Política de verdade se faz com pessoas de coragem, honestas e comprometidas com o bem-estar da população (Cleiton Afonso dos Santos)


Entrevistas

André Eustáquio0

Cleiton Afonso dos Santos

O Partido Social Democrático (PSD) é a mais nova legenda criada em Resende Costa e tem como um dos fundadores o prefeito municipal Aurélio Suenes. Em nível nacional, o PSD conta com dois governadores, quatro senadores, 37 deputados federais, 70 deputados estaduais, 497 prefeitos e 4.600 vereadores. O PSD é o quarto maior partido do Brasil. Entre suas principais lideranças estão o ministro das Cidades Gilberto Kassab, o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meireles.

O JL conversou com o presidente municipal do PSD, o ex-vereador Cleiton Afonso dos Santos, 34, que falou sobre as propostas do novo partido para Resende Costa. Cleiton é graduado em Engenharia Industrial Mecânica pela UFSJ e pós-graduado em Gestão Pública Municipal pela UFV. É Agente de Saneamento da COPASA em Ritápolis (MG), casado com Renata Kelly Pinto Santos, pai de Gabrielle Eduarda Pinto Santos e Fellipe Gabriel Pinto Santos.

Por que optaram pelo PSD quando decidiram criar um novo partido político em Resende Costa? A ideia de criar o PSD em Resende Costa surgiu em 2011, a pedido do amigo deputado federal Diego Andrade, com o propósito de formarmos um grupo para disputar as eleições de 2012. Infelizmente o registro do PSD demorou e a criação do partido foi adiada. Agora, como o deputado federal Diego Andrade assumiu a presidência estadual do partido, e por ser o PSD um partido forte, com opiniões muito ligadas às nossas, a ideia de formarmos um grupo ganhou força e se tornou realidade. Assim, eu, o prefeito Aurélio e o vereador Lucas, iniciamos e assumimos este novo desafio.

Quais são as principais lideranças do PSD na região e em Resende Costa? A principal liderança regional é o deputado federal Diego Andrade e o deputado estadual Fábio Cherem, de Lavras. Em Resende Costa o grupo ainda está em formação, mas deverá contar com a participação de pelo menos dois vereadores, o prefeito Aurélio Suenes e outras lideranças como ex-vereadores.

Fale um pouco sobre o novo partido. O Partido Social Democrático tem posição clara na defesa das liberdades de expressão e opinião e quanto ao direito do cidadão à informação. Somos, por convicção e princípio, contra qualquer tipo de censura, controle, restrição ou regulamentação da mídia. O PSD será intransigente na condenação e denúncia pública da corrupção e dos malfeitos. Está ao lado da sociedade, do trabalhador, dos jovens, da família resende-costense, que exigem respeito ao dinheiro público, comportamento ético, coerência e honestidade de seus governantes e da classe política. O PSD não fará oposição pela oposição. Faremos política para ajudar nossa querida Resende Costa. Nossos adversários não são inimigos a eliminar, mas cidadãos com os quais vamos dialogar, sem violências ou radicalismos.

Quantos filiados têm o PSD em Resende Costa? Esta é uma questão relativa. Apesar de termos poucos filiados ainda, acredito que quantidade não quer dizer qualidade. Contamos com pessoas que já trabalham em prol da população. O grupo ainda está em formação, mas queremos pessoas comprometidas com o objetivo de ajudar nossa cidade. Percebo que existem partidos com muitos filiados, mas que muitas vezes nem o próprio filiado sabe que é filiado, ou em qual partido está.

 

O prefeito Aurélio Suenes é um dos fundadores do PSD na cidade. Ele já é filiado?

Sim, eu e o Aurélio temos uma amizade com o deputado Diego (Andrade) desde a época em que ele foi diretor da COPASA, por isso estamos juntos nessa caminhada. O vereador Lucas também é uma das lideranças que está à frente do grupo.

Como o PSD pretende participar das próximas eleições municipais? O PSD já preparou uma chapa forte de vereadores para as eleições de 2016 e na chapa majoritária ainda tem muita coisa para acontecer, mas defendo a reeleição do prefeito Aurélio. Esse mandato tem sido muito difícil para os prefeitos de forma geral e é nessa hora que a gente realmente percebe a capacidade que ele tem de conduzir a prefeitura com equilíbrio e responsabilidade. Tenho visto muitas prefeituras paradas por aí e com dificuldades de honrar seus compromissos. Já em Resende Costa, com toda crise, a prefeitura está trabalhando bastante.

Qual o perfil de pessoas que o PSD pretende filiar e contar com a militância? Pessoas que sejam honestas e que já se comprometem com Resende Costa, isto é, pessoas que realmente se preocupam e amam acima de tudo Resende Costa e querem uma cidade ainda melhor.

