Crônicas do Cotidiano

Histórias do Joãozinho

12 de Julho de 2011, por Rafael Chaves 0

Neste mês deixo a crônica por conta do Joãozinho, homônimo, homócrono, homogêneo, homólogo, homômero, homomorfo, quase homozigoto daquele das piadas que todos ouvimos. Suas histórias merecem ser divididas. É uma seleção e são cópias fiéis de suas produções de texto na escola. Aproveitem! Aguardem outras!

1 – Quem sou eu?

Olá pessoal, meu nome é João Fernando, tenho 9 anos mas vou fazer 10 daqui a três meses.

Moro em Coronel Xavier Chaves, Avenida Cônego Cardoso, nº 73. Tenho um irmão, às vezes legal, às vezes chato. Eu adoro minha família, apesar das partes ruins.

Eu gosto de sair com meus colegas e nós brincamos várias coisas.

Eu acho que para ser alguém na vida tem de estudar muito.

Fico triste quando dá alguma coisa errada, acontece algo ruim na minha vida.

E graças a Deus tenho essa vida maravilhosa que Deus me deu!!!


2 – Como foi o descobrimento do Brasil?

Dia 21 de abril de 1.500, chegaram barcos, grandes naus, desceu gente branca de roupa, todos elegantes. Quem será que são? “Aliens”? Bichos estranhos? Não senhor, são portugueses.

Todos os índios estranharam, os portugueses também estranharam aquele tanto de gente nua, mas os portugueses fizeram festas, missa.

Pouco tempo depois ficaram mais conhecidos e fizeram o escambo. Os índios davam pau-brasil e os portugueses davam ferramentas de metal, espelhos etc.

Minha tia é historiadora e já descobriu várias coisas sobre os indígenas. Estou pensando em seguir a carreira dela, mas ainda não sei!
Voltando no assunto, os portugueses voltaram a Portugal e houve um conflito entre Portugal e Espanha. E então aconteceu o Tratado de Tordesilhas e passaram anos e anos.

E hoje estamos aqui estudando aquilo!!!


3. Eu sou o que quero

Se eu pudesse fazer tudo que quero ia ser muito bom, pena que não é assim, a vida tem partes boas e partes ruins. Mas se eu pudesse ser tudo de uma vez só (exemplo: dormir mais tarde, ficar com meus colegas, ah, sei lá, tem tantas coisas!). Mas se eu pudesse, seus olhos não iam aguentar ler tanta coisa, pode ter certeza disso.

Bom, vou fazer uma coisa que quero agora, parar de escrever senão seus olhos não vão aguentar!!!


4. O que é família?

Minha família tem 4 pessoas: eu, João Fernando, meu irmão Francisco José, meu pai Luiz Fernando e minha mãe Maria Zélia.

Aqui em casa nós todos nos amamos, ficamos felizes, tristes, porque tem hora prá tudo nessa vida.

Em minha casa, no final de semana, arrumo minha cama, cuido dos passarinhos, às vezes lavo o carro etc.

Todo domingo à noite minha família por parte de mãe faz um encontro na casa da minha vó Vanda, que adora meus abraços.

Às vezes eu, meu pai, meu irmão e minha mãe deitamos juntos na cama para ver TV ou um filme.

Também têm discussões, brigas, desentendimentos. Uma família sem isso não é família. Às vezes lá em casa eu brigo com meu irmão ou desentendo com ele, minha mãe discute com meu pai...

Mas apesar de tudo eu amo todos porque todos somos filhos de Deus!!!


5. Que será isto?

O que aconteceu, o que aconteceu? Causou suspense e todos descem juntos para ver o que era. Olharam, olharam, mas não viram nada. Estavam voltando despreocupadamente quando o barulho vindo de onde eles estavam antes. Foi só ouvir o barulho se aproximar que cada um por si, Deus por todos, cada um foi se esconder em um lugar diferente até que viram a sombra do bicho. Ele tinha chifres, boca grande, nariz pequeno, uma pistola a laser na mão. Ele transformou a casa em uma nave espacial.

