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O centenário da Biblioteca Municipal Antônio Gonçalves Pinto, de Resende Costa

15 de Maio de 2018, por Edésio Lara

Em junho de 2017, dediquei atenção especial à biblioteca municipal nesta coluna. Naquela época, além de enaltecer as conquistas conseguidas com a edificação do prédio, apontei o que considerava importante a ser feito para tornar ainda mais qualificado os serviços prestados por ela. Hoje vejo que uma das questões levantadas foi contemplada: a sala de informática, o Telecentro. Decorridos 10 anos de inauguração do edifício, finalmente, ela foi instalada. Atualmente, a biblioteca abriga a Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura (SETAC), a sede da Amirco, o telecentro, uma sala de multiuso para pequenas reuniões ou minicursos, sala de leitura e um espaço em que estão guardadas obras raras. O que temos de fazer é explorar ao máximo tudo o que este espaço de cultura nos oferece. 

Nesta edição, antes de comentar o evento promovido para festejar seu centenário, faço uma pergunta: para que serve uma biblioteca? A biblioteca pública, aberta à comunidade, segundo a cientista social Christine Castilho Fontelles, é o lugar por excelência para termos acesso gratuito aos recursos e atendimento, para que possamos fazer nossas consultas, empréstimos, pesquisas e nos tornarmos leitores. Mas, não basta o espaço e o acervo se não temos os interessados em leitura. E para que surjam novos e bons leitores, é preciso que, desde cedo, as crianças sejam educadas para esse fim. Segundo ela, educar para ler é uma missão que requer esforço, concentração e criatividade, principalmente em uma época com excesso de informações midiáticas e escassez de tempo, como a nossa. Ao que parece, nossa biblioteca tem contribuído para a formação de leitores em nossa cidade. 

No último dia 28 de abril, a Secretaria de Turismo, Artesanato e Cultura promoveu um evento para celebrar os 100 anos de vida deste importante espaço sociocultural. Foram realizadas leituras de poesias, exposição e venda de livros, relato histórico da biblioteca, obliteração de selo realizado pelos Correios, homenagens a ex-servidores que prestaram e ainda atuam na biblioteca e, principalmente, aos leitores - por faixa etária - que se destacam como os que mais frequentam e tomam livros de empréstimo na biblioteca. Não há como não realçar os leitores homenageados: Alícia Maria Daher Oliveira, Petúlia Vitória Resende, Paulo Eduardo de Andrade e Elódia Rita de Resende Paiva. O prêmio dado aos quatro foi o ponto alto da cerimônia. E como não poderia deixar de ser, aplausos calorosos recebeu a pequena Alícia Maria que, como foi dito pela Cláudia Lúcia Pinto Resende, atual funcionária que responde pelo espaço, “parece ter nascido na biblioteca; frequenta-a desde que nasceu”.

Por fim, gostaria de fazer um registro para este momento de festa. Não podemos nos esquecer da figura de Gilberto José Pinto (1948-2015), ex-prefeito da cidade que, durante seu terceiro e último mandato, acolheu dos mais próximos a recomendação de que a cidade necessitava de um espaço mais amplo, confortável e moderno para abrigar a biblioteca. Fez coro junto aos correligionários o Jornal das Lajes. Desde a fundação do jornal, que acabou de completar 15 anos de atividade, questões relevantes relacionadas à cultura e às artes tem sido abordadas pelos seus colaboradores. A biblioteca sempre esteve entre os tantos assuntos de interesse da comunidade versados pelo periódico.

A biblioteca pública, que desperta a atenção de turistas e os cuidados dos resende-costenses, ainda tem muito a oferecer. Nós que a frequentamos, precisamos nos unir para ajudá-la a ampliar seu acervo e propor ações que possam tornar o espaço mais atraente e qualificado. Os serviços precisam ser informatizados para facilitar o acesso ao acervo e controle sobre empréstimos de livros. Podemos acrescentar ainda a ampliação do horário de atendimento ao leitor e a imediata contratação de profissional especializado em biblioteconomia já aprovado em concurso público. Cabem ainda duas questões que julgo importantes: facilitar o empréstimo de livros para os que moram nos povoados da cidade e uma pesquisa sobre o perfil e as demandas dos leitores que possa ajudar a apontar ações positivas de aperfeiçoamento do atendimento ao público.

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