A quantidade de partidos políticos em Resende Costa é excessiva? Não. Apesar de Resende Costa ser uma cidade que tem muito a crescer, entendo que não podemos ter aqui somente duas frentes, mas sim varias frentes de ideologias e opiniões. Nossa querida cidade vive hoje um momento político muito diferente de anos atrás e essas mudanças fazem com que novas lideranças surjam.

Você acha que Resende Costa carece de novas lideranças políticas?

É sempre bom haver oxigenação, para que novas ideias surjam. Novas lideranças fazem com que lideranças consolidadas busquem se aperfeiçoar e adaptar-se às mudanças que ocorrem em nosso meio. Por isso entendo que haja, sim, esta carência em nossa cidade.

Já é possível falar em alguma articulação política, visando às eleições municipais? Ainda é cedo, mas algumas conversas já foram iniciadas.

Fale um pouco sobre sua trajetória política. Acredito que todas as pessoas exercem e são políticas e eu não sou diferente. Sempre fui e estive envolvido na política. Meu start se deu em meados de 2003, quando fui convidado pelo então presidente do Partido Popular Socialista (PPS), meu amigo Emídio, a me filiar ao partido e concorrer para vereador no pleito de 2004. No entanto, devido a alguns impedimentos de minha vida pessoal e por não entender que era o momento para uma candidatura, não me candidatei, porém me filiei e comecei a me interessar ainda mais por política. Em 2008, resolvi participar do pleito como candidato a vereador. Graças aos candidatos do PPS e principalmente aos meus eleitores consegui me eleger. Em janeiro de 2009, iniciei minha legislatura, participando da mesa-diretora ocupando a secretaria da Câmara Municipal de Resende Costa; foi fantástico o aprendizado. Na eleição para a nova Presidência da Câmara tive o prazer de ocupar a vice-presidência por dois anos, 2011-2012. O entrosamento e a união dos vereadores permitiram criarmos várias leis, trazer recursos (emendas parlamentares), fiscalizarmos o executivo, representarmos e intermediarmos muitos assuntos junto à Prefeitura, a pedido da população. Mas tenho comigo que o maior legado que deixamos foi a revisão da Lei Orgânica. Em 2012, decidi não tentar a reeleição uma vez que o PPS estava “adormecendo” e sua ação diminuindo em Resende Costa. Porém, participei indiretamente das eleições de 2012, que culminaram na vitória de Aurélio Suenes e Toninho Ribeiro. No final deste mesmo ano recebi o convite para assumir a Secretaria Municipal de Transporte, aceitei o desafio entendendo que eu poderia contribuir mais uma vez com Resende Costa. Em 2013, fui nomeado permanecendo neste cargo até maio, e em junho recebi uma nova incumbência, ser Secretário Municipal de Administração e Fazenda, onde permaneci até dezembro de 2014, me desligando da Prefeitura devido a assuntos pessoais junto à COPASA.

Você Pretende se candidatar novamente? Não digo sim nem não, mas minha intenção ao assumir a liderança do partido foi de tentar organizá-lo com a parte burocrática, para dar suporte necessário aos filiados e principalmente a nossos candidatos.

Uma crítica que se faz ao atual modelo político partidário brasileiro é a quantidade excessiva de partidos. O que você pensa sobre isso? Existem muitas siglas realmente, mas é importante que tenhamos partidos e ideologias diversas, é assim que encontramos pontos e contrapontos que favorecem a democracia, tornando as decisões tomadas pelos políticos mais próximas das necessidades do povo. Já avançamos bastante, mas é preciso avançar ainda mais no que se refere ao atendimento e aos anseios do povo, aliás, quanto mais os partidos políticos estiverem próximos do povo conseguiremos fazer uma política séria, sadia e evoluir na democracia propriamente dita.

Fala-se muito da necessidade de renovação dos partidos políticos, ou seja, formar novas lideranças, atrair os jovens para a política. Como atrair os jovens, diante de uma realidade de descrédito em que se encontra a política? É neste descrédito que temos que identificar e incentivar novas lideranças, ou seja, mostrar a eles (jovens) que política de verdade se faz com pessoas de coragem, honestas e comprometidas com o bem-estar da população. Diante do descrédito político é que devemos mostrar às novas lideranças que se eles não assumirem o seu papel, outras pessoas de mau caráter, corruptas e descomprometidas podem assumir em seus lugares.

 

Você acredita que o atual cenário político brasileiro pode melhorar? Sim, mas será preciso que o atual governo seja humilde e aceite que errou e que precisa da ajuda de todos: Senado, Câmara Federal (aliados e oposição), Judiciário, Empresários, Entidades de Classe, Sociedade Civil Organizada etc. Esta crise não afeta a uns e outros, mas toda a sociedade brasileira. Para mudar o cenário político do Brasil existe uma formula que nem todo político acha fácil: trabalho + coragem + honestidade + comprometimento. Não é demagogia, mas só assim mudaremos o nosso país, e quem sabe o nosso planeta.

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