Eça de Queirós na família Resende e Resende na obra de Eça


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José Venâncio de Resende, de Lisboa0

Foto inédita da fonte da antiga Casa do Paço, em Resende, que pertenceu aos Resendes-Castro (Foto Ideal).

O primeiro filme, baseado no célebre romance “Os Maias”, de Eça de Queirós, entrou em cartaz nos cinemas de Lisboa, em Setembro.  Os heróis do livro, no qual se baseou João Botelho, são avô e neto (Afonso da Maia e Carlos da Maia) cujas vidas se dividem entre a Casa do Ramalhete, em Lisboa, na rua das Janelas Verdes, e a Quinta de Santa Olávia, no Douro.

O que liga este livro a outros romances de Eça de Queirós é a presença da cidade de Resende*, na opinião do padre e escritor Joaquim Correia Duarte. Resende, no norte de Portugal, foi palco de três das mais conhecidas obras de Eça de Queirós: a Casa do Paço (Quinta de Santa Olávia), para “Os Maias”; Feirão, para “ O Crime do Padre Amaro”; e S. Cipriano e a sua Casa da Torre para “A Ilustre Casa de Ramires”. 

“Caminhavam então junto à ponte da Portela, onde os campos se alargam, e da estrada se avista Vila-Clara, que a lua branqueava toda, desde o Convento de Santa Teresa, rente ao chafariz, até ao muro do novo cemitério, no alto, com os seus finos ciprestes. Para o fundo do vale, clara também no lugar, era a igrejinha de Craquede, Santa Maria de Craquede, resto do antigo mosteiro em que ainda jaziam, nos seus rudes túmulos de granito, as grandes ossadas dos Ramires afonsinos. Sob o arco, docemente, o riacho lento, arrastando entre os seixos, sussurrava na sombra”(Eça de Queirós, em A Ilustre Casa de Ramires). 

Vila Clara é a cidade de Resende. Santa Maria de Craquede é Santa Maria de Cárquere, do antigo Mosteiro de mesmo nome. O romance - que se passa na zona de Resende – pode-se dizer que é uma homenagem de Eça de Queirós à terra natal e à família de Emília de Castro Pamplona. De família nobre, Emília era a mulher com quem o escritor se casaria em 1886, no oratório particular da antiga Quinta de Santo Ovídio, na cidade do Porto. 

O roteiro que inspirou Eça de Queirós ao escrever A Ilustre Casa de Ramires tem início na estação ferroviária Tormes-Arego, na linha do rio Douro, segundo Laura de Castro**.  O percurso conduz à margem esquerda do rio através da ponte de Mosteirô, junto à estação, e tem como destino diferentes locais do concelho de Resende, terminando em Lamego.  O cenário é a geografia e a paisagem de Resende, na margem oposta a Santa Cruz do Douro. 

Com base em estudos anteriores, Laura considera possível, ao visitante, “percorrer e, essencialmente, sentir o espaço daquela obra de Eça de Queiroz em que as ligações entre os diferentes lugares eram feitas a pé, a cavalo ou em caleche por caminhos de terra, de difícil circulação, especialmente em tempo chuvoso”. Apesar do acesso difícil ainda hoje, “é viável percorrer uma zona vasta que vai de Cinfães a Resende, com passagem pela zona de Ramires e de Cárquere, até à cidade de Lamego”. 

Ficção e história 

A aldeia de Ramires, próximo do rio Cabrum (“num cabeço ermo da serra”), a ponte romântica da Lagariça  – “em pedra e de um só arco” onde o personagem central Gonçalo Mendes Ramires identifica o brasão da família – e, perto, a Casa e Torre da Lagariça são cenas que inspiraram o escritor, de acordo com Laura. 

De Ramires, a travessia do rio Cabrum leva a Santa Maria de Cárquere, o correspondente ao topônimo literário de Craquede. “É um lugar da maior importância para o romance e pleno de ressonâncias históricas, tendo uma grandiosidade que, de fato, não corresponde ao estado atual do monumento”, resume Laura. 

