Mais antiga unidade de base da Sociedade de São Vicente de Paulo, de Resende Costa, completou 112 anos


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José Venâncio de Resende0

Antiga sede da Conferência (foto cedida por João Carlos).

A Conferência de São Vicente – atual Conferência de Nossa Senhora da Penha -, de Resende Costa, acaba de completar 112 anos. Foi fundada em 14 de dezembro de 1905 no então Distrito da Lage, por católicos leigos do sexo masculino. Faz parte dos milhares de unidades de base da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), que reúnem mais de 1,5 milhão de voluntários em cerca de 140 países.

O fundador da primeira Conferência de Resende Costa foi o coronel Luiz Orsini, então residente em Pará de Minas, e a primeira reunião aconteceu na Capela de Nossa Senhora do Rosário. A ata da fundação foi assinada por 13 homens - o nome do coronel Orsini não aparece entre eles. Também chama a atenção a presença na reunião de outros católicos do lugar.

“Luiz Orsini deve ter conseguido se tornar uma liderança das conferências vicentinas em Minas, e um grande incentivador da instituição, motivo pelo qual é tido como fundador do grupo no Arraial da Lage”, assinala João Carlos Resende, autor do trabalho “Da esmola material à esmola espiritual: a Conferência de São Vicente de Paulo da Lage de Tiradentes (1905-1907)”, apresentado, em 2017, ao curso de História da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) para a obtenção do grau de licenciatura.

João Carlos destaca que, “dos 13 co-fundadores, não há notícias da presença de alguém que tenha sido um grande fazendeiro escravista para os padrões locais, embora alguns deles pertenciam às famílias escravistas e de grande destaque social e econômico no Distrito da Lage”. Assinaram a ata de fundação da Conferência os confrades: Agenor Gomes de Sousa; Antônio Alves de Andrade; Antônio Cândido dos Reis; Antônio Isidoro de Castro; Francisco de Assis Fontes Rangel; Francisco de Paula e Silva; Francisco Vieira de Andrade; Ignácio Augusto; José Caetano da Silva; José Luiz de Lourdes; Josué Francisco da Natividade; Lauro Augusto de Resende; e Ozorio Adolpho Rodrigues Chaves.

Prática da caridade

No discurso de fundação, Luiz Orsini disse que a Conferência “era a mais sublime entre as congêneres, porque visava a esmola espiritual, sendo a material um meio para captar a confiança do pobre, que, no seu dizer, é um verdadeiro canal da salvação do confrade, (…) Falou largamente sobre os deveres dos sócios effetivos, ponderando repetidas vezes que deveria ser catholico pratico para assim poder dar bom exemplo”. (Livro I da Conferência de Nossa Senhora da Penha).

João Carlos destaca alguns pontos do discurso de Orsini, a começar pela “oportunidade da prática da caridade católica, tão presente nos ensinamentos da Igreja” e exortada pelo papa Leão XIII na Rerum Novarum. “O pobre era tido como alguém de Deus, e ajudá-lo era algo sagrado. Por isso seria interessante, pelas palavras de Luiz Orsini, ser um confrade vicentino”, observa o autor do trabalho. “O pobre, por ser merecedor da compaixão de Deus, já possui um pé no Paraíso, na visão católica.”

“Daí a necessidade do doador ser alguém que seguisse fielmente a Igreja, dando ´bom exemplo´. Assim, a caridade mudaria o mundo: ao mais abastado, doador da esmola, atraía a gratidão divina, por estar ajudando o mais pobre no alívio de seus sofrimentos terrenos e no conhecimento da verdade católica; ao miserável a caridade era o meio que o levaria à Igreja, que mudaria seus comportamentos imorais.”

Outro ponto destacado por João Carlos é a relação entre condição de “católico prático” e a Romanização; ou seja, o desejado católico participante da vida da Igreja, fiel ao Vaticano. Em processo de reforma interna, a Igreja no Brasil precisava remodelar sua relação com o leigo para continuar sua ação pastoral. “Um laicato forte, bem articulado com o clero, poderia ser a garantia de que nenhum governo civil atacaria as bases eclesiásticas.” E num lugar pequeno, como o Distrito da Lage, onde a grande maioria da população era católica e a vida social e religiosa se misturavam, a “Conferência poderia ser um espaço para a construção de lideranças católicas e a articulação dos leigos”.