A família criou coragem e foi encontrar o bicho. E se vocês já ouviram falar que a união faz a força, então derrotaram o bicho!

De repente acordei e pensei no sonho o dia inteiro!!!


6. Se eu fosse professor

Se eu fosse professor acho que seria o melhor do mundo, ia ser muito legal. Nossa, ia ser muito radical! Ia deixar as crianças saírem da aula quando quiserem, ir beber água ou ir ao banheiro. Poderiam ficar em qualquer lugar da escola, recrear aula inteira, educação física também.

Seria bom, não seria? Eu ia fazer várias excursões, vários programas diferentes.

Bom, com certeza seria bom, mas o único problema era que ia ser demitido no primeiro dia. Yahool!!!

Era só os funcionários da escola não verem. Falava com as crianças para fazer tipo a “missão impossível”!

Eu já estou sonhando para ter um professor assim, e você?

O sonho que se sonha junto

16 de Junho de 2011, por Rafael Chaves 0

Seu sonho é morar numa roça, não muito grande nem muito pequena! Entre as montanhas, mas não longe do mar. Entre os bichos, mas não longe da civilização. Entre as árvores, mas onde o sol aqueça. Poderia ser no sul da Bahia, sem axé, ou daí até o Maranhão, sem Sarney. Talvez na zona da mata nordestina. Um lugar onde pudesse comer frango caipira de canela amarela, cozido no fogão a lenha em alguns dias, noutros montar num lombo de um cavalo e comer um peixe fresco frito pela barraqueira da praia, junto com poucos amigos. Um lugar onde, finalmente, pudesse se encontrar consigo mesmo, meio só, esperando a morte, que viria no dia em que não pudesse mais fazer as coisas de que gostasse, qualquer que fosse o dia.

Esse sonho lhe veio mais intensamente naquela tarde de quinta-feira, 26 de maio de 2011, vendo a primeira página de um jornal.

A manchete do jornal dizia que um determinado ex-prefeito, condenado por improbidade administrativa, estava trabalhando na assessoria direta de um governador. E que esse cidadão era um entre cinco, até agora, que ocupavam cargos no governo e que não se enquadravam na Lei da Ficha Limpa Estadual. Essa chamada agredia sua inteligência. Primeiro por não entender a necessidade de uma lei para dizer que um sujeito condenado por desonestidade com o dinheiro público não poderia ser nomeado servidor público. Segundo porque, ainda que com a lei, esta estava sendo desrespeitada.

Outra notícia dava conta da suspensão, pela presidente do País, da produção e distribuição do kit antihomofobia pelo Ministério da Educação. Em que pese que ele não fosse nem um pouco homofóbico, sua inteligência também não conseguiu captar, em meio ao festival de mazelas que assolam o país, inclusive na educação, como pudesse o Ministério da Educação despender e priorizar dinheiro para explicar a estudantes que não é pecado ser homossexual.

Mais adiante soube que um desembargador arranjou um jeito inusitado de pagar pensão à ex-esposa: nomeou-a, em acordo de separação, para um cargo de assessora, com salário de R$ 9,2 mil. Ou seja, o desembargador se utilizava do dinheiro público para saldar uma dívida que, em tese, poderia ser sua, pois enquanto sua mulher fosse trabalhadora, não haveria justificativa para ele pagar pensão alimentícia a ela.

Chegou a ter esperanças, lá pelo meio do jornal, quando soube que, finalmente, Pimenta Neves, aquele mesmo que matou com um tiro pelas costas a namorada em 2.000, fora preso. Mas segundo o promotor do caso, apesar de condenado à pena de 19 anos em 2.006, e depois, em recurso, reduzida a 15 anos, na prática, pelos benefícios da lei, apesar de ter ficado apenas 7 meses na prisão, teria ainda que cumprir somente mais um ano e 11 meses para ter direito ao regime semiaberto. Além do que poderia, alegando problemas de saúde, conseguir o benefício da prisão domiciliar. Ou seja, Pimenta ficaria praticamente impune.