Os Ramires da ficção coincidem com os Ramires históricos, descendentes de D. Ramires II, rei de Leão. Seu bisneto D. Rausendo fundou, para si e seus descendentes, a grande Quinta do Paço, em Resende. Segundo o padre e escritor Joaquim Correia Duarte, esta Quinta pertenceu a D. Egas Moniz de Ribadouro, cujo bisavô – Egas Moniz, o Gasco - fora casado com Dordia Ermiges, irmã de D. Rausendo. 

D. Egas Moniz recebeu, entre 1128 e 1146, a grande “Honra de Resende”, instituída pelo rei D. Afonso Henriques, que esteve até há poucos anos na posse dos descendentes do Conde de Resende. Em finais do século XV, a Quinta do Paço passou para os Castros-Condes de Resende. Seis quilômetros acima da Casa do Paço, já na encosta da Serra do Montemuro, encontra-se o Mosteiro de Cárquere onde, no romance, está o panteão dos Ramires. 

Convento e igreja de Santa Maria de Cárquere, com fachada dos séculos XV/XVI, são separados por uma torre do século XII/XIII. A igreja apresenta uma nave de estilo manuelino e capela-mor gótica. Cárquere guarda os túmulos dos descendentes de D. Egas Moniz, na Capela Funerária, construção medieval do século XII anexa à igreja. É um pequeno espaço retangular, com quatro túmulos em pedra rudemente talhada. Na parede, numa das lápides, lê-se “Aqui jaz Vasco Martins de Resende, do conselho de El-Rei D. Afonso IV, regedor de sua justiça na comarca dentre Douro e Minho”. 

No episódio em que o personagem principal foi tomado pela curiosidade de visitar a igreja de Cárquere onde não entrara desde pequeno, Eça descreve que “sobe, enche ainda magnificamente o céu lustroso, a fachada da igreja do vetusto Mosteiro, suavemente amarelecida e brunida pelos tempos, com o seu imenso portal sem portas, a rosácea desmantelada, e esvaziados os nichos de enterramento onde outrora se estiraçavam as imagens dos fundadores (…) 

Puxou a égua, transpôs o portal, atravessou o espaço descoberto que fora a nave – atulhado de caliça, de cacos, de pedras despegadas da abóbada e afogadas nas ervas bravas. E pela brecha dum muro a que ainda se amparava um pedaço de altar – penetrou na silenciosa crasta afonsina. Só dela restam duas arcadas em ângulo, atarracadas sobre rudes pilares, lajeadas de poderosas lajes puídas que nessa manhã o sacristão cuidadosamente varrera”. 

A descrição de Vila Clara, que corresponderia a Resende, denota conhecimento por parte de Eça tanto das paisagens quanto do tempo de percurso. “Gonçalo seguiu pensativamente por defronte do Correio; torneou a branca escadaria da Igreja de S. Bento; meteu alheado, e sem reparar, pela estrada plantada de acácias que conduz ao Cemitério. E, naquele alto da Vila, donde, ao desembocar da Calçadinha, se abrange a largueza rica dos campos desde Valverde a Craquede – sentiu que também na sua vida, apertada e solitária como a Calçadinha, se alargava um arejado espaço cheio de interessante bulício e de abundância. (…) 

Levado pela quente rajada de pensamentos, chegara à grade do cemitério da Vila que o luar branqueava como um lençol estendido. (…) Então o Fidalgo sentiu um arrepiado medo do Cristo, das lousas, dos defuntos, da lua, da solidão. E despediu numa carreira até avistar as casas da Calçadinha, por onde descampou como uma pedra solta. Quando se deteve no Largo do Chafariz, um mocho piava na torre da Câmara, melancolisando o repouso de Vila Clara apagada e adormecida.” 

Laura Castro considera que “A entrada (de Eça) numa família de forte tradição e genealogia sólida, tê-lo-á certamente seduzido e influenciado”. Tal como no romance “A Cidade e as Serras” – cujo palco escolhido foi Santa Cruz do Douro, com a Quinta de Vila Nova –, a escolha da zona de Resende, sede natal da mulher, para “palco geográfico” de A Ilustre Casa de Ramires tem “motivos de caráter familiar associados ao casamento de Eça com Emília, filha da condessa de Resende”, conclui. 