Por fim, o autor aponta a preocupação da Igreja com a onda de “ideologias modernas”, como o liberalismo, e uma certa autonomia do leigo mineiro nas práticas religiosas. “A conferência era um bom lugar para moldar o novo católico desejado pela Romanização: aquele que seria fiel ao Papa, ao clero, aos valores morais e com vida sacramental. Um leigo romano.” E o discurso de Luiz Orsini possuía “afinidade com tal doutrina”. A época pós-abolição, com grandes problemas sociais, “oferecia um grande campo de atuação para a Igreja” e: “Era um terreno fértil para as ações de uma conferência vicentina”.

Primeira diretoria

O primeiro presidente da Conferência, eleito por aclamação, foi Francisco de Assis Fontes Rangel, que escolheu tesoureiro Antonio Alves de Andrade e secretário Josué Francisco da Natividade. “A escolha de Francisco não surpreende, já que era bastante conhecido no distrito”, observa João Carlos. Chegou ao arraial entre 1860 e 1870, procedente de São João del-Rei, para suceder no magistério Francisco Florêncio Alves, primeiro professor do lugar, e foi “recebido com prazer e confiança”, de acordo com José Augusto de Rezende citado pelo autor. Chegou “credenciado por sua conduta retilínea e por sua fama de educador”, reforça Juca Chaves também citado pelo autor.

A fonte de Juca Chaves seria o coronel Francisco Gonçalves Pinto, neto do capitão Antônio Pinto de Góes e Lara e avô de Maria Senhorinha de Rezende, esposa de Francisco Rangel. “Ou seja, Gonçalves Pinto era primo da esposa do professor”, resume o autor citando Arthur Vieira de Rezende e Silva. “Mas, mesmo feita tal observação, não parece haver motivos para não crer que o Mestre Rangel tenha realmente trabalhado para a mudança dos costumes locais.” Antônio de Lara Resende, por exemplo, que conheceu Rangel, “diz que, quando Mestre Rangel assumiu a escola pública ´foi que a população do arraial, a pouco e pouco, se sujeitou a certa disciplina moral´, tendo a má fama ido para Capela Nova, atual Desterro de Entre Rios”.

Assim, Rangel teria sido escolhido presidente da nova conferência pela sua capacidade de ter “se valido da fé católica para promover a mudança de valores dos habitantes do Arraial da Lage”, por ter tido um bom relacionamento com o clero – “até cuidava das igrejas” - e também porque “fazia as vezes de acólito nas celebrações litúrgicas” (dito por Lara Resende), resume o autor do trabalho.

Para João Carlos, não parece haver dúvidas de que a Conferência de São Vicente tenha sido fundada como agente da Romanização no Distrito da Lage. Na segunda reunião, o padre responsável pela paróquia local falou “sobre as qualidades de S. Vicente de Paulo, sobre a sua humildade e grande amor pelos pobres e crianças desvalidas e espírito de oração que jamais lhe deixou” (Livro I). Também falou sobre o regulamento da Conferência. “Ademais, chama ainda a atenção o destaque dado à vida e à obra de S. Vicente de Paulo.”

O mandato do primeiro presidente da Conferência foi de 14 de dezembro de 1905 até 4 de março de 1907, “quando o Mestre Rangel pediu exoneração de seu cargo sem ter sido deixado algum registro esclarecendo sua renúncia”, observa o autor.

