances de problemas futuros acontecerem diminuirão muito.