Obras entrelaçadas 

Resende é o elo de ligação entre os romances Os Maias e A Ilustre Casa de Ramires. Para padre Joaquim, não há dúvida de que a Quinta de Santa Olávia, que Eça de Queirós descreve e tem em mente em Os Maias é a “nobre e antiquíssima Casa do Paço, de Resende”. Ele apresenta algumas evidências. 

“Carlos da Maia, que fora passar o Natal a Sevilha, escreveu de lá para Lisboa, a dizer que resolvera ´vir ao velho Portugal ver as árvores de Santa Olávia e as maravilhas da avenida´ e convidar o seu amigo Eça a vir de Lisboa ao seu encontro, com o Vilaça, ´comer o porco em Santa Olávia´. E logo a seguir, diz o romancista que o jovem ´pouco se demorou em Resende´.  O escritor ainda se refere ao Abade Custódio, amigo pessoal do velho Afonso da Maia e frequentador habitual da sua casa: ´O excelente homem nunca saíra de Resende´.” 

Em outra passagem, Eça escreve sobre uma das senhoras da Quinta da Lagoaça, que também frequentava a casa: “D. Ana Silveira, a solteira e a mais velha das Silveiras era, em pontos de doutrina, uma grande autoridade em Resende”. E finalmente: “A presença de Brown, um herético, um protestante, como preceptor da família dos Maias, causara desgosto em Resende”. 

Assim, conclui Padre Joaquim que a Quinta de Santa Olávia, em Resende, “seria a ilustre Casa do Paço, cabeça de uma das maiores ´Honras´ medievais, ligada aos inícios na nacionalidade e à ilustre família do Aio do nosso primeiro Rei”.  E foi dessa Casa do Paço que saiu Emília de Castro para se casar com Eça de Queirós. 

Além da casa, das árvores e da “avenida” de Santa Olávia – ou Casa do Paço -, já citadas por Eça, outro escritor – Pinho Leal – escreveu em “Portugal Antigo e Moderno”: “Junto ao Paço está a Capela de Santo Antônio, antiquíssima. Na frente do edifício, há uma avenida murada dos dois lados que vai até à estrada pública, e ao fundo da avenida junto às casas, se vêem restos de um antigo chafariz, de excelente construção”. 

Condes de Resende 

Emília era filha de D. Antônio Benedicto Castro - 4º Conde de Resende e almirante de Portugal – e de Maria Balbina Pamplona Carneiro Rangel Velloso Barreto de Miranda e Figueiroa. Um dos oito irmãos de Emília era Luís Manuel Benedicto da Natividade de Castro Pamplona de Sousa Holstein, o 5º Conde de Resende. Ele herdou o sobrenome Holstein da avó, Maria Helena de Sousa Holstein, filha de D. Alexandre de Sousa Holstein e da sua segunda mulher Balbina Cândida de Sousa. 

Maria Helena viria a casar-se com D. Manuel Pamplona Carneiro Rangel Miranda Barreto de Figueiroa, 1º Visconde de Beire, proprietário da Quinta da Costa. Foi o casamento de sua filha Maria Balbina com D. Antônio Benedicto de Castro que fez com que a Quinta passasse a ser denominada Solar Condes de Resende, segundo informa o seu atual diretor e historiador Joaquim A. Gonçalves Guimarães. 

Mas, afinal, quem foi D. Antônio Benedicto de Castro? O pai de Emília era bisneto de D. Antonio José de Castro, almirante de Portugal, que em 10 de Junho de 1754 recebeu o primeiro título de Conde de Resende. Por ironia do destino, seu filho D. José Luís de Castro - o 2º Conde de Resende - era o vice-rei do Brasil na época em que foram julgados e condenados os inconfidentes mineiros liderados por Tiradentes, entre eles os José de Resende Costa (pai e filho). 

Passaram-se séculos desde que o primeiro senhor de honra de Resende - o famoso Egas Moniz – falecera em 1146, de acordo com Anselmo Braamcamp Freire ***. Egas Moniz foi sucedido por seus descendentes até 1477. “Durante esse largo período de mais de três séculos, nenhum dos senhores de Resende se tornou realmente notável; viveram quase sempre na Beira, longe de todo o bulício, e pouco faltou para a História se esquecer inteiramente deles.” 

