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Deu a lógica de novo: clássico não segue a lógica

25 de Fevereiro de 2025, por Vanuza Resende

Se existe uma regra no futebol que nunca falha é a de que clássico não tem lógica. E, para quem duvida disso, basta olhar para o primeiro Cruzeiro x Atlético oficial de 2025, disputado no dia 9 de fevereiro. O Cruzeiro, jogando com o Mineirão lotado, com reforços de peso e um Atlético ainda tentando remontar seu elenco, tinha um ligeiro favoritismo. Aí o jogo começou... e, bem, deu a lógica: o favorito não venceu. 

O torcedor celeste até pode dizer que a expulsão do Gabigol mudou tudo. E de fato complicou. Mas e a marcação? E a falha, mais uma, do Cássio? Mas sejamos justos: o problema não foi a defesa. Foi a lógica. 

E se tem algo que clássico adora é pregar peças. O Cruzeiro chegou embalado, empurrado por 60 mil torcedores: parecia que tinha um roteiro pronto para a vitória. O Atlético, por outro lado, perdeu peças importantes no elenco e chegou como quem não queria nada. E a gente sabe como essa história costuma terminar. O azarão vira valente, o favorito – ainda que, nesse caso, sem um amplo favoritismo - se complica e a imprevisibilidade entra em campo para mostrar que estatística e análise tática ficam pequenas diante da mística dos grandes jogos. 

Aliás, isso não é novidade. Quem não se lembra de 2011? O Atlético tinha tudo para rebaixar o Cruzeiro e dar o troco de anos de gozação. Mas, como se fosse obra de algum espírito zombeteiro do futebol, o Cruzeiro não só escapou, como meteu 6 a 1 no maior rival. Ou, então, em 2013, quando o time azul fez uma campanha de almanaque e, mesmo assim, apanhou nos confrontos diretos contra o Galo. Ou seja, favoritismo em clássico vale tanto quanto promessa de político em época de eleição. 

A verdade é que clássico bom é assim: cheio de reviravoltas, sem roteiro definido e capaz de deixar qualquer torcedor com o coração na boca. Quem tenta prever o resultado acaba refém da decepção – ou da surpresa. Porque no futebol a lógica pode até existir, mas, quando se trata de Cruzeiro x Atlético, ela costuma ser apenas um detalhe. 

O que nos resta? Simples: menos lógicas, mais clássicos. Porque, no fim das contas, é isso que faz desse duelo um dos maiores do Brasil!

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