Os confrades

A ata de fundação da Conferência no Arraial da Lage foi assinada por 13 confrades católicos. Ao analisar as atas de reuniões e demais encontros ocorridos no mandato do primeiro presidente, João Carlos apura que, ao todo, 24 homens, todos eles leigos, participaram da Conferência no período. “Interessante é notar que, desde a fundação da conferência, houve o ingresso de 11 membros, sempre por indicação de outros confrades…”

São eles: José Macedo de Resende e Virgílio Alves da Silva (sem registro de quem indicou); Orosimbo José de Resende, Francisco de Mello Sobrinho e Joaquim de Mello (indicados por Agenor Gomes de Sousa); Absalão de Mello (Francisco Vieira de Andrade); Joaquim Pinto de Resende Lara (Orosimbo); Raul Xavier de Oliveira Rangel (José Macedo); Aristides Augusto de Moraes, Francisco das Chagas Barros e José Francisco de Paula (indicados por Josué Francisco da Natividade).

Para o autor do trabalho, parece não haver motivos para crer que, com as indicações, os confrades mais antigos estariam “preocupados em formar uma rede de solidariedades, até mesmo para garantia de suas práticas econômicas”. Pelo contrário, “as fontes tendem a mostrar justamente o contrário. Fazendo uma breve análise, é possível notar que os três últimos admitidos no grupo, indicados por Josué Francisco da Natividade, eram ´meninos´, apresentados para serem ´aspirantes´. José, inclusive, era seu filho.”

O autor aponta a baixa participação nas reuniões, lembrando que um encontro chegou a ter a presença de apenas quatro pessoas. “Ao que parece, os co-fundadores não estavam tão participativos. Se nada fosse feito, corria-se o risco da conferência precisar encerrar suas atividades. Daí o esforço para a adesão de mais homens.”

Os pobres

Um dos objetivos da Conferência de São Vicente era fornecer ajuda material a pessoas tidas como pobres, assinala o autor. “Na maioria das vezes, um confrade apresentava o nome do necessitado aos confrades, que julgavam ser ele merecedor ou não da ajuda.”

No período estudado, a Conferência deu esmola a 13 pessoas específicas, além de dois grupos: um denominado “as vítimas da catástrofe de Juiz de Fora” (em 18 de fevereiro de 1906) e outro relativo a gasto com “fazendas para repartir com os pobres inocentes” (em 28 de dezembro do mesmo ano). Segundo João Carlos, as doações feitas aos 13 pobres escolhidos “também tem muito a dizer a respeito do funcionamento da instituição. As doações eram repassadas por um confrade escolhido pela conferência, responsável também por verificar o estado do socorrido”.

Os confrades distribuíam semanalmente as esmolas aos pobres escolhidos pelo grupo, “como se fosse uma espécie de aposentadoria, tendo em vista a ausência do Estado nesta área”, resume o autor. Normalmente, cada socorrido recebia 2$000 (dois mil reis) por semana, o que, em termos gerais, equivalia a 8$000 (oito mil reis) mensais. “Observando-se as funções desempenhadas pelos seus membros, foi possível notar que a Conferência não funcionou como uma rede de solidariedades entre eles.”

Para João Carlos, os números também “parecem querer indicar que, ao menos claramente, a Conferência não deve ter sido utilizada para práticas de clientelismo por algum confrade, para prestar assistência a alguém de sua clientela e, assim, angariar algum apoio para alguma causa, seja ela política ou econômica, por exemplo. É preciso lembrar que se está falando de um período em que o Coronelismo dava as cartas no interior mineiro”.

O autor lembra, ainda, que o cargo de presidente certamente seria muito cobiçado “por quem pretendesse se valer de uma instituição a fim de conseguir benefícios pessoais. Não parece que Francisco de Assis Fontes Rangel tenha utilizado tal artimanha”.

Segundo o autor, a prática mais comum para angariar este dinheiro era, em cada reunião ordinária, passar a sacola entre os confrades presentes, quando cada um depositava a quantia que lhe fosse possível. “Dos 62 encontros registrados, em apenas uma ocasião não houve tal ato, justamente numa reunião extraordinária, com caráter festivo.”