Sua faculdade de percepção, sua maneira de entender as coisas, seus valores pareciam não ser suficientes para crer em todas aquelas notícias. Não sei o porquê de ele me telefonar no final da tarde daquele dia para reclamar, além desse seu raciocínio lógico. Não era comum ele fazer isso. Talvez fosse o sentimento ressuscitado de revolta que tomou conta dele durante sua juventude, quando lutava contra a ditadura militar. Ou ainda pode ter sido uma necessidade de desabafo: “Isso tudo num dia só!”, gritou do outro lado do telefone.

Foi depois desse livramento que ele, após um suspiro profundo que pareceu querer aspirar o telefone, sereno e manso, começou a falar do seu sonho. E disse de como seria sua vida, lá no cafundó, longe dos problemas da vida. “Já dei minha cota de trabalho para a humanidade, trabalho desde os 12 anos”, sentenciou.

Então eu lhe disse, depois de ser todo ouvidos:

- Se você me chamar, vou junto! - E rimos, rimos muito!

No beleléu

08 de Maio de 2011, por Rafael Chaves 0

Meu compadre Barreto,

Tentei e tentei. Procurei por metáforas, metonímias, perífrases, sinestesias, elipses, pleonasmos, polissíndetos, anacolutos, silepses, onomatopéias, antíteses, apóstrofes, eufemismos, gradações, hipérboles, paradoxos, ironias, personificações, neologismos, sinônimos, antônimos, parônimos, homônimos... Qualquer “figura” através ou atrás da qual eu pudesse esconder meu ignóbil escrito, ou que lhe desse algum significado especial. Nada!

Apelei. Apelei! Em transe acerbo gritei “Oh! Os Ambulacros das holotúrias”, venham a mim!”. Mas espírito de escritor vivo (graças a Deus!) mal tem tempo de cuidar do corpo onde encarna. “Oh! Camões, Guimarães, Vinícius, Andrade, Pessoa, venham a mim!” Os dos mortos? Nem se deram ao trabalho; tinham mais o que fazer e melhores em quem investir. Nada!

Resignei-me. Melhor continuar a escrever chorrilhos de bobagens (pax-vobis) no Jornal das Lajes, sem compromisso, sem estresse, cada mês. Que mais posso almejar que falar com cavalos e ser amigo do Guiminha, lá no Beleléu? É tudo que posso (graças a ti) e já é demais!

Mas a cavalo dado não se olha os dentes, num é? Então toma! Toma este aqui, este redigido de agradecimento. Toma este reconhecimento, embora debilitado de aguamento, faltando dentes de revelho, prógnata dos que sobraram, orelhas acabanadas e bambas, bussolando uma a norte outra a sul, vezes uma a leste e outra a oeste, belfo, cego de um olho, cabeça de martelo, pescoço cangado, dorso selado, garupa com lordose, ancas caídas, acampado de diante, joelhos e jarretes cambaios... Contudo (ou sem tudo) é dado de coração!

Bom, “cumpadi”, é isso aí: obrigado!.

Abraços,

 

Carta a Antônio Barreto

Antônio Barreto é escritor de vocação e competência, meu compadre, autor de NO BELELÉU, que merece ser lido e discutido, e no qual fez especial referência a mim.

Goiabas e carnaval

10 de Abril de 2011, por Rafael Chaves 0

Esse carnaval, feriadão, meus planos foram, literalmente, por água abaixo. Vá chover assim lá na... na monção indiana, lá no Havaí (para não dizer outro nome, um nome muito feio!).