O primeiro a usar o apelido “Resende”, derivado do senhorio da honra, foi Martim Afonso, de quem se encontram notícias desde 1258 até perto de 1316, relata Freire. Ele e seu irmão Geraldo Afonso de Resende tinham a varonia de Baião e descendiam de uma neta de Egas Moniz. Depois, apareceu o neto de Martim Afonso (filho de uma sua filha), o primeiro Vasco Martinz de Resende, já senhor da honra em 1340 e falecido antes de 1357. 

Em seguida, prossegue Freire, encontram-se três Resendes contemporâneos: Gil Vazquez (1357-1374), filho de Vasco Martinz; e Fernão Vazquez (1385-1388) e Martin Vazquez (1386-1412), irmãos um do outro. Gil e Fernão morreram sem descendência. Martin deixou um filho único, o segundo Vasco Martinz de Resende, que foi o último dos Resendes. 

O segundo Vasco Martinz de Resende casou-se com Maria de Castro, a partir de então a senhora da casa. Com a sua morte, em 1477, terminou a linhagem, extinguiu-se completamente a geração varonil dos Resendes, explica Freire, “pois nela se não devem incluir os descendentes de Maria de Resende, Barretos e Castros, fidalgos cortezãos que desdenhariam da costela beiroa”. Ao morrer, Vasco deixou testamento, feito no Paço de Resende, passando a honra para a viúva e seus descendentes, e, vinculada a ela, uma Capela em Santa Maria de Cárquere. Muito mais tarde, D. José I concederia à família o título de Conde de Resende. 

Juventude e casamento 

Já na juventude, Eça de Queirós foi colega de escola de Luís Manuel e de Manuel, irmãos de Emília de Castro Pamplona, no antigo Colégio da Lapa, cidade do Porto, onde fora matriculado em 1855. Os condes moravam na Quinta de Santo Ovídio e Eça, na casa da tia, na Rua do Cedofeita – ambos próximos à atual Praça da República -, o que permitia que fizessem a pé o trajeto da escola. 

De lá, Eça foi para o primeiro curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou em 1866, mudando-se em seguida para Lisboa. Na capital, iniciou a publicação de folhetins nos jornais da época e a sua atividade como advogado. 

Em 1869, Eça de Queirós viajou com Luís Manuel para a inauguração do canal de Suez. Viagem esta que resultou nos livros “O Egito: notas de viagem” (crônicas) e “A relíquia”. Mas o 5º Conde de Resende morreu logo depois, com apenas 32 anos, passando o título para seu irmão Manuel Benedicto de Castro Pamplona, que veio a ser o 6º Conde de Resende. 

Não foi nem em Lisboa nem no Porto, mas sim no Solar Condes de Resende, no concelho de Vila Nova de Gaia, perto do Porto, onde Eça se apaixonaria por Emília. O escritor chegou a fazer esta revelação, por meio de carta, ao seu futuro cunhado, o 6º Conde de Resende, que faleceria no Solar em 1907. Para marcar este acontecimento, foi erguida lá uma estátua de Eça de Queiroz, de autoria do escultor Hélder de Carvalho. 

O casamento aconteceu em 10 de Fevereiro de 1886 no Solar de Santo Ovídio (esta quinta foi destruída no final do século XIX). Na véspera do seu casamento, o escritor ficou instalado no Hotel de Paris, na Rua da Fábrica, relativamente próximo à Quinta, embora noutras ocasiões tenha se hospedado no Grande Hotel do Porto, o mesmo onde se hospedou D. Pedro II e onde faleceu a imperatriz do Brasil quando no exílio. 

Parte da Quinta de Santo Ovídio seria destruída em 1895 para a abertura da rua Álvares Cabral, o que levou parte da família a mudar-se para Canelas. A Quinta, que ocupava área entre a atual Praça da República e a Rua de Cedofeita, é lembrada pelo comerciante Jorge Santos pelo fato de seu amplo portão ter sido invadido pelas célebres festas de São João, na Lapa, “mais voltadas para a burguesia, mas também folgazonas”****. 

O Solar 

O Solar, onde Eça se enamorou de Emília, integrara o patrimônio dos Condes de Resende em 1843, por meio do casamento de Maria Balbina Pamplona de Sousa e Holstein com D. Antonio Benedicto de Castro, 4º Conde de Resende,  filho de D. Luís Inocêncio Benedicto de Castro, o 3º Conde de Resende, segundo Susana Guimarães*****. 