A menor arrecadação (700 reis) ocorreu na reunião de 8 de novembro de 1906. Já a maior arrecadação (14$330 ou catorze mil, trezentos e trinta reis) foi verificada em 24 de janeiro de 1907. Porém, há registro de entrada de 27$060 (vinte e sete mil e sessenta reis) para os fundos do grupo em 22 de abril de 1906. “Contudo, diz-se que no valor estão inclusas ´as esmolas angariadas durante a Semana Santa´.”

Caridade

De qualquer forma, parece que “a associação tinha como real intenção promover a caridade católica, e não de controle social num lugar com alto índice de ex-escravos”, conclui João Carlos. “A maioria dos confrades parecem ter visto o grupo como um canal para a prática de suas experiências religiosas. Devotados ao santo padroeiro, São Vicente de Paulo, aqueles homens estavam atrás da salvação de suas almas.” Contudo, há indícios de que “alguns viram a Conferência como um meio de inserção social, tendo em vista a segregação que sofriam no distrito”.

Uma característica da caridade é a não preocupação com o número de pessoas atendidas, observa o autor. “Ao todo, a Conferência do Distrito da Lage assistiu diretamente 13 pessoas, em 17 ocasiões, em 14 meses analisados. O número é pequeno.”
Foram ações segmentadas, e até não muito significativas, observa João Carlos. “Ademais, os próprios praticantes é que determinavam quem seriam os socorridos, e não especialistas em saúde.”

Parece que os confrades não estavam preocupados em promover controle social num distrito que possuiu altos números de cativos, constata o autor. Tanto que não hesitaram em suspender a distribuição de esmolas por dois meses (a partir de 25 de fevereiro de 1906) diante da dificuldade financeira pela qual passava a associação em seu início. “Ao que parece, os confrades não estavam muito preocupados em manter uma aparência de promotores da justiça social a qualquer preço.”

Imagem

O autor do trabalho cita alguns fatos que mostram que os gastos com os mais pobres “não eram uma obsessão do grupo. Não parece que havia uma regra geral que determinasse que a maior parte do dinheiro do grupo fosse gasto com as esmolas”.

Em 20 de setembro de 1906, por exemplo, os confrades aprovaram a sugestão do pároco local, de compra de uma imagem de São Vicente de Paulo. O custo referente à aquisição e transporte, “de incríveis 322$000 (trezentos e vinte e dois mil reis)”, foi apresentado em 7 de março de 1907 pelo confrade Juvenal, em nome de padre Alfredo.

Cada confrade havia doado 20$000 (vinte mil reis) até o fim do mês de setembro de 1906 (depois da reunião que aprovou a compra da imagem). Em março de 1907, a Conferência ainda devia 22$000 (vinte e dois mil reis) ao vigário. “Quando são observados os valores despendidos semanalmente com os socorridos, a quantia gasta com a compra e o carreto da peça impressiona”, conclui o autor.

Com a troca de presidentes, duas semanas depois, foi feito um levantamento sobre as finanças da associação. Até o dia 14 de março de 1907, havia entrado, no caixa da Conferência, 528$430 (quinhentos e vinte e oito mil, quatrocentos e trinta reis). As “despesas feitas com os pobres” somavam 419$460 (quatrocentos e dezenove mil, quatrocentos e sessenta reis), restando, assim, “um fundo de 108$970 (cento e oito mil, novecentos e setenta reis)”.

Outros fatos

Depois de despender uma cifra tão elevada na aquisição da peça sacra, os confrades já pensavam em efetuar outro gasto elevado, relativo ao cômodo onde funcionaria a Conferência. “Isto parece confirmar que os pobres não eram soberanos em suas preocupações”, observa o autor.
Em 8 de novembro de 1906, o confrade Agenor apresentou proposta de uma “festinha” a ser realizada no dia 8 de dezembro, data em que “a Igreja celebra o dogma da Imaculada Conceição de Maria”, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854. Segundo o autor, a prática da invocação mariana era comum em igrejas da região, como a Matriz de Prados, e algumas ermidas de fazendas do Arraial da Lage, construídas nos séculos XVIII e XIX.

