Projeto IMI Portugal: objetivo é o envelhecimento ativo e saudável

Projeto, desenvolvido por várias instituições e financiado pela Comissão Europeia em 15 milhões de euros, pode ser referência para outras regiões.


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José Venâncio de Resende0

Universidade de Coimbra, uma das instituições envolvidas no MIA Portugal.

O projeto do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal), aprovado pela Comissão Europeia com um financiamento de 15 milhões de euros (cerca de R$ 64,9 milhões), pretende ser o primeiro centro de pesquisa de excelência na área do envelhecimento ativo e saudável na Europa do Sul. O MIA Portugal junta as forças da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC); da Universidade de Coimbra (UC); do Instituto Pedro Nunes (IPN); da Universidade de Newcastle (Reino Unido) e do Centro Médico Universitário de Groningen (Holanda).

“É um dia muito feliz para a região, para a cidade e para a universidade”, enalteceu o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, durante a apresentação do projeto MIA-Portugal. É uma “vitória com muito mérito”, acrescentou ainda o reitor, salientando que a aprovação do projeto é resultado de muita resiliência e trabalho de equipe.

Os 15 milhões, angariados no âmbito do Horizonte 2020, vão ser aplicados na contratação de pesquisadores (investigadores), o que significa que a criação de cerca de oito novas equipes para além daquelas que já estão a desenvolver trabalho na área. O MIA Portugal envolve no total um investimento de 50 milhões de euros, e vai permitir a construção, no Polo III da Universidade de Coimbra, de um edifício (Edifício do Biomed) que será equipado com laboratórios e um biotério e onde vão trabalhar em conjunto as equipes de investigação.

Fomento ao empreendedorismo

Para a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, esta é uma oportunidade de “fazer algo extraordinário e de nível internacional”. A dirigente não deixa ainda de destacar que se tratou de um concurso “muito competitivo” onde, depois de várias fases, a candidatura foi aprovada graças, também, ao facto de a Região Centro ser “uma região de referência” no que respeita ao tema do envelhecimento ativo. Trata-se de um projeto que “vai desde a academia até ao investimento”.

O MIA Portugal pretende fomentar novas práticas de empreendedorismo ao oferecer novas oportunidades de negócios à região, criar postos de trabalho altamente qualificados e estimular a economia. Neste ponto a parceria com o IPN assume especial importância. “Somos o parceiro natural”, realça Teresa Mendes, diretora do Instituto, precisamente pela “componente de comercializar resultados”.

Num tempo em que se vive a “armadilha do envelhecimento” com a esperança média de vida a aumentar, a idade é um fator de risco. Por isso, para o coordenador científico do MIA Portugal, Rodrigo Cunha, o objetivo é “aumentar a qualidade de vida enquanto envelhecemos”. É necessário “perceber o que acontece ao nível biológico e como retardar esse processo”, explica o docente da Faculdade de Medicina. A investigação do centro pretende dar resposta a esses desafios, não esquecendo o trabalho já feito pelo consórcio Ageing@Coimbra e o fato de Coimbra possuir as “melhores instituições ligadas à saúde”.

Tal como o próprio nome indica, o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento quer juntar várias disciplinas em torno do mesmo objetivo: o envelhecimento ativo e saudável. É um “projeto âncora na área da saúde mas terá um caráter interdisciplinar”, frisa o Reitor da UC.

Fonte: François Fernandes e Milene Santos - Universidade de Coimbra

 

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