Sexta-feira ainda deu prá sair nas domésticas. Mas de doméstica ninguém liga prá nada! Estávamos lá, na casa do Chimbica, ele próprio, eu, o André do Pimpa, o João do Góes, o Duda, o Bieca e o Dr. Luiz, todos femininos como manda a tradição, e o Zezé Espinho, este sem honrar a tradição, no aquecimento: whisky (enquanto durou), cerveja, pinga e tira-gosto. Daí que não precisa explicar o que estava por acontecer. Que água de chuva seria capaz de nos acordar de nosso sonho feminino, de ser mulher um dia no ano? Que água de chuva seria capaz de diluir essas bebidas todas, até virar água fraca? Nenhuma! Pois que chovesse, pois que chova toda sexta-feira de carnaval! Amém!

E falando em Zezé Espinho tenho de fazer um parêntesis. O Zezé, aquele mesmo, que há alguns anos nos surpreendia a cada carnaval, a cada domésticas, travestido e incorporado das mais lindas, maravilhosas e características mulheres, não sai mais. Deu-se o título de hors concours, aposentou-se, para nossa decepção. Tem gente que faz falta, O Zezé faz falta! Mas felizmente ele já confidenciou que em 2012 sai do armário. (do arMário embutido!). Aguardemos, aguardemos ansiosamente.

Depois das domésticas vem a dor de cabeça, a ressaca. E a ressaca moral, de se ver ali, em frente ao vaso sanitário tentando descobrir a braguilha do vestido, e em frente ao espelho esfregando a cara ainda de batom, sombra e blush - cadê a peruca? Quem sou eu? Que estou fazendo aqui? A mim, o que restava era resgatar os meus planos e minha masculinidade: roça! Lá na roça eu poderia me restabelecer!

Chovia, chovia, chovia. Esperei pelo sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, cada manhã, cada tarde, na esperança de a chuva dar uma trégua, de o céu mostrar-se azul, como foi criado, mas nada. A chuva implacável, intermitente, insistiu em cair. Porque ao contrário das domésticas, chuva não combina nem um pouco com roça. Que fazer na roça, se nem o rio Santo Antônio os cavalos conseguiriam atravessar para eu ir lá no Zé Mário da Restinga comer um frango caipira? O jeito foi ficar na cidade, esperando o que não veio, o tempo bom, ainda que sujeito a chuvas e trovoadas no decorrer do período, mas só no decorrer do período e não o dia todo, como de fato aconteceu.

Acabei arrumando um programa de que jamais havia participado. Eu, um são-joanense nato, jamais havia visto desfile de escolas de samba na avenida, em São João del-Rei. Então lá fui eu, no derradeiro dia de carnaval, na terça-feira - que as escolas de samba tiveram, por causa das chuvas, de adiar seus desfiles do domingo - sentado na arquibancada, chuva caindo, vendo as escolas passarem. Valeu a pena! Valeu a pena ver aquela passista cheia de penas e pernas, rebolando na avenida, jogando beijos a esmo. Mas um me acertou:

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela, é ela mais que menina
De sexy gingado
Sambando na praça...
Ah se ela soubesse...

Em 2014 o carnaval será novamente em março, junto com a enchente das goiabas, junto com as águas de março fechando o verão. Se viver até lá vou sair nas domésticas na sexta-feira, como sempre. Mas tenho um plano “B” para os outros dias. Vou comprar sombrinhas e guarda-chuvas no Paraguai e vender na avenida. Vai chover dinheiro em mim!!! De sorte, quem sabe, ainda tenho a chance e o prazer de ver aquela mesma passista desfilando?!

Viva o carnaval e as goiabas!
 

E o monumento aos ex-combatentes da II Guerra Mundial?

Diversidade

14 de Marco de 2011, por Rafael Chaves 0

Se há uma coisa que impressiona na humanidade é a diversidade. Afora algum acontecimento, natural ou artificial, congênito ou adquirido, todos os seres humanos têm cabelos, dois olhos, um nariz, uma boca, dois ouvidos, dois braços, tronco e duas pernas, mas ninguém é igual a ninguém.