Antes de passar aos Resendes, ali residiu D. Manuel Pamplona Carneiro Rangel, o Visconde de Beire. Com base em documentação inédita, Susana descreveu os conflitos internos da família deste nobre, que ascendeu pela atividade militar, alcançando o título de visconde, e se casou com a filha primogênita na Casa dos Condes de Resende. O Solar está ligado a biografias de diversas personalidades, que participaram nos acontecimentos mais importantes dos reinados de D. José, D. Maria I e D. João VI, em Portugal, no Brasil e noutros espaços do Império, observa o historiador Joaquim Guimarães. Mas também à vida cotidiana de uma casa senhorial rural do Entre-Douro-e-Minho e as suas ligações à nobreza local e à Corte. 

Trata-se de edifício composto por três corpos principais, ligados entre si em ângulo reto, definindo dois pátios, ligados entre si por uma passagem aberta no corpo central, relata Susana. A planta da casa forma dois L – o corpo central e o comum – que unem os dois extremos. O edifício tem dois andares – o rés do chão (mais ligado a funções de trabalho) e o 1º andar, o andar nobre (com funções habitacionais e de lazer). Reflete, assim, o século XVIII, ao representar a “função de apoio doméstico” e a “demarcação de uma imagem na paisagem social”. 

Assim, a entrada engloba área de jardim, salão nobre e o muro que circunda a propriedade e faz a ligação entre as várias áreas, inclusive a Capela da Quinta (de S. Tomé). “Trata-se, portanto, de uma casa-bloco, isto é, todas as dependências (habitação, gados, arrecadações), situam-se sob o mesmo telhado, e sobradada, porque há uma organização em dois andares”, resume Susana. 

Com o falecimento do 4º Conde de Resende em 1865, a administração do Solar retornou a Maria Balbina, sua esposa, e o título passou para os seus filhos. O primeiro sucessor foi D. Luís Manuel, o 5º Conde de Resende, que faleceu em 1876 apenas com 32 anos incompletos, passando o título ao irmão D. Manuel, o 6º Conde de Resende. O Solar Condes de Resende foi habitado até as primeiras décadas do século XX, altura em que a família passou a residir em Lisboa. 

Sobre o papel histórico do Solar, Suzana conclui: “O percurso genealógico marcou o crescimento vincular do patrimônio em três momentos, em torno de três casamentos, que marcam a história da casa – o da neta de Thomé da Silva Baldaya, D. Maria Clara Baldaya de Tovar e Menezes com João Álvares Pamplona Carneiro Rangel; o casamento de Jozé Pamplona Carneiro Rangel, filho não primogénito dos anteriores, com D. Antonia Ignácia Barreto de Miranda, casamento que incorpora, certamente, prestígio e afirmação na sociedade iluminada do tempo de Pombal, associada às transformações político-econômicas (o facto do sogro ser Provedor da Companhia dos Vinhos do Alto Douro). Finalmente, o de Manuel Pamplona Carneiro Rangel, 1º Visconde de Beire, com D. Maria Helena de Sousa Holstein, irmã do 1º Duque de Palmela”. 

Entre as atividades culturais desenvolvidas atualmente no Solar, destaca-se a Confraria Queirosiana (www.queirosiana.pt), que reúne sócios principalmente em Portugal e Brasil. A Confraria existe desde 2003 com o objetivo de difundir a vida, obra e época de Eça de Queirós, de acordo com Joaquim Guimarães. 

* Resende na Vida e na Obra de Eça de Queiroz. Conferência na Escola Secundária de Resende, em 1996, publicada pela Câmara Municipal. 

**Viajar com Eça de Queiroz… Os caminhos da literatura”, Delegacia Regional da Cultura do Norte, Ministério da Cultura, Portugal. 

***A honra de Resende, Archivo Histórico Portuguez, vol. IV, anno de 1906, Lisboa, págs 10 a 39 

****Percursos & Ideias, Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo. 

*****A Quinta da Costa em Canelas, Vila Nova de Gaia (1766-1816) – Família, Patrimônio e Casa, Confraria Queirosiana, Palimage, Vila Nova de Gaia, 2006.  

 

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