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Mais uma final de Libertadores entre brasileiros. Como fica a América?

21 de Setembro de 2022, por Vanuza Resende

Depois dos sonoros 4x0 do Flamengo em cima do Vélez, fora de casa, eu já sabia que a final da Libertadores seria mais uma vez entre dois brasileiros, apesar de ter errado ao acreditar que o Palmeiras chegaria em mais uma final. Eu, que acreditei na vitória do Athletico Paranaense em casa, não apostava que o Furacão passaria pelo Porco e voltaria a uma final de Libertadores após 17 anos.

Essa é a sexta vez na história que dois clubes do mesmo país vão decidir o título do torneio – a quinta com equipes brasileiras que venceram as últimas três edições. Apesar de ter comemorado a certeza de pelo menos um brasileiro na final, com o chaveamento entre Palmeiras e Athletico Paranaense, estive me questionando sobre a magia da Libertadores, que é tão mágica assim, justamente por ser da América.  

A América vai marcar presença somente sendo palco da final, que neste ano será disputada em Guayaquil. Mas e o futebol do continente, como anda? Cadê as clássicas finais de Libertadores entre Argentina e Brasil? Sinceramente, os times argentinos que disputaram essa edição do principal torneio do continente, se disputassem o Brasileirão dificilmente se classificariam para o G-6.

Isso falando do potencial do futebol Argentino. E como ficam Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, que tradicionalmente já têm muito menos apoio financeiro no futebol? E o que já era nítido fica comprovado com as quartas de final formadas apenas por brasileiros e argentinos – com o Vélez sendo o único sobrevivente. Curiosamente, sobreviveu até a semi porque não encontrou nenhum brasileiro antes. Aliás, tivemos um único brasileiro eliminado por estrangeiro, o Fortaleza, que caiu para o Estudiantes.

Todo esse retrospecto teria que terminar com a final sendo mesmo brasileira. Mas quem é amante de um bom jogo, de um bom futebol e da magia da Libertadores, sentiu a diferença e a queda do rendimento do torneio.

De qualquer forma, que bom que o rendimento caiu depois das nossas fronteiras! Talvez você, leitor, acredite que mais uma final brasileira seja algo bom. E, lá fora, ganhamos o título do “terror da América”, os “carrascos do continente”. Que sejamos, então! Mas, cá entre nós, uma semifinal com a presença de representantes do Paraguai, Colômbia, Chile e uma final colocando toda a rivalidade de Brasil e Argentina são coisas de deixar saudades. Para 2022, resta acabar com a saudade do Furacão em uma final de Libertadores e torcer por um jogão de bola, desses que o Flamengo vem sempre fazendo!

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