Fim das coligações para vereadores fortalece partidos


Eleições 2020

José Venâncio de Resende0

Plenário da Câmara Municipal de Resende Costa (Foto André Eustáquio)

A principal mudança nas regras eleitorais deste ano, promovidas na minirreforma de 2017, é o fim das coligações proporcionais para o legislativo (no caso, Câmara Municipal). Assim, a figura do candidato chamado “puxador de votos” só valerá para a legenda, ao contrário do que ocorria antes.

Com o fim das coligações proporcionais (para vereadores), os partidos foram obrigados a se fortalecer individualmente, a aumentar a sua lista de candidatos, diz Fernando Chaves, presidente do PDT de Resende Costa. “Então, há uma tendência a ter maior número de candidatos a vereador. Isto, por um lado, torna a eleição mais disputada, mas por outro, curiosamente, vai diminuir o número da votação de todos os candidatos.”

Lucas Paulo de Assis Vale, presidente do PSD, concorda com que os partidos saiam fortalecidos com chapas únicas e individuais. “Creio que isso foi bom. A partir de agora, os partidos novos que vierem, bem como os que já existem, terão que se fortalecer se quiserem apresentar uma chapa forte para lutar por cadeiras na Câmara Municipal.”

José Gouvêa Filho, Zinho, presidente do PSDB, acha que tanto os partidos quanto os eleitores serão beneficiados. “O eleitor poderá contribuir para eleger o candidato que mais se identifica com a ideologia do partido de sua admiração. No fim, quem ganha é a própria democracia através de mais transparência e representatividade.”

Por isso, essa mudança é “positiva para fortalecimento da legenda e também qualificação da disputa”, assinala Cássio Almeida, presidente do MDB. “Essa nova regra pode ainda aumentar a identificação do candidato com o partido e evidenciar as diferenças de ideologia. O eleitor precisa se sentir representado por candidatos e partidos que tenham uma linha clara de atuação.”

Ponderando que as eleições para vereadores são sempre muito competitivas, Ângelo Márcio Resende, presidente do PT, considera que a proibição das coligações “prejudica os partidos que não possuem um bom leque de candidatos disponíveis, pois todos sabem que não é fácil montar uma chapa. Primeiro, porque pouquíssimas mulheres aceitam participar.” Ele defende que o poder público invista, urgentemente, em publicidade e conscientização, para que as mulheres “vejam que há uma enorme necessidade de mudarmos esse quadro quase que exclusivamente masculino”. Sensibilidade e justiça, que “as mulheres têm de sobra”, são “o que precisamos para tornar a sociedade mais sensível e mais justa”. Acrescenta que “renovar é de vital importância, só a renovação (das chapas) traz a evolução”.

Já Anderson Belo de Resende, o Alemão, presidente do PSL, considera insuficiente o fim das coligações apenas para a Câmara Municipal, pois “essa estratégia eleitoral foge da ideologia de cada partido. Tivemos grande avanço na proibição de coligação para vereadores; no entanto, no Executivo as coligações servem para fortalecimento de determinados partidos, um  lançando um prefeito e o outro o vice. É deplorável os partidos se coligarem a fim de manipular o povo. Usa-se a matemática tratando o povo como números.”

De qualquer forma, se houver muitos candidatos à Câmara Municipal, os votos vão se distribuir mais e vai ser possível eleger vereador com até menos de 200 votos, observa Fernando Chaves: “o que não é uma votação tão expressiva. Então, pode diminuir o voto de corte pra que sejam eleitos”.

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