Passado o dia da festinha, em reunião no dia 13 de dezembro, Agenor pediu que fosse registrado em ata “que a obrigação do dia 8 de dezembro tinha sido cumprida, mas menos pelos confrades Absalão de Mello, Osorio Chaves e José Macedo”.

Segundo o autor, talvez tal obrigação refira-se a “uma confissão e participação na Missa”, pois, na mesma reunião, o confrade Antônio Alves propôs que, a partir daquele dia, não fossem mais aceitos como confrades aqueles “que não apresentarem certidão de confissão; e ainda mais os confrades que não confessarem agora, e que não o fizerem até o fim do anno, para serem eliminados da lista”. A proposta foi rejeitada.

De acordo com o autor, o mesmo Antônio Alves sugeriu ainda, na mesma reunião, que todos os socorridos pela Conferência, que “não se confessassem até o fim do anno, perdem o direito da esmola”. “Os confrades, demonstram seus atos, na verdade estavam preocupados em evangelizar os pobres assistidos, e não dar-lhes de comer.”

Outro fato, citado pelo autor, foi a decisão dos confrades, em 27 de dezembro de 1906, de gastar “vinte mil reis em fazendas para repartir com os pobres imnocentes, em honra e glória ao Menino Jesus, no dia de amanhã, 28 do corrente”. Nesta data, a Igreja celebra o martírio dos meninos de Belém com menos de dois anos de idade, assassinados por ordem do Rei Herodes, os chamados Santos Inocentes.

Naquela sessão extraordinária, foram distribuídos 64,5 metros de fazenda (panos). Logo em seguida, dona Maria Guilhermina, presidente da Irmandade do Sagrado Coração de Jesus e irmã do presidente da Conferência, Francisco Rangel, fez a distribuição de dinheiro aos mesmos pobres. Já o padre Alfredo distribuiu doces. “Tudo em honra e glória ao Menino Jesus”, salientou o autor do texto da ata. Depois das distribuições, a professora levou “os meninos à Capela do Ss. Sacramento, para orarem e darem louvor ao Menino Jesus, por tão grande dia”.

Assim, conclui o autor do trabalho, “nota-se que o grupo em si realmente tinha uma essência católica, existindo para a prática religiosa, tendo em vista a fé na transcendência. Contudo, parece inegável que, entre os confrades, havia aqueles que viram na Conferência um canal para inserção social. A associação pode ser entendida como promotora da caridade católica, embora para alguns de seus membros, ao que tudo indica, as ações assistenciais possuíam um caráter laico, filantrópico, pois o que importava para eles não era a experiência religiosa, mas benefícios terrenos”.

Clero

As ações dos membros da Conferência parecem demonstrar que não havia submissão ao vigário e tampouco uma relação conflituosa, diz o autor do trabalho. “A primeira conferência do Distrito da Lage foi fundada por fieis leigos, aparentemente sem a presença de algum padre na sessão inaugural. Contudo, como já foi demonstrado, o fundador, Luiz Orsini, falou em acordo com o vigário.”

João Carlos cita alguns fatos onde aparentemente teria havido alguma tensão, que, no entanto, não se confirmou. Em 29 de novembro de 1906, por exemplo, “a pedido do Rev. Vigário da Freguesia, o confrade Juvenal propôs para a conferência mandar descer uma cruz de pedra que se acha em cima da Matriz. Foi reprovada a proposta por unanimidade.” A primeira grande reforma da antiga Capela de Nossa Senhora da Penha de França da Lage, que consistia basicamente de seu aumento, ocorreu entre 1901 e 1909, com várias interrupções.

“Talvez precisasse de mão de obra, apenas”, observa o autor. “Mas o fato é que os confrades não concordaram com o padre na ocasião. É bem verdade que na reunião da outra semana o padre visitou o grupo junto com outro sacerdote. (…) Um mês depois, aliás, o pároco participou de uma atividade da conferência. Não parece ter havido animosidade.”

Assim, conclui o autor, havia uma relação de mútua dependência. “Um necessitava do outro. O clero via com bons olhos a Conferência… E os confrades precisavam da Igreja…”.

 

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