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Cruzeiro da Serra do Mané Chico parcialmente fechado para visitantes

13 de Setembro de 2020, por Edésio Lara

Cruzeiro situado no topo da Serra do Mané Chico (Foto Eudes Resende)

Muita gente, até mesmo moradores de Resende Costa, não conhece o lugar. Os que o conhecem sabem que, passando pela região do Catimbau, próximo ao povoado do Ribeirão de Santo Antônio, localiza-se a Serra do Mané Chico. Lá, no seu ponto mais alto, pertinho do céu, de onde se tem uma vista de 360 graus, privilegiada e livre, vislumbra-se claramente a bela Resende Costa ao longe. Neste lugar, os que moram por perto mandaram erguer um cruzeiro, nos moldes dos que temos nas entradas da cidade. E trataram de cercá-lo com uma forte e larga mureta de pedra. O antes pouco conhecido cruzeiro, devido à distância da sede do município e cujo local não é de fácil acesso, começou a chamar a atenção das pessoas. Desde então, visitas ao local se tornaram mais corriqueiras.  

No ponto mais alto da serra, encontra-se cravada a cruz com duas escadas, uma placa com a sigla em latim INRI (tradução: Jesus Nazareno Rei dos Judeus) e um galo – símbolos da paixão e morte de Jesus. Há também a representação do lençol, que simboliza o tecido usado por José de Arimatéia e Nicodemos, depois de autorizados por Pilatos, para retirar e descer o corpo de Jesus Cristo da cruz, após sua morte por crucificação. Para compor o cenário da representação do Descendimento da Cruz, foram construídas também as 14 estações da via-sacra.

O lugar especial e muito bonito aos poucos começou a receber visitas de grupos de caminhadas, de ciclistas e de motociclistas, além de famílias inteiras que realizam passeio ecológico, pois, no local e em seus arredores, há trilhas, como a que passa pela Jabuticaba e termina na Terra do Feijão, por exemplo. Esses grupos de pessoas sempre cuidam, como fazem por onde passam, de deixar tudo como encontram. Não estragam e não sujam nada. Porém, há sempre quem atrapalha tudo. Uma minoria, inexpressiva em todos os aspectos, tratou de começar a depredar a Serra do Mané Chico, deixando no local restos de comida, plásticos, vidros, latas, entre outras coisas espalhadas pelo chão.

Esta coluna apurou que pelo menos um dos proprietários de terreno no entorno do cruzeiro não permitirá mais o acesso de pessoas ao local, devido às constantes depredações. A chateação, ante tanto desrespeito ao outro, à própria natureza e ao símbolo maior dos cristãos, levou um dos proprietários a tomar uma atitude radical: trancar a porteira de acesso ao topo da serra. Outro proprietário de terreno que compõe o complexo da serra, no entanto, optou por aguardar um pouco mais, não restringindo a circulação de pessoas. Para ele, nada de porteira fechada com cadeado, por enquanto.

A partir de agora, de um lado, visitas ao cruzeiro só serão permitidas para as missas, rezas e vias-sacras. Saímos todos perdendo para os mal-educados, lamentavelmente.

No entanto, podemos agir no sentido de reverter a situação. No momento em que trabalhamos para a completa revitalização da Fazenda das Éguas, a mais antiga do município e tombada pelo Conselho Municipal de Patrimônio e Cultura, que fica pertinho dali, faz-se necessário que espaços como esses permaneçam abertos para podermos, junto aos turistas que nos visitam, desfrutar do nosso patrimônio, dando nossa contribuição para sua preservação.

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