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Campanha da Fraternidade 2011

14 de Marco de 2011, por Pe. Dirceu de Oliveira Medeiros

Campanha da Fraternidade 2011

Consumo responsável, evitar queimadas, não poluir nascentes, não desmatar: eis algumas das atitudes que, certamente, poderão contribuir para a salvação da nossa casa comum, o planeta terra. Neste ano de 2011, com a Igreja, refletiremos sobre a vida no planeta que está ameaçada. Não só a vida humana, mas toda a biodiversidade, os seres vivos de modo geral. O ser humano, através de sua ação agressiva, conseguiu interferir no equilíbrio do planeta provocando as chamadas mudanças climáticas, que são fruto do aquecimento global. A temperatura da terra está aumentando e isto é perceptível!
 
O Planeta está agonizando, como nos adverte o lema da campanha:"a criação geme emdores de parto" (Rm 8, 22). Porém, resta um fio de esperança incutido nesse versículo bíblico. Se nos conscientizarmos e assumirmos posturas novas, poderemos salvar a terra. Assim, a sua dor não será de agonia da morte, mas de renovação da vida. Só depende de nós e para isto é preciso conversão!
 
Quanto ao objetivo da campanha, não é outro senão, “contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participarem dos debates e ações que visam a enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”. Esse é um tema bastante atual e que toca a vida de cada um de nós e de toda a sociedade. Aproveitemos nossos espaços de reflexão, reuniões, vias sacras, escolas para aprofundarmos nossa temática.
 
Na verdade, do ponto de vista espiritual, precisamos recuperar a dimensão da sacralidade da criação. A criação ou a natureza não podem ser vistas unicamente como fonte de recursos, que julgamos inesgotáveis e que exploramos com sede voraz. A natureza é sagrada, é manifestação de Deus. Dela devemos nos aproximar com reverência e respeito, afinal ela nos revela Deus. Diz o salmista: "os céus narram a glória de Deus e o firmamento o esplendor de suas mãos" (Sl 19, 1).
 
Também uma correta exegese (interpretação) do texto bíblico da criação poderá nos auxiliar. Os verbos "dominai e subjugai", que aparecem no capítulo primeiro do livro do Gênesis, necessitam de uma adequada compreensão. O verbo dominar, por exemplo, provém de dominus, substantivo latino que quer dizer senhor. Dominar a terra ou a criação não significa, em perspectiva bíblica, destruir ou explorar, antes cuidar. O senhor de uma propriedade não a destrói, ao contrário cuida da mesma. Desse modo, o ser humano figura como guardião da obra da criação, que o Senhor Deus entregou aos nossos cuidados.
 
Os efeitos nefastos da nossa ação destruidora já podem ser sentidos. Fenômenos naturais extremos e severos, chuva intensas, seca de mais! Em comunidade ou individualmente, aproveitemos o tempo da quaresma para nossa reflexão, sobretudo a respeito da nossa parcela de responsabilidade nesse processo de destruição. Consideremos aquelas mudanças comportamentais que estão ao nosso alcance realizar. Vislumbremos as mudanças sistêmicas pelas quais devemos lutar. Destaco aqui a opção por fontes de energia limpa, como o aquecimento solar, a implantação da coleta seletiva do lixo, dentre outras. Por fim, se tivermos uma conduta coerente, evitaremos o pecado ecológico e o nosso testemunho poderá influenciar os homens e mulheres de boa vontade. Sejamos fermento a levedar a massa da sociedade. Que assim seja!

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