Olha, eu não sei vocês, mas eu ainda estou tentando digerir a frase: “Gabigol é jogador do Cruzeiro”. Se você, cruzeirense, achou que ver Ronaldo Fenômeno anunciando ser o “dono” do clube já era surreal, imagina agora com Gabriel Barbosa vestindo a camisa azul! Pois é, meu amigo, a vida tem dessas. Inclusive, acho que se Ronaldo não tivesse feito acordo com o Pedrinho, não estaríamos vendo esse camisa 9.
Por onde começar? Gabigol, o “príncipe do Maracanã”, agora vai ter que conquistar a torcida no Mineirão. E, convenhamos, não é uma tarefa fácil com a bola rolando. Aqui em Minas, o povo é mais quieto. A pressão é diferente. A festa fácil ficou só mesmo com a apresentação do tal Gabriel de 28 anos.
Brincadeiras à parte, a chegada de Gabigol é uma jogada de mestre do Cruzeiro. Depois de um 2024 turbulento, com altos e baixos no Brasileirão, a diretoria parece ter entendido que precisava de algo grande para 2025. E grande não só no talento – Gabigol é um dos melhores atacantes do país –, inclusive, no impacto. O Cruzeiro quer, de novo, ser protagonista e, com Gabigol na linha de frente, é possível imaginar um Mineirão lotado, camisas azuis com o número 9 estampado e até aquele velho sonho de Libertadores voltando à pauta.
E o Atlético nisso tudo?
Ah, o Atlético… O Galo está olhando essa história de longe, com um sorriso de canto de boca e a desconfiança que o mineiro domina. Afinal, a torcida torce para que as desconfianças sejam concretizadas.
O Atlético está naquela fase de reconstrução controlada. Depois de conquistar o Brasileirão em 2021, veio a ressaca. Mas 2024 mostrou que o time ainda tem lenha para queimar, com boas campanhas na Copa do Brasil e na Libertadores. O elenco é sólido, o técnico tem a confiança da torcida (pelo menos, até a próxima sequência de três derrotas). E por falar em torcida, a massa atleticana está sempre pronta para ser o 12º jogador, e o 13º, se precisar.
Rivalidade à flor da pele
Agora, vamos combinar: se Gabigol no Cruzeiro já é um prato cheio para memes, o duelo entre ele e Hulk nos clássicos de 2025 vai ser um banquete completo. Você consegue imaginar a cena? Hulk pegando a bola no meio de campo, trombando com zagueiro e indo pra cima; do outro lado, Gabigol provocando, pedindo pênalti e dando aquela encarada clássica. É rivalidade na essência, e isso só faz bem para o futebol mineiro.
Mas, claro, todo cruzeirense já está preocupado: “Será que Gabigol vai ‘resolver’ ou vai ser só mais um nome de peso que não engrena?”. É uma dúvida justa. O histórico recente mostra que nem sempre as grandes estrelas brilham como o esperado por aqui. E, no caso do Atlético, o desafio será manter a consistência e não depender apenas de Hulk.
Perspectivas para 2025
A verdade é que o ano promete muito para Cruzeiro e Atlético. Enquanto o Galo busca retomar o protagonismo, o Cruzeiro tenta provar que a reestruturação pós-série B deu certo. Gabigol é um símbolo dessa aposta no futuro, mas ele precisará de um elenco ao seu redor para fazer a diferença. Dudu parece estar pronto.
E nós, torcedores, já sabemos o que fazer: abrir o coração e os olhos. Porque 2025 tem tudo para ser um desses anos em que o futebol mineiro possa se manter como assunto no boteco, na fila do pão e nos noticiários esportivos nacionais na luta pela quebra da hegemonia no eixo Rio – São Paulo/São Paulo-Rio.
Então, se eu fosse você, já ia marcando na agenda: Cruzeiro x Atlético, primeiro clássico do ano. Quem sabe Gabigol não decide o jogo? Ou talvez seja Hulk... Ou, vai saber, um zagueiro desconhecido mete um gol contra e vira herói improvável. Porque no futebol, como na vida, tudo pode acontecer – até Gabigol jogando de azul.