Os cabelos podem ser crespos ou lisos, fartos ou raros, escuros ou claros, compridos ou curtos. Os olhos podem ser azuis ou castanhos, oblíquos ou arredondados, pequenos ou grandes, vivos ou apagados. O nariz pode ser achatado ou adunco, arrebitado ou reto, proporcional ou saliente, fino ou grosso. A boca pode ser larga ou miúda, pode ser carnuda ou delgada, sanguínea ou anêmica, cordiforme ou elíptica. Os ouvidos podem ser de abano ou paralelos, diminutos ou taludos, lobulosos ou contíguos. O corpo pode ser brevilíneo, mediolíneo ou longilíneo, atlético ou flácido, moreno ou claro, cabeludo ou alopécico, violão ou quadrilátero, gordo ou magro.

Afora isso, ou seja, além do que a natureza nos deu ou o acidente nos deformou, do que não depende de nós ou de nossa vontade, existem os artifícios.

Pode-se pintar ou alisar os cabelos, colocar neles uns adereços, uma fita ou um arco, fazer neles uma trança, um rabo de cavalo, raspá-los ou eriçá-los. Os olhos podem ser realçados com lápis, pode-se passar neles uma sombra de qualquer cor, afinar as sobrancelhas, alongar os cílios com rímel ou ainda mudá-los de cor com lentes de contato. Nos ouvidos cabem brincos e na boca batom. Para o nariz, se não houver solução, cabe uma plástica. Os braços e mãos foram feitos para relógio, pulseiras e anéis. No corpo tatuagens,  piercings e depilação.

E a indumentária? Veste-se o corpo com roupa descontraída ou formal, fashion ou démodé, de cores sóbrias ou multicores, manga comprida ou camiseta regata, calça ou bermuda, vestido ou saia, chinelo ou tênis, sapato ou tênis, chapéu ou boné, ou não se veste nada, à moda playboy.

E o conjunto das características psicológicas que fazem a personalidade? Há o tímido e o extrovertido, o carismático e o cordeiro, o altruísta e o egoísta, o racional e o sentimental. E ainda não tentei descrever as doenças, as síndromes e os distúrbios que acometem cada um, que de louco todo mundo tem um pouco.

E por que estou falando disso tudo? É que não sou um sujeito muito observador e detalhista, mas de vez em quando eu me pego a olhar as pessoas nas ruas, nas praças, nos bares, cada um no seu cada qual, cada um no seu quadrado. Você já fez essa experiência? O fantástico disso tudo é que você, ali, olhando as pessoas, se surpreende como parâmetro e juiz da normalidade. E quem disse que eu ou você somos paradigma para alguma coisa? Que pessoa é esta – me diga, por favor – que poderia ter a perfeição plástica, vestindo-se da moda universal e definitiva e irrepreensível na sua personalidade?

Talvez um dia eu mande pintar meu cabelo de vermelho, corte-o à moda punk, ponha na vitrola um funk, ensaie uns passos de axé, troque os sapatos por andar descalço, durma na rua sob um manto de jornal, vasculhe o lixo à procura de alguma coisa útil – quem sabe latinhas de alumínio? –, vista uma calça skinning, mande tatuar um dragão no meu deltoide, almoce no restaurante popular – e coma caviar de sobremesa para saber que gosto tem –, faça as necessidades sólidas num banheiro químico, deixe a barba crescer, deixe de fumar e beber, viaje de helicóptero, me converta a alguma religião, me filie ao DEM, me matricule numa academia de ginástica, só para eu ser diferente de mim mesmo.

Talvez um dia eu me interne numa clínica psiquiátrica! Talvez um dia eu entenda tanta diversidade, talvez um dia eu entenda a humanidade!